domingo, fevereiro 28, 2010
Ilegalização do PC do Chile
PCP manifesta indignação
Em nota dirigida ao Comité Central do Partido Comunista do Chile, que abaixo publicamos na íntegra, o Secretariado do Comité Central do Partido Comunista Português manifestou a «profunda indignação» dos comunistas portugueses para com «a situação de “dissolução” e ilegalidade» com que está confrontado o PCC.
«Queridos camaradas,
«Foi com profunda indignação que tomámos conhecimento da situação de “dissolução” e ilegalidade do Partido Comunista do Chile. A vigência de um instrumento legal ainda impregnado pelo espírito da ditadura fascista de Pinochet – cujo anacronismo a eleição de três deputados comunistas, nas legislativas de Dezembro, torna particularmente evidente – associa-se ao recente triunfo presidencial do candidato assumido da direita chilena e à ameaça revanchista representada pelos sectores mais retrógrados da sociedade chilena e do imperialismo, facto que não pode deixar de merecer a mais firme denúncia e rejeição dos comunistas e dos democratas em geral.
«Um partido com tão heróicas tradições e tão funda raiz nos trabalhadores e na realidade chilena, como o PCC, está acima de tão iníquas medidas. Mas não deixa de ser profundamente inquietante que elas sejam possíveis num país que se pretende democrático.
«Deste modo, queremos expressar-vos a fraternal solidariedade dos comunistas portugueses e formular votos para que seja rapidamente ultrapassada, sem maior prejuízo para a intervenção e actividade do PCC, tão grave limitação ao exercício cabal das liberdades políticas fundamentais e do pluralismo democrático no Chile e que a luta do PCC e demais forças democráticas chilenas por uma efectiva e profunda democratização da vida política nacional venha a ser coroada de pleno sucesso».
In Avante
CONVERSAS MUDAM DE TOM APÓS FUGAS DE INFORMAÇÕES Até 24 de Junho, Sócrates sabia... 28 de Maio 19 de Junho 24 de Junho ... e a partir de 25 de Junho já não sabia 25 de Junho Às oito da noite, Rui Pedro Soares fala com Paulo Penedos. É um dos telefonemas que o procurador-geral da República (PGR) mais valoriza no seu despacho de arquivamento. O resumo da PJ é o seguinte, com extensas citações: «Rui Pedro diz que parece que fizeram ali uma m... como tu sabes isto esteve para ser feito, para não ser... andou para trás e para a frente durante demasiado tempo… devia ter tido a cautela de falar com o Sócrates… não falei e o gajo não quer o negócio. Era isso que eu temia. Acho que o Henrique não falou com ele… o Zeinal não falou com ele... agora ele está todo f... e com razão». Penedos pergunta: «Mas está fechado?». «Não, não está fechado. Ele não quer mas isto é muito bom para a PT». Rui termina dizendo que está «sem pinta de sangue, que isto está no ar há mais de um ano, para a frente e para trás, parámos ‘n’ tempo, recuperámos há três semanas e entretanto não há ninguém que fale com o gajo». Penedos «não percebe como é que ele está f... com Rui Pedro Soares». Este responde que «já disse: ‘ouve lá Sócrates, eu não tinha a responsabilidade de te dizer isto’». 26 de Junho 27 de Junho In Sol
Paulo Penedos (advogado na PT, sob a dependência do administrador executivo Rui Pedro Soares) explica a Américo Thomati, presidente executivo do Taguspark que está curioso
no «que vai dar isto da TVI»: «O Bava já arranjou maneira de, não dizendo que não ao Sócrates, fazer a operação de forma a ele nunca aparecer». Explica que «vão passar uns fundos para Londres».
Rui Pedro Soares diz a Paulo Penedos (advogado na PT, sob a sua dependência), que vai jantar com José Sócrates. Três horas e meia depois, Soares volta a ligar-lhe: esteve «esteve com o chefe, que estava bem disposto», diz que «têm três ou quatro dias para fecharem isso, só há uma alteração de planos: tem que ser a PT explicitamente a fazer a operação». «Rui Pedro diz que o chefe lhe pediu para ir para lá três meses» [ficando a ideia de que se refere à Prisa]. E ainda: «O Chefe diz que é tudo ou nada e que não pode ficar com fama e ficar sem o proveito».
Rui Pedro Soares está em Madrid, para fechar o contrato com os espanhóis da Prisa (proprietária da TVI). Ao telefone com Paulo Penedos, logo de manhã, refere que «disse ao Sócrates que tem noção que andam nisto há dez meses e que só nos últimos dias…». Penedos responde: «É verdade, mas enquanto esteve com pessoas de confiança dele, nada se soube». Rui Pedro contrapõe: «O chefe perguntou se não era melhor correrem com o Moniz antes da PT entrar e que lhe respondeu que não, porque têm um grande pára-choques para ele (chefe)».
Às 13h30 Penedos comunica a Rui Pedro que «o Soares Carneiro [administrador da PT] lhe disse que o negócio estava feito, pois ontem à noite o Zapatero [primeiro-ministro espanhol] tinha falado com Sócrates».
Na tarde desse dia, Sócrates nega ter conhecimento do que se estava a passar. À noite, Armando Vara fala com Lopes Barreira. Diz que não viu, mas «já ouviu» alguém dizer que Sócrates mentiu. Lopes Barreira diz que «o Sócrates tem matéria, não se dizia uma coisa dessas». Vara responde: «Ninguém acredita que não soubesse. Diria que foi um erro trágico. Ele tinha de ter dito que não foi oficialmente informado, mas tinha conhecimento. Acha que isto vai correr mal».
Armando Vara fala com alguém não identificado. É outra conversa valorizada pelo PGR. Sobre a PT/TVI, «tanto quanto apurou, estava tudo contra». «Esta era uma operação para tomar conta da TVI e limpar o gajo. Ainda por cima não o podia limpar até às eleições por causa das Autoridades da Concorrência. Era pagar um preço para uma coerência que não fazia sentido nesta altura». E conclui: «Na verdade, em termos formais, ninguém lhe tinha dito nada, assim os gajos a dizer faz de conta que sabe mas não sabe. As coisas do negócio ninguém lhas tinha explicado. Quantas vezes ele manda bocas ao telefone...».
