Dois milhões de manifestantes no Cairo
Esta terça-feira cerca de dois milhão de pessoas reuniram-se na praça Tahrir para exigir demissão do presidente Mubarak. Protestos multiplicam-se em várias cidades egípcias. Exército reconhece legitimidade dos protestos e declara não utilizar força contra o povo.
Foto beinternacional.
Na cidade portuária mediterrânea de Alexandria, os protestos atraíram centenas de milhares de manifestantes. Protestos também foram registados nas cidades de Suez, Mansoura, Damnhour, Arish, Sinai, Tanta e El-Mahalla El-Kubra.
Em comunicado divulgado na passada segunda-feira, o Exército reconheceu "a liberdade de expressão" e a legitimidade dos protestos e afirmou que não iria utilizar a força contra os manifestantes.
Na tentativa de dissuadir as pessoas de participarem neste massivo protesto, a televisão estatal egípcia pediu às pessoas para ficarem em casa, alertando para a possibilidade de se registarem actos de violência. À frente da televisão estatal reuniram-se, a mando da administração, algumas centenas de trabalhadores que, supostamente, apoiam o presidente Mubarak.
Numa tentativa de conter os protestos, o vice-presidente egípcio veio anunciar que o presidente Hosni Mubarak lhe pediu que iniciasse um diálogo com todas as forças políticas do país. Esta estratégia não teve, manifestamente, os resultados desejados.
Durante a noite de segunda para terça-feira foi cortado o último serviço principal de fornecimento de internet que ainda se encontrava funcional e a partir do final da tarde de segunda-feira o tráfego de comboios foi cortado e a transportadora nacional estatal EgyptAir cancelou todos os voos internacionais e domésticos durante as horas de recolher obrigatório.
Vigília de Solidariedade para com o povo Egípcio em Lisboa
Está a ser convocada no facebook uma vigília de solidariedade com o povo egípcio e pedindo o fim da violência contra as manifestações, para esta terça-feira, pelas 18.30 horas, no Largo de Camões em Lisboa.
Esquerda.net
2 comentários:
" El Baradei será apenas o elemento transitório da revolução egipcia,uma espécie de kerenski russo"
A explosão social verificada no Egipto e até mesmo na Tunisia apesar de lá existir forças revolucionárias com maior implatação,estas as "explosões" estão muito longe da crise revolucionária que determinou a revolução de Fevereiro de 1917, e que passados apenas sete meses desembocou na Grande Revolução Bolchevique,ou seja, não só estavam criadas todas as condições objectivas, como mesmo as subjectivas com a existência do Partido Bolchevique tendo à sua frente a figura GENIAL de Lenine.
Por outro, nem Lenine, nem o partido bolchevique alguma vez apoiaram a indegitação de Kerenski,pelo contrário,denunciaram sempre o governo provisório chefiado por este e instigaram
o proletariado e o povo soviético a levar o seu movimento revolucionário o mais longe possivel contra o regime,ou seja, até Outubro.
O "independente" Rui Tavares e a comissão central do BE e da própria UDP(porque ainda não se demarcaram desta posição reaccionária)pelo contrário, apelam antes que seja tarde demais e que o poder possa cair na RUA, que o entreguem a El Baradei, que como todos sabemos é o homem que se segue de confiança das várias potências imperialistas que disputam os seus variados interesses geo-estratégicos no Egipto.
Como já lhe disse, concordo com o seu ponto de vista, quando diz que não devemos deixar ninguém de fora do campo revolucionário, que todas as forças revolucionárias são necessárias, mas esse não é o caso de Rui Tavares, Miguel Portas, de F.Louçã, Marisa,Daniel Oliveira, João Azevedo, Heitor de Sousa etc.ect. e mesmo da maior parte dos Kerenskis, que compõem o concelho nacional da UDP que há muito trairam e se passaram para o campo da social democracia.
É por isso e por saber que você é uma pessoa honesta e radical do ponto de vista revolucionário, que nós procuramos aprofundar o nosso relacionamento consigo, para que nos ajude a criar uma alternativa programática revolucionária, para não cairmos na actual situação que os povos do norte de Africa e próximo Oriente estão a cair, por falta de uma direcção revolucionária para a sua luta.Percebeu querido João?
Um abraço
A Chispa!
Nota:Deixo-lhe aqui de novo a minha morada informática,para o caso de querer aprofundar a nossa troca de opiniões e o nosso relacionamento pessoal.
"jotaluz@gmail.com
Caro amigo,
claro que sei que tanto no Egipto, como em todos os países árabes, a situação não é nada comparável com a Rússia de 1917. Está muito longe disso como, aliás, em toda a Europa. Agora considerar que o BE e a UDP, dos quais sou dirigente nacional, tenha enveredado pela via social-democrata, isso não corresponde minimamente à verdade. Não nego que não tenha elementos pró social-democracia, mas isso até é uma virtude, pois temos de trabalhar com toda a gente que aspire a uma grande mudança revolucionária, tanto em Portugal, como na Europa e em todo o mundo. As revoluções não triunfam com minorias, embora estas tenham um papel muito importante na condução dos movimentos revolucionários. Estamos numa luta de morte contra o capital financeiro, o império e o neo-liberalismo selvagem - para o triunfo de qualquer movimento revolucionário contra essas forças poderosas, é imperioso constituir uma grande frente, onde naturalmente muitos social-democratas caberão.
Abraço.
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