MEC deixa no desemprego mais 40 por cento de professores contratados
- Estamos hoje perante a primeira e grave consequência de medidas decididas pelo governo e tomadas pelo Ministério de Nuno Crato:
- De propósito para despedir professores contratados
- De propósito para criar bolsa de “horários-zero” para, eventualmente, despedir a seguir
OS NÚMEROS
Renovações de contratos:2010 – 9.998
2011 – 7.915
REDUÇÃO DE 2.893 (-20,8%)
2012 – 4471
NOVA REDUÇÃO DE 3.444 (-43,5%)
Necessidades transitórias (horários anuais, completos e incompletos):
2010 – 7.277
2011 – 4.832
REDUÇÃO DE 2.445 (-33,6%)
2012 –3105, dos quais 1523 são horários incompletos
NOVA REDUÇÃO DE 1.727 (-35,7%)
Total de colocações em 31 de agosto:
2010 – 17.275
2011 – 12.747
REDUÇÃO DE 4.528 (-26,2%)
2012 – 7.576
NOVA REDUÇÃO DE 5 .171 (-40,5%)
Só as colocações em 31 de agosto (anuais) tiveram, em 2 anos, uma redução de 56,1%, correspondendo a 9.699 professores. Esta redução tem ainda maior dimensão quando considerados os docentes contratados, por “oferta de escola” para os TEIP, escolas com contrato de autonomia e outras escolas e agrupamentos, nos termos da lei.
Entretanto, vem aí a chamada BR1 que em 2011 colocou 2.712 professores. Em 2011 esta BR 1 teve lugar em 12 de setembro. Segundo informação do MEC, até à BR5 (em 10 de outubro de 2011), foram colocados 22.399 docentes quando, em 2010, tinham sido colocados 32.330. Houve uma redução de 9.931 (-30,7%), quase 1/3. Em 2011 houve 13 BR, a última das quais em 28 de dezembro.
A FENPROF mantém expetativa negativa de, até esse momento, haver redução de cerca de 18.000 docentes contratados.
O que aconteceu este ano foi propositado, como se referiu. O primeiro momento da estratégia foi o OE para 2012 (a FENPROF, em CI que promoveu em novembro de 2011, denunciou aquela intenção, tendo em conta a redução orçamental prevista). Depois vieram as medidas concretas: 150 mega-agrupamentos; revisão da estrutura curricular; mais alunos por turma; extinção de projetos; encerramento de escolas…
AS CONSEQUÊNCIAS
Chegam agora as consequências:
- Desemprego, em primeiro lugar! Maiores dificuldades à organização e ao funcionamento das escolas! Menos qualidade de ensino!
- Funcionamento em todas as sedes e delegações dos Sindicatos da FENPROF de Gabinetes de Apoio aos Professores e Educadores Desempregados e Contratados.
- Dia 3, segunda, presença nos Centros de Emprego. Apoio aos docentes desempregados aí presentes e denúncia junto da população.
- Na próxima semana, será requerida a abertura de um processo negocial, nos termos da lei, para concretização do regime de vinculação de professores que Nuno Crato anunciou na Assembleia da República em 19 de julho. A FENPROF apresentará proposta concreta e exige que, independentemente dos requisitos que forem fixados, sejam abrangidos os docentes que, deliberadamente, o MEC deixou agora sem colocação e à data do despedimento, reuniam esses requisitos. Se MEC não avançar com este processo de vinculação, Nuno Crato deverá demitir-se e pedir desculpas públicas por ter mentido em sessão parlamentar.
Por fim, o Secretariado Nacional da FENPROF reunirá a 6 e 7 (quinta e sexta da próxima semana) e, entre outras ações, estará em cima da mesa a decisão sobre a marcação de uma grande manifestação de professores para 5 de outubro, Dia Mundial dos Professores.
É bom de referir que o problema que está a ser vivido, se enquadra na política geral do atual governo de ataque aos serviços públicos e às funções sociais do Estado, que pretendem privatizar ou concessionar.
Quando ouvimos falar dos problemas na Educação, ou no Serviço Nacional de Saúde, com o ataque que é feito a médicos e enfermeiros, ou na Segurança Social com a ameaça de acabar com as reformas e pensões do sistema público ou, mais recentemente, o ataque ao serviço público de rádio e televisão, estamos a falar da mesma coisa: da política do governo do PSD de Passos Coelho e do CDS de Paulo Portas, que querem destruir o Estado Social no nosso país. Os portugueses terão de se mobilizar cada vez mais para pôr travão a este caminho. Se o não fizerem, eles não deixarão pedra sobre pedra.
Fenprof
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