O telefonema dura 30 minutos. Rui Pedro pergunta a Penedos se tem um papel e uma caneta para escrever, «porque lhe vai contar a cilada que o Moniz fez». Segundo a PJ, então «relata aquilo que parece ser a sua versão dos acontecimentos: em Maio, a Prisa informa que o Moniz vai sair para o Benfica em Outubro. E quer abrir negociações porque está desesperada e tem que fechar até 30 de Junho. Vêm cá a Lisboa e falam com o Zeinal e com ele, pois gostavam muito que a PT entrasse no negócio. Rui Pedro respondeu que isso não podia ser porque se a PT entra no negócio, com o Moniz... em Portugal há uma escandaleira monumental e diz-se que há censura, etc.. Polanco (patrão da Prisa) disse que o Moniz está de acordo e que defende o negócio. Ele quer sair, decidimos que a mulher dele sai do écran a 30 de Junho e que passava para o núcleo de programas». O administrador da PT prossegue recordando como foi a Madrid, mas não assinou o contrato com Polanco porque em Lisboa Zeinal não conseguiu que Moniz assinasse o contrato para sair para consultor. «Conclusão: os tipos da Prisa foram instrumentalizados pelo Moniz que de certeza passou informações pelo menos à Manuela Ferreira Leite. Ele nunca esteve disponível para sair e arranjou esta estrangeirinha para ver se nós caíamos nisto». Em apartes, Rui Pedro ia perguntando a Penedos: «O que te parece isto?». Resposta: «Eh... parece bem... parece que a reconstrução é fidedigna».
sexta-feira, fevereiro 26, 2010
José António Saraiva: «há encobrimento do poder político pelo poder judicial»
«"Hoje acho que há uma conivência do poder judicial com o poder político. Mas penso que se pode dizer mais, há encobrimento do poder político pelo poder judicial. Há factos suficientes para se poder afirmar que há encobrimento"»
Os noticiários das televisões foram o costume: enterramento, suavização e omissão. É uma tarefa inglória: a maré enche.
A Cultra, Cooperativa Cultura Trabalho e Socialismo, dirigida pelo historiador Fernando Rosas, promove este fim-de-semana, no Liceu Camões em Lisboa, um ciclo de debates subordinado à questão fundamental: O que fará um governo de esquerda socialista? De Manuel Carvalho da Silva a Francisco Louçã, passando por João Ferreira do Amaral. Não percam. Não estamos condenados ao mesmo de sempre…
Face Oculta Procuradoria é suspeita de ter alertado os visados do processo ‘Face Oculta’ de que estavam sob escuta No dia 24 de Junho, o Procurador-geral da Republica foi informado pessoalmente das escutas. A partir desse dia, as conversas mudam de tom e há troca de telemóveis. Quem avisou os visados? |
A fuga de informação no inquérito Face Oculta – que, conforme o SOL já revelou em anteriores edições, permitiu a Armando Vara e a outros arguidos mudarem de telemóveis para ludibriar a Justiça – ocorreu a partir do momento em que o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Aveiro informou a Procuradoria-Geral da República, em Lisboa, na manhã de 24 de Junho de 2009, da primeira certidão que tinha emitido para que fosse aberto um inquérito a José Sócrates. Esta é a conclusão óbvia que se retira, analisando algumas datas-chave do processo Face Oculta.
Recorde-se que este processo – que tem como principal arguido o empresário de Ovar, Manuel Godinho, suspeito de ter criado uma associação criminosa para, através de actos de corrupção e tráfico de influências, ganhar concursos públicos na área da recolha e tratamento de resíduos industriais – iniciou-se em 2008.
As primeiras escutas a Godinho verificaram-se em finais de Janeiro de 2009, alargando-se progressivamente aos outros arguidos no caso.
No dia 23 de Junho, o procurador coordenador da investigação no DIAP de Aveiro, João Marques Vidal, assinou a primeira certidão, de crime de atentado contra o Estado de Direito por manipulação da comunicação social.
No dia seguinte, 24, Marques Vidal e o procurador-distrital de Coimbra, Braga Themido, deram conta do assunto ao procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro. E entregaram em mão essa certidão.
Sol
Comentário:
Pois claro. Confirma-se o que já se desconfiava - o Procurador-geral anda a defender e a encobrir o Sócrates. O mesmo se passa com a Cândida Almeida no caso Freeport. Todos conluiados - poder político e poder judicial. E ainda dizem que há separação de poderes - só areia para tapar os olhos aos incautos. Estes reles burgueses nem tão pouco respeitam as leis que fabricam. Até quando vai esta palhaçada durar? Quando será que esta gentalha será julgada e condenada? É o que tem de acontecer. Chega de vergonha e de escândalo. E o inofensivo e rolha Cavaco nada faz - só está preocupado com a sua reeleição. Só o Povo terá poder para pôr esta gentinha na ordem - assim o queira. Sócrates e Pinto Monteiro não têm mais condições para permanecer nos cargos - deverão ser demitidos imediatamente e julgados.
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Cuba: onda repressiva depois da morte de preso
Dezenas de detenções visariam impedir protestos no funeral de Orlando Zapata Tamayo, falecido depois de greve de fome. Lula lamenta a morte. Amnistia pede libertação de todos os presos de consciência. | |
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terça-feira, fevereiro 23, 2010
Sócrates no Pais das Maravilhas - I
Lembrei-me de fazer aqui uma série dedicada a um filme que brevemente vai estrear, "Alice no Pais das Maravilhas" de um realizador de que gosto, Tim Burton. Começo, obviamente, pelo principio, a Alice e o famoso buraco que parece não ter fundo.
Gregos devem combater uma UE neoliberal
Se a Grécia cair, é certo que os mercados atacarão Espanha, Portugal, a Itália e a Grã-Bretanha, enquanto a Comissão Europeia, ostentando as vestes de um coro trágico, lavará as mãos como Pôncio Pilatos. Por Costas Douzinas | |
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domingo, fevereiro 21, 2010
Dossier: Eurocrise
O agravamento da crise económica grega expôs a fragilidade do modelo actualmente seguido pelo Banco Central Europeu. Este dossier discute a crise da união monetária europeia. | |
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Corrupção Assassina 32 Pessoas
Não é uma catástrofe natural inevitável, mas apenas uma das consequências do mau ordenamento do território. Efectivamente, é absolutamente possível coordenar as consequências de acontecimentos naturais do género. Tem sido demonstrado em todo o mundo. Ainda que num grau bastante inferior, constata-se a diferença observada em Lisboa aquando de grandes chuvas. Antes dos trabalhos necessários terem sido efectuados, algumas zonas, como a do Baixa (que burros cheios de auto-estima de iletrados pedantes agora chamam de pombalina, como se houvesse outra), Cais do Sodré / Av. 24 de Julho e a de Benfica tinham inundações enormes mal chovia um pouco.
