quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Grécia: A greve de 10 de Fevereiro de 2010 ! Por KKE


Classe contra Classe! chama os militantes revolucionários e sindicalistas, a compararem estas reivindicações dos sindicatos gregos, a P.A.M.E., com as lutas e com as miseras propostas e acordos que as Direcções Sindicais têm feito com os sucessivos governos em Portugal.

O exemplo do "acordo de princípios" na Educação, a inconsequência e o adiar de novas formas de luta mais radicais, no caso dos enfermeiros, a não mobilização do sector privado e de todos os trabalhadores em situação de precariedade ou recibo verde de forma séria e combativa é bem a prova de que é necessário, que os trabalhadores tomem consciência da necessidade de dotar os sindicatos, com novas e combativas Direcções, porque a manter-se a actual situação de conciliação e colaboração os governos continuarão a aplicar as suas politicas reacçionárias e a retirar os direitos económicos e sociais conquistados pelos trabalhadores, alguns deles inclusivamente durante a ditadura fascista.

Dado que os interesses do proletariado português, são idênticos ao do grego e ao conjunto do proletariado europeu, "Classe contra Classe!" apela para que os trabalhadores portugueses apoiem a luta dos trabalhadores gregos, contra as medidas que o governo capitalista quer tomar contra o seu povo e que lutem pelas mesmas reivindicações em Portugal. "Classe contra Classe!"


Por KKE.
Dezenas de milhares de trabalhadores e empregados, tanto do sector privado como do público, responderam ao apelo à greve da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), uma frente de sindicados de classe na Grécia.

O PAME efectuou comícios de massa em 66 cidades por todo o país, ao mesmo tempo que 300 sindicatos primários e secundários (sindicatos, centros sindicais, federações industriais) do sector público e privado decidiram participar da greve.

O êxito da greve foi mais uma resposta às medidas anti-povo anunciadas pelo governo social-democrata do PASOK tais como redução de salários e pensões, aumento da idade de reforma.

Os trabalhadores viraram as costas ao apelo do governo ao compromisso "a fim de salvar o país" da crise. Eles mostraram que a Grécia não está em perigo de bancarrota e que o grande capital é o responsável pelos défices e pelas dívidas.

Foi o grande capital que antes e durante a crise fez lucros fabulosos chantageando os estratos trabalhadores e populares e colocando o fardo da crise sobre os seus ombros. A 24 de Fevereiro seguir-se-á outra grande greve e mobilização. Desde a madrugada de 10 de Fevereiro milhares de trabalhadores e estudantes juntaram-se na linhas de piquetes nos portões das fábricas e outros locais de trabalho. Grandes unidades industriais, companhias multinacionais, estaleiros de construção e o maior porto da Grécia, no Pireu, congelaram.

A árdua batalha de preparar a greve, os piquetes, a denúncia do compromisso das forças conduzidas pelo patronato e do sindicalismo amarelo que controla as confederações de trabalhadores do sector privado (GSEE ) e do sector público (ADEDY) fortaleceram a classe trabalhadora na Grécia.

Também deve ser observado que o GSEE* continuou as suas tácticas de rompimento de greves e não organizou a greve, apoiando portanto o governo. Por outro lado, o ADEDY apelou a uma greve em 10 de Fevereiro e organizou um comício no centro de Atenas, embora com escassa participação. Em contrapartida, dezenas de milhares participaram no comício de massa do PAME em Atenas o qual foi feito junto ao Parlamento grego.

Apesar da chuva, o povo trabalhador condenou a política anti-trabalho, anti-povo e o ataque do bloco negro constituído pelo governo juntamente com o patronato, a UE e os partidos da plutocracia que instam a classe trabalhadora a fazer os "sacrifícios" que a UE e o governo pedem.

Vasilis Stamoulis, presidente da federação sindical dos trabalhadores da indústria têxtil fez um discurso no comício. Representantes do movimento dos camponeses do All Peasants' Militant Rally [PASY] e do Pan-Hellenic Coordination Committee dos auto-empregados também fizeram uma saudação. Uma delegação do CC do KKE (Partido Comunista Grego) encabeçada pela secretária-geral do CC, Aleka Papariga, participou do comício. Após o comício de massa seguiu-se uma marcha de protesto nas ruas centrais de Atenas até o Ministério do Trabalho.

Os protestatários tornaram claro que não farão qualquer sacrifício para a plutocracia e exigiram:
Emprego estável para todos.


7 horas de trabalho por dia, 5 dias por semana !

Salário mínimo de 1400 euros !

Reforma aos 55 anos para as mulheres e de 60 para os homens, aos 50 e 55 para as ocupações de risco !

Medidas para protecção substancial dos desempregados e das suas famílias e não cupons de caridade para os supermercados !
1120 euros de subsídio de desemprego para todo o período do desemprego sem quaisquer condições ou pré requisitos. !
Plenos cuidados de saúde e farmacêuticos !
Tributação drástica das grandes empresas em 45%. !

Abolição de todos as isenções e privilégios fiscais. !

Na sua intervenção politica a secretária-geral do CC do KKE, Aleka Papariga, no comício do PAME: Apelou ainda para que os trabalhadores não apoiem e combatam as medidas que o governo vai tomar para reduzir o Défice Público, medidas essas que visam fazer os trabalhadores abdicar dos seus direitos económicos e sociais.
"Não prestem atenção ao que eles estão a dizer!"
O resgate de banqueiros, industriais e comerciantes grossistas é a única coisa com que eles se preocupam.
"Eles trarão medidas ainda piores a menos que o povo trabalhador trave esta onda de medidas, a menos que desafiem os ditames do governo." "Por isso, bloqueio a estas medidas, levantamento e luta constante!" Novos golpes estão a vir na segurança social e na tributação.
"Bloqueio ao seu avanço! Não acreditem neles! Virem-lhes as costas!"
* GSEE, pode ser comparada à UGT em Portugal.

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