Portagens: «Perder uma batalha não significa perder a guerra!»
A Comissão de Utentes da Via do Infante considera que «o dia 8 de dezembro de 2011 significa um dos dias mais negros na história e na vida do Algarve e dos algarvios devido à imposição de portagens na região».Em comunicado hoje divulgado, a Comissão salienta, porém, que «perder uma batalha não significa perder a guerra», garantindo que «a luta vai continuar contra as portagens no Algarve, agora numa nova conjuntura».
«O Algarve a viver uma das maiores crises de que há memória irá sucumbir irremediavelmente se as portagens não forem anuladas. Será uma desgraça social com muitas mais empresas a desaparecerem e o desemprego a aumentar muitos milhares. O Turismo, a sua principal atividade económica, irá sofrer uma estocada mortal. A EN 125 irá transformar-se de novo na “estrada da morte”», acrescenta a Comissão de Utentes.
Esta entidade considera também que «os responsáveis por esta calamitosa situação – o governo Passos/Portas, o anterior governo Sócrates, o Presidente da República e os políticos regionais do PS, PSD e CDS/PP jamais poderão ser esquecidos pelos algarvios por esta maldade e injustiça cometidas contra si e contra o Algarve».
A Comissão de Utentes da Via do Infante, durante pouco mais de um ano da sua existência, afirma que «tudo fez para impedir as portagens: participou em sete marchas lentas, lançou uma petição com milhares de assinaturas, ajudou a organizar um Fórum para discutir a problemática das portagens no Algarve que juntou cerca de 200 participantes, reuniu-se com os Grupos Parlamentares e a Comissão de Obras Públicas, reuniu-se com o Governo Civil, presidentes de Câmara do Algarve e outros organismos da região, acionou uma providência cautelar, congregou uma plataforma e um movimento anti-portagens e organizou muitas outras iniciativas contra as portagens na Via do Infante».
Milhares de utentes do Algarve e outros cidadãos participaram nestas iniciativas «em prol de uma causa que consideram mais que justa justa – a abolição das portagens».
No entanto, salienta a Comissão de Utentes no seu comunicado, «tal não foi ainda possível. A força do desrespeito e da prepotência dos governantes e outros responsáveis políticos venceram a força da razão e da justiça – por enquanto».
Com as portagens, a Comissão alerta que «milhares de vizinhos espanhóis e outros estrangeiros vão deixar de visitar o Algarve, havendo já indícios nesse sentido».
«Tal facto contribuirá para a catástrofe social e económica da região. O que se passou com estes visitantes no 1º dia de cobrança, com as máquinas avariadas, devia cobrir de vergonha os nossos governantes», salienta.
Mas a Comissão de Utentes da Via do Infante garante que «não vai baixar os braços» e promete «novas formas de luta».
Com o agravar da crise, a luta «tenderá a radicalizar-se», avisa a Comissão, que apela «à indignação e à continuação da luta por parte dos algarvios e outros utentes».
«Os algarvios e outros cidadãos deverão, para já, enveredar por formas de luta como a desobediência civil, não comprando os dispositivos de cobrança e não pagando a Via do Infante – que já está paga -, pelo menos numa 1ª fase, provocando assim o entupimento do sistema».
«Ou então, boicotar a Via do Infante, não circulando nesta via, demonstrando que a EN 125 não representa qualquer alternativa credível», apela ainda a Comissão.
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