Os problemas do Funchal são bem conhecidos desde sempre. O temporal de 1993 foi um dos que causaram maiores estragos. O governo regional, constituído por indivíduos nascidos e criados nas ilhas está perfeitamente consciente dessa possibilidade de catástrofe. No entanto nada fez para o evitar. Ou melhor, fingiu fazer. Tanto que disso tem sido permanentemente acusado. O Bicho da Madeira respondeu às acusações de agora dizendo que se a cidade do Funchal não desapareceu por completo foi devido às canalizações feitas nas ribeiras.
Pelos resultados vemos como se comporta esse governo, que nem salvaguarda as vidas dos cidadãos. As obras necessárias deveriam ter sido efectuadas por gente competente e não contratados por modos corruptos. Assim, parte do dinheiro necessário para as ditas obras foi gasto em obras insuficiente e mal feitas, outra parte usada literalmente na corrupção e o restante para outros objectivos que davam mais votos.
No entanto, mesmo roubando, a Madeira é a segunda região nacional mais desenvolvida. Para poderem roubar mais dando menos nas vistas, o governo, porém, exige que o dinheiro que o país deveria dar a outras regiões mais necessitadas lhe seja entregue. Faz sentido?
Assim, concretamente e só desta vez, os políticos corruptos assassinaram 32 pessoas e destruiram propriedade de altíssimo valor ainda não calculado, o tudo em nome da corrupção e da conquista de votos. «Que morram os pacóvios, o que é preciso é não perdermos os tachos.» O futuro próximo nos dirá que os assassinos ficarão impunes, como de costume, ou ainda serão louvados por terem assassinado tão pouca gente. Só em Portugal! Só em Portugal, também, tudo passa e é perfeitamente admitido e aprovado pelos carneiros em que a própria «vontade popular» enunciada no Art° 1º da constituição não é ouvida nem exercida.
In Democracia em Portugal?
sábado, fevereiro 20, 2010
HERÓIS DO MAR
A ENTRADA de Fernando Nobre na corrida das presidenciais baralha o jogo das esquerdas. É um sinal de divisão no interior do Partido Socialista que ajuda a transformar a recandidatura de Cavaco Silva num passeio até Belém. O médico que dirige a AMI apresenta-se como independente, mas ninguém ignora a mão invisível de Mário Soares. O patriarca do socialismo democrático lembra ao adversário Manuel Alegre que a vingança se serve gelada na política, quatro anos depois da “traição” do poeta nas eleições de 2006. Candidatar Fernando Nobre é uma cartada de mestre, entrando como faca política na manteiga eleitoral de Alegre. Desde logo no próprio Movimento de Intervenção e Cidadania, mas também no Bloco de Esquerda e no PCP, onde é bem visto pelas posições públicas que assumiu contra a guerra do Iraque. E não só. Tal como Manuel Alegre, Fernando Nobre tem uma costela marialva, sendo dado como monárquico. Divide militantes e dirigentes do PS, a começar pela ala soarista, como já se viu nas declarações dos fiéis escudeiros Vítor Ramalho e Alfredo Barroso. Fernando Nobre é uma nova dor de cabeça para José Sócrates, que terá de avançar sobre brasas socialistas para o apoio a Alegre. Ironias da história: Cavaco Silva ainda vai agradecer ao velho adversário Soares a vitória nas próximas presidenciais.
Jornal I
Presidente do Taguspark foi o último a saber
Só na passada Quinta feira, Carlos Matos Ferreira conheceu o vídeo em que Figo promove o Taguspark. O contrato terá servido para pagar o apoio eleitoral a Sócrates, segundo o jornal Sol. | |
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sexta-feira, fevereiro 19, 2010
DIFERENÇAS ENTRE SÓCRATES E SÓCRATES
Sōkrátēs buscava o Conhecimento. O seu método para alcançá-lo era o diálogo e a humildade em formular todas as perguntas.
Sócrates prefere o Desconhecimento. O seu método para alcançá-lo é o monólogo e a arrogância de calar todas as perguntas.
Um pensamento de Sōkrátēs - Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
Um pensamento de Sócrates - Quatro características deve ter um juiz: não ouvir escutas, responder obedientemente, ponderar nos riscos que corre e decidir se quer continuar a ter emprego.
Sōkrátēs provocou uma ruptura sem precendentes na Filosofia grega.
Sócrates provocou uma ruptura sem precendentes na auto-estima dos portugueses.
Sōkrátēs tinha um lema: Só sei que nada sei.
Sócrates tem um lema: Eu é que sei.
Sōkrátēs auto-intitulava-se "um homem pacífico".
Sócrates auto-intitula-se "um animal feroz".
Sōkrátēs foi condenado à morte por cicuta.
Sócrates foi condenado pelas escutas.
Sōkrátēs deixou-nos incontáveis dádivas.
A GRANDE FARRA
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quinta-feira, fevereiro 18, 2010
Grécia: A greve de 10 de Fevereiro de 2010 ! Por KKE
Dezenas de milhares de trabalhadores e empregados, tanto do sector privado como do público, responderam ao apelo à greve da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), uma frente de sindicados de classe na Grécia.
Emprego estável para todos.
7 horas de trabalho por dia, 5 dias por semana !
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
Câmara de Portimão na bancarrota?
Agora a cobrança da factura é demasiado alta. Infelizmente quem paga são sempre os mesmos. Abram os olhos Cidadãos de Portimão!
Em conferência de imprensa, FENPROF divulgou conclusões de um rigoroso estudo que analisa e reflecte a situação que se vive, no campo da Educação Especial, em 55 por cento do total dos Agrupamentos escolares do País. Docentes dos quadros dos agrupamentos apenas respondem a metade das necessidades, para além de faltarem psicólogos, auxiliares, terapeutas, entre outros profissionais…
Desemprego continua a aumentar
Os dados do INE divulgados nesta Quarta feira confirmam a subida do desemprego. De acordo com os números daquele instituto, a taxa de desemprego atingiu 10,1% no quarto trimestre de 2009. | |
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terça-feira, fevereiro 16, 2010
Afeganistão: ofensiva da NATO já matou 12 civis
Pelo menos 12 civis morreram este domingo, no Afeganistão, depois de dois rockets que visavam insurrectos talibãs em Marjah terem falhado o alvo “em 200 metros”, reconheceu a NATO. | |
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sábado, fevereiro 13, 2010
Um novo 25 de Abril precisa-se!
