Mais de 8 mil pessoas participaram nas manifestações anti-Troika em Faro e Portimão
Mais de oito mil pessoas participaram nas manifestações anti-Troika e contra o governo em Faro e Portimão, apuraram os repórteres do Sul Informação no terreno.Em Faro, juntaram-se ao protesto cerca de 4000 pessoas, que percorreram as ruas da Baixa da cidade. «Chega de chulos da pátria e de nós», lia-se numa das faixas.
Na capital algarvia, o protesto partiu do Largo da Pontinha, seguiu até à Doca de Faro, pela Rua de Santo António, partindo daí em direção ao Teatro Lethes. Depois de regressarem à Pontinha, os manifestantes não pararam e fizeram a viagem de ida e volta até à Rotunda do Liceu, pela Avenida 5 de outubro.
Entre os manifestantes, contavam-se, entre muitas outras personalidades, a Ex-eurodeputada socialista Jamila Madeira e o anterior presidente da ERTA Nuno Aires, também ele do PS. De resto, ao longo do percurso foi notório que se iam juntando cada vez mais pessoas às cerca de 1500 que partiram originalmente da Pontinha.
Para um dos «facilitadores» da manifestação deste sábado nas redes sociais João Nuvem, o balanço «só pode ser positivo». «Acabou por não ser uma assembleia popular, pois não temos ainda essa cultura. Houve algum improviso, fizemos o desfile porque as pessoas quiseram», disse João Nuvem, frisando que tentou ao máximo não condicionar nem «direcionar» a iniciativa, deixando as decisões nas mãos dos manifestantes.
Ao longo do percurso, gritaram-se palavras de ordem, que foram com mais frequência de «gatunos», «demissão» e «O povo unido, jamais será vencido». Apesar de a iniciativa contemplar um piquenique no Largo da Pontinha, ao início da noite eram já poucas as pessoas que se mantinham no local, apesar de a reunião em que diversas pessoas prestaram o seu testemunho ainda ter tido uma assistência considerável.
Em Portimão, ainda não eram 16h00 e já havia muita gente a chegar ao largo 1º de Maio, frente à Câmara Municipal, ponto de encontro para a manifestação. Com cartazes, faixas, cartões, todos ostentando palavras de ordem mais ou menos fortes, bem como com tambores e tampas de panelas, os gritos de protesto rapidamente subiram no ar.
No largo frente à Câmara estava gente de todas as idades, famílias inteiras, pessoas de todas as profissões, com muitos professores, empresários, reformados, desempregados, e gente de todos os partidos, mas, na sua maioria, sem qualquer cor política.
No meio da manifestação, o Sul Informação viu, discretos, Manuel da Luz, presidente da Câmara de Portimão, alguns dos seus vereadores, Carlos Tuta (ex-autarca de Monchique), mas também João Vasconcelos, do Bloco de Esquerda, e pessoas ligadas ao PSD de Portimão e de outros pontos do Algarve.
A manifestação transformou-se depois em desfile e saiu pelas ruas da cidade, subindo pela Rua de Santa Isabel, descendo a Rua das Lojas, passando a Alameda, atravessando a Rua Direita e o Largo 1º de Dezembro, frente ao teatro, e terminando na zona ribeirinha, junto ao coreto e à Casa Inglesa.
«O Povo unido jamais será vencido!» foi uma das frases gritadas, mas também ouve gritos de «Gatunos! Gatunos!» dirigidos ao Governo, «Passos escuta, o povo está em luta». Houve assobios, vaias, cantou-se a «Grândola» e até o Hino Nacional.
No meio daquele mar de gente, várias crianças às cavalitas dos pais batiam em panelas, enquanto havia quem tivesse levado tambores e até uma gaita de foles para o protesto.
No fim, quando João Vasconcelos tomou a palavra junto ao coreto, houve quem gritasse «Portugal sim, partidos não!»
Um dos participantes na manifestação dizia entusiasmado: «Isto foi a maior manifestação de sempre em Portimão!»
Veja as duas galerias de fotografias, das manifestações de Faro, Portimão e Loulé, na nossa página do Facebook
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