PCP e BE acusam ministério da Educação de "má fé" e "falta de seriedade" nas negociações Estatuto Carreira Docente

PCP e BE acusam ministério da Educação de "má fé" e "falta de seriedade" nas negociações Estatuto Carreira Docente

Lisboa, 17 mar (Lusa) - PCP e BE acusaram hoje o Governo de "má fé" e de uma "profunda falta de seriedade" nas negociações que desenvolveu com os sindicatos sobre a revisão do Estatuto da Carreira Docente.

A polémica em volta do projeto de lei da nova carreira docente entregue pelo ministério da Educação na segunda feira aos sindicatos foi levantada pelo deputado do PCP Miguel Tiago numa declaração política no plenário da Assembleia da República, onde deixou duras críticas à ministra da Educação, Isabel Alçada.

"Finge negociar para manter o essencial na mesma, sem ter sequer a coragem política de o assumir perante os parceiros. O comportamento do Governo foi de tal ordem manipulador e cínico que apenas divulgou o documento final após a passagem de todos os prazos, nomeadamente do período suplementar de negociação", acusou Miguel Tiago.

Segundo os sindicatos, o projeto de lei do Governo inclui matérias que não foram negociadas no âmbito do acordo de princípio que oito estruturas sindicais assinaram com o executivo em janeiro, nomeadamente o fim dos concursos de colocação.

O Governo, contudo, já assegurou que são "totalmente infundadas" as notícias sobre "qualquer alteração ao regime dos concursos" de colocação dos professores e garantiu que a proposta será negociada com os sindicatos.

Hoje no plenário do Assembleia da República o PCP não poupou, porém, críticas ao ministério da Educação, considerando que a negociação foi gerida com "má fé".

"O Governo e o ministério da Educação, com o apadrinhamento do PSD, mantêm a sua intransigência, disfarçada agora com uma cara diferente", acusou o deputado comunista.

"É inqualificável e revelador de uma profunda falta de seriedade", corroborou a deputada do BE Ana Drago, lamentando que o projeto divulgado pelo Governo pareça indiciar "que os professores continuam a ser o seu alvo preferido".

Pelo PSD, a deputada Vânia Jesus disse que o seu partido está "extremamente preocupado", insistindo que o ministério da Educação impõe no documento entregue aos sindicatos alterações que "nunca foram negociadas com os sindicatos".

A defesa do Governo foi feita pela deputada socialista Paula Barros que assegurou que "o que estava assinado no acordo de princípio está vertido no projeto" enviado pelo ministério da Educação aos sindicatos e rejeitando a ideia que as negociações já estejam fechadas.

"As negociações não estão fechadas", garantiu Paula Barros, que devolveu as acusações deixadas pela bancada do PCP.

"O PCP é que não conseguiu digerir o acordo de princípios", disse, acusando os comunistas de estarem a fazer um "aproveitamento político" da questão.

VAM.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/fim