Afinal o que se está a passar neste pobre país à beira mar plantado? É a crise, o desemprego, a miséria, o nepotismo, a corrupção. Para onde está Sócrates a conduzir Portugal? Para o abismo se os portugueses não acordarem urgentemente! Depois será tarde demais. Veja-se o polvo socrático em toda a negra realidade - Sócrates e os seus boys de fila tentaram, através de uma empresa pública, a PT, um plano para controlar a comunicação social começando pela TVI. E isto não tem consequências? Dizem que as escutas estavam em segredo de justiça e que isto é tudo montagem! Mas afinal as escutas existem, doa a quem doer. Quem não deve não teme. Se Sócrates e o PS não têm medo então digam para divulgar tudo para todos sabermos. Claro que não vão fazer isso, eles sabem que estão todos implicados. E o Procurador Geral da República mais o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça estão a tapar e a defender o Sócrates e os seus amigalhaços. É isto a justiça em Portugal? Que vergonha! Estes dois senhores deviam demitir-se já, pois não têm condições para continuar nos cargos.
E Sócrates é a maior vergonha e o maior escândalo deste país - foi o curso da Independente, as casas da Guarda, os lixos da Cova da Beira, o Freeport, o caso TVI...
Povo de Portugal quando acordas? O que faz falta é um novo 25 de Abril, uma nova REVOLUÇÃO que ponha esta gentalha na ordem e devolva a felicidade ao Povo Português. Com eleições muito dificilmente iremos lá pois o poder controla tudo - a comunicação, o dinheiro e todos os meios. Para grandes males grandes remédios.
Se estamos em crise como se explica que os bancos tenham auferido centenas de milhões de lucros? E que haja boys a ganhar outros milhões nos seus ordenados e alcavalas? E que continuem alguns a usufruir de reformas milionárias? Veja-se o Vítor Constâncio - outro amigo de Sócrates - que como Governador do Bando de Portugal ganha mais de 30 mil euros por mês e que agora vai ser Vice-presidente do Banco Europeu passando a ganhar mais alguns milhares!|Fora o resto. E ainda manda apertar o cinto aos cidadãos deste país. Pobre Povo! Porque esperas? A Humanidade só avança através da luta de classes e sempre foi assim ao longo da História: no esclavagismo tivemos as revoltas dos escravos e dos povos oprimidos; no feudalismo os servos da gleba também se revoltaram contra os senhores tiranos; depois tivemos os revolucionários da Revolução Francesa, da Revolução Russa e tantas outras revoluções (mesmo algumas tendo fracassado). Mas este é o CAMINHO.
Força Cidadãos de Portugal! Um novo 25 de Abril precisa-se! Uma nova Revolução que varra a canalha para o caixote do lixo da História.
E continua a série Guerra Fria. No 17º episódio, agora dedicada a África. Da guerra dos seis dias e a relação com o Egipto à Etiópia e à Somália, passando por Angola, as alianças da URSS e dos EUA foram mudando de campo.
Episódios anteriores:
1: Camaradas 1917-1945 ; 2: o Cortina de Ferro 1945-1947; 3: Plano Marshall 1947-1952; 4: Berlim 1948-1949; 5: Coreia 1949-1953; 6: Reds 1947-1953; 7: Depois de Estaline 1953-1956; 8: Sputnik 1949-1961; 9: O Muro 1958-1963: 10: Cuba 1959-1962; 11: Vietname 1954-1968, 12: M.A.D. 1960-1972: 13: Make Love Not War 60’s; 14: Red Spring 60’s; 15: China 1949-1972; 16: Détente 1969-1975.
In Arrastão
Atenta à tradução legal do acordo de carreiras, FENPROF rejeita aplicação do "Simplex" a milhares de professores!
O Secretariado Nacional da FENPROF, reunido em Montemor-o-Novo, nos dias 11 e 12 de Fevereiro, procedeu a uma avaliação da situação político-sindical e negocial com o Ministério da Educação, designadamente em relação à concretização de compromissos assumidos pelo ME, decorrentes do Acordo de Princípios, mas também outros aspectos que considera essenciais para o exercício da docência e para o funcionamento das escolas.
Assim:
- Para a FENPROF é lamentável que o Ministério da Educação não tivesse apresentado qualquer proposta que visasse uma efectiva revisão da matéria relativa a horários de trabalho dos professores e educadores, contribuindo para a sua adequação pedagógica. Sendo esta uma das questões sobre as quais os docentes reservavam mais expectativas, já que tem uma influência directa na qualidade do ensino e das aprendizagens, a FENPROF lamenta não só que o ME não tivesse considerado as propostas que lhe foram apresentadas, mas também que as razões invocadas para a não apresentação de quaisquer propostas, apesar do reconhecimento da necessidade de aí serem introduzidas mudanças, sejam todas de ordem orçamental. A FENPROF entende, no entanto, que esta constitui uma frente fundamental da acção e da intervenção dos professores e educadores.
- A FENPROF condena a utilização do desqualificado “SIMPLEX” avaliativo proposto por Maria de Lurdes Rodrigues, para efeitos de avaliação de docentes contratados, dos que tenham tido avaliações de regular ou insuficiente ou daqueles que concluem o tempo de serviço para progressão durante o ano de 2010. Esta decisão do ME foi tomada à margem de qualquer negociação com a FENPROF, não podendo, por isso, ser invocada qualquer responsabilidade a esta organização sindical nem pelos resultados nem pelos pressupostos que levaram a esta decisão do Governo.
- A FENPROF entende que não pode deixar de ser considerada a responsabilidade que sobre esta matéria deve ser atribuída à Assembleia da República, designadamente por parte dos grupos parlamentares do PS e do PSD que impediram que o modelo de avaliação do desempenho fosse suspenso. Esta suspensão, como se confirma agora, teria garantido as condições para uma efectiva substituição do modelo em vigor por outro mais correcto, mais justo e exequível. Não deixa de ser estranho, neste contexto, que o ME não tenha assumido a produção de orientações sobre esta matéria, delegando nas Direcções Regionais de Educação essa responsabilidade. Para a FENPROF este não é um dossier fechado, considerando que o ME deverá alterar esta orientação que também tem uma intenção orçamental, pretendendo atrasar a progressão dos docentes.
- Quanto ao projecto de Decreto-Lei de revisão do Estatuto da Carreira Docente, a FENPROF considera inaceitável que não contenha propostas que decorreriam do acordo. A FENPROF exigirá a devida correcção.
O Secretariado Nacional da FENPROF decidiu, ainda, abrir uma frente importantíssima de intervenção e luta, com a necessidade de alteração do modelo de gestão em vigor, através da sua substituição por um modelo de gestão democrática, tal como se encontra consagrado na Lei de Bases do Sistema Educativo e na Constituição da República.
Hoje, mais do que nunca, a alteração do modelo de direcção e gestão das escolas tem uma prioridade central, pois dele depende a adequação, exequibilidade e qualidade do modelo de avaliação do desempenho.
Assim, a FENPROF, sem prejuízo de continuar a defender um modelo alternativo de direcção e gestão das escolas e agrupamentos, entende que, no imediato, devem ser introduzidas algumas alterações que criem condições mínimas de democraticidade na organização e funcionamento das escolas, defendidas pelos professores, as quais apresentará a curto prazo ao governo.
Montemor-o-Novo, 12 de Fevereiro de 2010
O Secretariado Nacional da FENPROF
sexta-feira, fevereiro 12, 2010
Ler nova letra do “Avante, camarada!” no link em baixo
Plano do Governo para controlar mediaSol utrapassa providência cautelar e faz mais revelações |
O 'Sol' recebeu nesta quinta-feira uma providência cautelar para tentar impedir que o jornal publicasse mais escutas obtidas no âmbito do processo 'Face Oculta'. O autor foi Rui Pedro Soares, administrador...
Expresso
O INÍCIO DO ISOLAMENTO DE SÓCRATES
Jaime Gama preocupado com a credibilidade do primeiro-ministro
Depois da dramatização e da ameaça de uma crise política, o PS teme agora um problema chamado José Sócrates. O incómodo provocado pela divulgação das escutas do processo Face Oculta (as já noticiadas pelo Sol e as que o semanário promete revelar na sexta-feira), e que atingem a credibilidade do primeiro-ministro, já se faz sentir ao mais alto nível do Estado. Ao que o PÚBLICO apurou, o presidente da Assembleia da República (AR), Jaime Gama, já manifestou a sua profunda preocupação com os efeitos que as notícias podem vir a ter no Governo, no PS e na liderança do partido.
Na reunião do Conselho de Estado, na passada semana, Gama concordou com o Presidente da República sobre a necessidade de todos os partidos convergirem para a criação de uma sólida estabilidade política. Um dia depois, no Parlamento, reiterou o apelo, apontando que as instituições devem concentrar-se na "resolução dos problemas" do país. Agora, após a publicação de excertos do despacho do juiz de Aveiro, Gama ganhou novas preocupações. Que se estendem à bancada parlamentar e ao partido: em surdina, vários dirigentes do PS começam a olhar Sócrates como um problema que está a ganhar proporções cada vez maiores, sobretudo porque aguardam a divulgação de mais escutas comprometedoras para o primeiro-ministro.
Os receios dos socialistas alargam-se também à possibilidade de a oposição avançar para uma comissão de inquérito. Ontem, o deputado social-democrata Pedro Duarte, durante a reunião da Comissão de Ética, informou que o PSD apoiará o inquérito de acordo com as "conclusões das audições".
A oposição em bloco votou a favor das audições a personalidades, jornalistas e entidades propostas pelo PSD. O PS ainda pediu (depois de um compasso de espera para decidirem sobre o seu sentido de voto) para o PSD alterar o texto do requerimento, mas, perante a recusa dos sociais-democratas, optou pelo voto contra.
Os sociais-democratas propuseram ouvir 25 pessoas (às quais juntaram o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, sugerido pelo CDS). A primeira série de audições englobará personalidades e jornalistas: Mário Crespo, José Manuel Fernandes, Manuela Moura Guedes, Felícia Cabrita, Armando Vara, Paulo Penedos e Rui Pedro Soares, entre outros.
Sócrates critica PS
A ausência de vozes solidárias com Sócrates, entre os socialistas, foi ontem criticada pelo próprio primeiro-ministro. Que, em Cantanhede, afirmou que todos os partidos, "sem excepção", "aproveitaram o cometimento de um crime para com esse crime atacarem os adversários políticos e atacarem-me a mim, em particular" (ver texto ao lado). No entanto, horas antes, o líder parlamentar, Francisco Assis, condenara a divulgação das escutas, considerando-a como um crime de "violação do segredo de justiça e divulgação indevida de escutas".
As declarações de Sócrates não satisfizeram a oposição. PSD, CDS, BE e PCP exigem esclarecimentos sobre a compra de uma participação da TVI pela PT. E colocam a questão no campo político e não no judicial.
"Houve ou não promiscuidade entre empresas de capital público e grupos de comunicação social para compra de uma estação de televisão e mudança da respectiva linha editorial?", questionou o líder parlamentar do BE, José Manuel Pureza. O líder da bancada do PSD, Aguiar Branco, acusou o primeiro-ministro de ensaiar "mais uma vez uma imagem de vitimização" ao "atacar o PSD para desviar a atenção do essencial" - "o condicionamento do exercício da liberdade de expressão".
Bernardino Soares, líder da bancada comunista, partilhou da preocupação de Sócrates sobre a divulgação de matéria em segredo de justiça, mas sublinhou que "continua a não dar explicações sobre o seu conteúdo".
O líder parlamentar do CDS apontou contradições a Sócrates. "Quando questionado na AR, disse que não tinha conhecimento [do negócio], num segundo momento, depois das eleições, disse que não tinha conhecimento oficial", notou Mota Soares.
O alegado plano para controlar os media originou uma acesa troca de palavras entre o eurodeputado do PSD Paulo Rangel e Francisco Assis. Um dia depois de Rangel ter levantado o assunto em Estrasburgo, Assis acusou-o de usar um crime para fazer afirmações "indignas" sobre a liberdade de imprensa. "Só faltava agora que houvesse uma mordaça para os deputados", respondeu Rangel.
In Público.
Salários da Função Pública congelados até 2013
A medida deve constar no próximo Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que o governo vai apresentar dentro de duas semanas em Bruxelas. | |
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domingo, fevereiro 07, 2010
Dossier OE 2010
No próximo dia 12 de Março, o parlamento vota a Proposta de Lei do OE 2010 apresentada pelo governo. Este dossier discute as opções desta proposta.
Com a narrativa da insustentabilidade do défice e da dívida pública , e com uma postura passiva frente as constantes ameaças das agências de rating , o Governo, mais uma vez, opta pelo ataque aos funcionários públicos e pensionistas e não muda a orientação das suas medidas fiscais . O contexto de integração monetária e a ameaça do colapso do euro e da integração europeia é analisado por Ricardo Mamede. Joseph Stiglitz defende o apoio da União Europeia (UE) à Grécia como forma acabar com os ataques especulativos. Pedro Filipe Soares critica a construção de um orçamento com a direita . Destacamos ainda os estragos provocados pelo orçamento na área da saúde , no artigo de João Semedo e o “aperto” no orçamento para a cultura denunciado no artigo de Catarina Martins. As Privatizações e as Parcerias Público Privadas são analisadas no artigo de Gustavo Toshiaki, que organizou o dossier.
Esquerda.net
Face Oculta Escutas revelam o ‘esquema’ e os negócios Pode parecer ficção, mas o que ressalta das conversas telefónicas interceptadas no inquérito ‘Face Oculta’ é que um plano dominava a cabeça do primeiro-ministro e de um conjunto de homens da sua confiança ao longo de 2009: controlar a principal comunicação social do país. |
O plano envolveu directamente alguns dos principais gestores da PT e de outros grandes grupos económicos, mas também de bancos – todos qualificados como «os nossos».
O primeiro alvo que surge é a TVI e percebe-se que o «esquema» estava em marcha há quase um ano. Manuela Moura Guedes, que à sexta-feira abria o Jornal Nacional com notícias sobre o ‘caso Freeport’, era uma das vozes a silenciar. Mas para isso tinham de afastar da estação o director, José Eduardo Moniz. Armando Vara, quando a estratégia sofreu o primeiro revés, disse a frase certa numa das várias conversas interceptadas: «Esta operação era para tomar conta da TVI e limpar o gajo».
As primeiras escutas com relevância criminal são de Maio de 2009, com Paulo Penedos (advogado, dirigente do PS, assessor na PT e pivô para vários negócios) e Armando Vara (ex-dirigente do PS, muito próximo de Sócrates, e vice-presidente do BCP) a falarem do assunto com vários interlocutores.
No dia 26 de Maio, Penedos recebe um telefonema do administrador executivo da PT para quem trabalha: Rui Pedro Soares (ver biografia na pág. 9), o homem escolhido para ultimar o contrato com o grupo de media espanhol Prisa, que há muito se sabia estar vendedor de 30% da portuguesa Media Capital, dona da TVI.
Rui Pedro pede-lhe para ligar para a secretária de Manuel Polanco (líder da Prisa) na TVI, para «marcar a reunião para a semana, conforme combinado».
PT compra através de fundos
No dia seguinte, 27, Paulo Penedos dá conta dos seus receios a Américo Thomati (presidente executivo do Tagus Park, em representação da PT, a cujo quadro pertence). É que Zeinal Bava, presidente executivo da PT, não queria envolver o nome da empresa na compra e optara por engenharias participadas pelos bancos para a ocultar.
«O Zeinal já arranjou maneira de, não dizendo que não ao Sócrates, fazer a operação de forma que ele nunca aparece» – conta Penedos, explicando que vão «passar uns fundos para Londres». Thomati diz que «então são os fundos que aparecem a comprar». Paulo diz que não está disposto a ficar mal visto no mercado e o outro remata: «Não é conveniente para nenhum».
30% por 90 milhões
No dia 29 de Maio, Rui Pedro Soares diz que esteve «com o Júdice» (o advogado José Miguel Júdice, cujo nome é apenas referido, não existindo escutas de conversas com ele), que pensou outra solução. A Media Capital, empresa-mãe da TVI, detém outras participadas. Se a PT, aliada a parceiros de confiança, dividisse esse ‘bolo’ em fatias, conseguiriam dominar a holding através dos administradores lá colocados pelos vários compradores. Rui Pedro conta como se «inventou uma solução de antologia»: em vez de comprarem 30% da holding, «compram activos em baixo, o que permite que a PT, directamente, possa comprar a internet e a produtora de novelas, e que outras entidades mais inócuas vão comprar 30% da televisão».
Rui Pedro Soares e Paulo Penedos convocam para os ajudar João Carlos Silva (vogal da comissão executiva do Tagus Park e ex--presidente da RTP nomeado por Armando Vara, quando este foi ministro-adjunto de Guterres e tinha o pelouro da Comunicação Social).
No dia 2 de Junho, Rui pede a Paulo para fazer «aquele périplo pelos empresários do Porto, pessoas de confiança». Rui esclarece as contas: vão «comprar 30% por 90 milhões» e «era importante que o João Carlos conseguisse, pelo menos, uma participação de 9 milhões. Em dinheiro seriam 3 milhões, no máximo».
No dia 3 de Junho, Rui Pedro vai a Madrid, negociar com o patrão da Prisa, Manuel Polanco.
Manuela sai, para o entretenimento
No dia 5 de Junho, Penedos fala com um homem não identificado, mas que parece bem informado. Comunica-lhe que, na segunda-feira a seguir, vai ter «um dia lindo, que começa com Zeinal», às 8h45. Ao saber que, na reunião, o tema na mesa é a TVI, o interlocutor diz que «tem-se rido» com o assunto, pois tem «informação privilegiada».
Penedos revela que, quanto a «ela, Manuela Moura Guedes, vai ser anunciado já que vai sair» – «vai para o entretenimento». Moniz é um problema nesta altura ainda não resolvido: «Ele deve ser muito bom porque os espanhóis querem fazer a transição com tranquilidade». Têm medo de, «se o hostilizarem, perderem uma boa operação em Portugal» e afectarem os activos da Media Capital. O que Moniz «não sabe é que já não estão a pedir a cabeça dele». Ou seja, há outras formas de resolver a questão.
A 17 de Junho, Paulo Penedos não tem dúvidas sobre o desfecho do negócio e avisa um certo Luís (alguém que vive fora do país e que não surge identificado) de que «vai haver alterações imprevisíveis na comunicação social». Daí a dois dias, segundo as suas contas, a TVI «vai deixar de ser controlada por Moniz e Manuela».
O tal Luís quer saber se a Media Capital vai mudar de dono. Penedos garante o plano inicial, que apenas compram 30% à Prisa. Mas também poderão comprar o Correio da Manhã a Paulo Fernandes – já que o dono da Cofina, com a quebra das receitas de publicidade, admite desfazer-se do diário se não entrar no negócio da TVI. Pediu «140 milhões, para começar a conversar».
Impresa na mira
A Impresa, grupo de Francisco Pinto Balsemão, também é envolvida. Foram então comunicadas à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) duas operações, fora de Bolsa, de compra e venda de acções da holding do fundador do Expresso. A Ongoing, de Nuno Vasconcelos e Rafael Mora (accionistas da PT), compra mais 1,88% da Impresa. O BCP vendeu também a sua participação na Impresa, quase na mesma percentagem.
Paulo Penedos explica ainda ao incógnito Luís: «A confirmar-se a operação da TVI», esta «terá algum fôlego na reorganização da comunicação social, da qual apenas lhe dá um lamiré» – as «transacções do grupo Impresa nas últimas horas». «Está tudo ligado».
A encenação e o jogo psicológico noutras esferas de poder também não são descurados. Entre os sócios do Benfica opositores a Luís Filipe Vieira, surgira o movimento ‘Vencer, Vencer’ que convida Moniz para se candidatar à presidência do clube. O director da TVI admite estar a pensar seriamente no assunto – e Paulo Penedos vê logo aí «um sinal», uma «saída» mesmo.
Em conferência de imprensa, Moniz anuncia que afinal desiste, pois não tem tempo para preparar convenientemente a candidatura.
Paulo Penedos lamenta, mas acha que isso até «foi bom»: acabou por ser uma excelente «cortina de fumo», que já deixou às pessoas a ideia de que o próprio Moniz até está disponível, tem vontade em sair da direcção da TVI sem dramas e conotações políticas.
O negócio com a Prisa está quase fechado. A 19 de Junho, Rui Pedro Soares manda Paulo Penedos tratar de enviar a Manuel Polanco «um documento», por email. Penedos fala com a secretária do líder da Prisa em Madrid, diz-lhe que «é a versão definitiva».
Jantar com Sócrates: ‘é tudo ou nada’
Estava-se a 19 de Junho e Rui Pedro comenta com Penedos que está «tudo a seguir o seu caminho» e que vai «jantar com o 1.º». Telefona três horas depois e conta que «o chefe estava bem disposto».
No dia seguinte, 20 de Junho, Moniz dá uma conferência de imprensa e Paulo faz o relato a Rui: «Não tem nada de pessoal contra o primeiro--ministro» e «terá dito que, se não o ouvirem na alteração ao projecto, sai sem fazer barulho».
Então, conclui Rui, «a abordagem está a correr bem». Mas avisa que há uma alteração de última hora: Sócrates diz que «tem de ser a PT, especificamente, a fazer a operação». Penedos pergunta-lhe se o documento que foi para a Prisa já reflecte isso e a resposta é afirmativa. Rui, aliás, tem viagem marcada para Madrid daí a três dias para fechar o negócio. Penedos desabafa que «é uma situação de risco» e que tem «mais medo do lado interno».
Internamente, porém, a situação parecia salvaguardada. A PT assumia o negócio e Rui seria o substituto de Moniz. Para isso, teria de fazer uma espécie de comissão de serviço na Prisa. Sócrates – que é apelidado pelos seus como o «chefe» ou «chefe maior» – dissera-lhe que tinha de ir para a Prisa «durante três meses». O que ele acata: «O chefe diz que é tudo ou nada e que não pode ficar com a fama e sem o proveito».
Rui Pedro adianta que também «já está escolhido o homem da informação, o Paulo Baldaia» (director da TSF, rádio do grupo Controlinveste, de Joaquim Oliveira, que inclui o DN e o JN).
Notícias colocadas nos jornais
Mas o caso Benfica/Moniz, causara interrogações nos jornalistas e começam a circular informações de que a PT estava na corrida à TVI. Além disso, a súbita mudança de planos obriga a acções rápidas.
A 23 de Junho, terça-feira, Rui Pedro Soares parte para Madrid, num avião a jacto, para ultimar o negócio com a Prisa. Pelo telefone, comenta com Penedos a manchete do Diário Económico (da Ongoing) que satisfaz os seus objectivos. O jornal dá conta de que não apenas a PT, mas também a Telefónica estão na guerra pela Media Capital.
Nesse mesmo dia, a PT é obrigada a fazer um comunicado à CMVM em que admite o interesse estratégico na Media Capital – mas nega ter sido concretizado qualquer acordo.
Rui e Paulo esfregam as mãos: ambos concordam que, dada a forma como as coisas foram feitas, só uma teoria da conspiração anularia a ideia de que se tratou de uma «guerra entre empresas». «Ao menos a notícia já não sai de chofre».
O ego dos dois é enorme e Rui Pedro Soares festeja o rasgo intelectual de ambos: «Podemos escrever um livro e ser pagos a peso de ouro». Com a campanha eleitoral à porta, comenta que merece mesmo ser recompensado pelos seus feitos – depois disto, espera «obter do chefe ‘luz verde’ para lhe tratar da comunicação durante três meses».
Rui telefona para Armando Vara: «O que lhe está a parecer a comunicação?». O homem do BCP não vacila: «Boa».
Mas a rápida inversão de estratégia deixa os mais próximos preocupados. José Penedos (presidente da REN) não percebe, mas o filho explica-lhe que se trata de «uma cortina de fumo para dar a ideia de que há mais interessados e que se trata de algo com mero interesse empresarial para justificar a operação».
‘Isto é que é uma tristeza total’
Conta ainda ao pai como Rui voara para Madrid num jacto particular, com as minutas do contrato na mão, que já lhes tinha enviado por email. Os bancos com que a Prisa trabalha «não estavam a aceitar as condições financeiras» e, «por isso, estão agora a negociar». E adianta: «As minutas não foram feitas por mim mas pelo Bes Investimentos». José Penedos ri-se: «Isto é que é uma tristeza total».
Aos primeiros minutos do dia 24, Paulo Penedos reporta a Rui Pedro Soares as manchetes dos jornais da manhã seguinte, que está a ver nas televisões. Mas Rui, em Madrid, ainda está preocupado com outros imbróglios do negócio. Estão a terminar «um novo documento para o Moniz assinar». Vai mandar-lhe, para Penedos o ler.
A notícia correcta já está em alguns jornais, que não engoliram a história do interesse da Telefónica: o diário i tem como manchete «PT compra 30% da Media Capital». Os comentários sobre Moniz e as más relações com o Governo multiplicam-se e o ambiente começa a ficar tenso.
Rui Pedro Soares e Paulo Penedos apostam que houve fuga de informação. Paulo recebe os ecos da PT, que está dividida. Agora «está toda a gente contra» – «o chairman (Henrique Granadeiro) está contra», «o Zeinal faz isto porque é um profissional, mas está-se a torcer».
Rui Pedro Soares sabe que vai receber ataques, mas continua mais preocupado com José Eduardo Moniz, que ainda não saiu de cena: «Se o Moniz é corrido sem nós entrarmos, é melhor para a PT», mas «é pior para o ‘chefe máximo’».
Um contrato para Moniz
Paulo não tem dúvidas que «os gajos que trabalharam ali espalharam» informações. Por seu lado, Rui já informara quem de direito: «Disse ao Sócrates que tem a noção que andam nisto há dez meses e que só nos últimos dias é que…». Mas o primeiro-ministro tinha uma ideia fixa: «O Sócrates perguntou-me se não era melhor correr com o Moniz antes da PT entrar». Rui garantiu-lhe que não, porque «tem uma grande pára-choques para ele» (o ‘chefe’).
E Penedos: «Custe o que custar em termos de dinheiro, por muito que um gajo possa pensar que o crime compensa ou vamos beneficiar o gajo, o Moniz devia sair confortável para estar calado».
Mas o que os deixa mais moídos são os comentários do socialista Arons de Carvalho no i, ao dizer que teme que a entrada da PT na TVI possa ser vista como tentativa de pressão do Governo: «Parece que põe cá a história toda e, ainda por cima, burro, dá como certa a entrada da PT».
Dia 24 é dia de debate na Assembleia da República, entre Governo e oposição e os homens do plano adivinham que vem aí um ataque a Sócrates.
Ainda em Madrid, com ordens para manter o plano, Rui aguarda a todo o momento a hora em que irá falar com a Prisa. Dá então instruções a Penedos para meter de imediato uma pessoa num avião, para lhe levar o seu computador a Madrid.
Entretanto, pede-lhe que vá ao seu gabinete e entre no seu email – «a password é ‘Sócrates2009». O contrato de Moniz está concluído e tem de ser «entregue a Zeinal».
Falta um minuto para as 11 horas da manhã, quando Fernando Soares Carneiro (outro administrador executivo da PT) telefona a Armando Vara. Recorda-lhe o almoço em que falaram «das perpétuas» (acções de direito perpétuo, que também pode significar golden share) e pergunta ao vice-presidente do BCP quando «termina o prazo». Este responde que «precisam de tomar uma decisão hoje». Fernando diz-lhe que «interessa que esteja a ser analisado o pacote da PT» – Vara responde apenas que «está» e «o outro está mas não é para já».
À mesma hora, Paulo Penedos lê um documento a Rui Pedro Soares. Trata-se de um contrato de prestação de serviços para «consultor» do grupo PT na área dos audiovisuais. Pela conversa de ambos, deduz-se que seria um contrato para Moniz assinar.
Sócrates já falou com Zapatero
Paulo Penedos diz a Rui que Soares Carneiro lhe «disse que o negócio estava feito», pois «ontem à noite o Zapatero (chefe do Governo espanhol) tinha falado com Sócrates».
São três horas da tarde (ainda do dia 24) e Rui Pedro Soares pergunta a Penedos «se a Mediapro já disparou» (trata-se de outro grupo de media espanhol, dono da cadeia La Sexta, que em Maio de 2009 os jornais espanhóis diziam ser alvo do interesse da Prisa, que estudaria uma fusão). Penedos responde: «A informação que há aqui é que dispararam; a Mediapro e as acções da Prisa dispararam 9%».
Como condicionar Cavaco
Ainda na mesma conversa, Rui Pedro Soares equaciona mais uma ideia: «As rádios (da Media Capital) vão ser compradas pela Ongoing e pelo genro de Cavaco» (o empresário Luís Montez).
Penedos comenta que «isso é bom» e pergunta--lhe se é «o autor desta patifaria». Rui Pedro acrescenta, referindo-se a Cavaco, que «é o preço da paz e que esse cala-se logo, fica a cuidar dos netos».
O debate no Parlamento começa por essa altura e Penedos vai relatando o que se passa a Rui Pedro Soares. Diogo Feio, deputado do CDS, pergunta a Sócrates se o Governo está a par do negócio da PT/TVI. E o primeiro-ministro perde a calma, mas nega: «O Governo não dá orientações nem recebe informações da PT».
Rui Pedro pede então a Paulo que vá aos estatutos da PT ver em que circunstâncias a golden share do Estado na empresa tem de dar parecer. Penedos pergunta se o negócio «está fechado ou não». Rui diz que sim, mas, como a questão «Moniz não está fechada», ele também «não fecha» – não quer «cair do cavalo abaixo, deixando a questão do Moniz por assinar antes de assinarmos». «Os gajos estão debaixo de uma pressão terrível pois as acções da Prisa cresceram hoje 14%», acrescenta. Mas chegam à conclusão que «está tudo feito em fanicos».
À noite, Armando Vara recebe um telefonema de outro arguido no ‘Face Oculta’, o empresário Fernando Lopes Barreira, que lhe pergunta se viu «a entrevista da ‘bruxa’» à SIC Notícias (referindo-se a Manuela Ferreira Leite, líder do PSD). Vara responde que não e o amigo comenta que «saiu-se bem».
Vara diz que já ouviu dizer que ela disse que Sócrates mentiu, ao dizer que não sabia de nada. Comentam que «não se dizia uma coisa dessas». Vara diz que «ninguém acredita que não soubesse», diria antes que «foi um erro trágico», «ele tinha de ter dito que não foi oficialmente informado, mas tinha conhecimento disso». Termina a dizer que as cisas vão correr mal e Lopes Barreira responde que não tem a mínima dúvida. No dia seguinte, 25, Cavaco Silva desafia publicamente a PT a esclarecer o que se passa. Zeinal Bava, presidente executivo da PT, vai à RTP dizer que não havia negócio nenhum, apenas uma disponibilidade de ambas as partes. Nos bastidores discute-se: avança-se ou não se avança. Até que Sócrates anuncia que, se a PT prosseguir, o Estado usará a golden share para vetar o negócio.
O plano sofre assim um sério revés, mas não ficaria por aqui.
In Sol