domingo, fevereiro 13, 2011

Louçã: Moção de censura "responde por mais de metade da população"

Francisco Louçã defendeu este sábado que a moção de censura que o partido vai apresentar “responde por mais de metade da população portuguesa” e sublinhou que Portugal é hoje um país “mais desigual” que o Egipto.
Francisco Louçã: “A luta do Bloco de Esquerda é para destruir todas as políticas que têm degradado a economia; esta moção de censura é por uma alternativa à esquerda". Foto Paulete Matos.
"Esta moção de censura responde por mais de metade da população portuguesa. Os desempregados, os trabalhadores precários e quem tem sido destruído por uma economia cruel. Portugal é hoje um país mais desigual que o Egipto em todas as comparações internacionais", afirmou Francisco Louçã.
A desigualdade de que fala Louçã verifica-se, por exemplo, pela comparação entre os dois países a partir do coeficiente de Gini, um parâmetro utilizado pela ONU nos seus estudos e que avalia a distribuição da riqueza traduzida num índice de desigualdade – mais informações aqui. Assim, segundo a ONU, o Egipto apresenta um coeficiente de Gini de 34.4, enquanto Portugal se situa nos 38,5. O número mais alto representa um índice de desigualdade maior.
O coordenador da Comissão Política do Bloco falava aos jornalistas, durante a tarde deste sábado, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde decorreu a primeira sessão do Curso de Introdução à Economia Política organizado pela CULTRA.
Francisco Louçã afirmou que a moção que o Bloco de Esquerda vai apresentar contra o Governo a 10 de Março tem como razões fundamentais "salvar o país e as gerações que estão a ser destruídas pelas medidas que o Governo apresenta para promover a facilidade dos despedimento", mas também defender "uma geração de trabalhadores, jovens cientistas que vivem à procura da bolsa, de trabalhadores qualificados que vivem à espera do recibo verde".
"Percebo que os barões da situação estejam irritadíssimos e estou convencido de que ficarão mais irritados ainda quando souberam as duas razões fundamentais para esta moção de censura", afirmou.
Sublinhando que "a pouca vergonha ultrapassou todos os limites", Louçã recordou que o Governo quer que os contratos de trabalho sejam cessados de forma "mais barata e mais eficiente", "com o apoio do PSD".
Por isso, defende que a luta do Bloco de Esquerda é para "destruir" todas as políticas que têm degradado a economia, afirmando que esta moção de censura "é por uma alternativa à esquerda".
"Os barões do PSD são hoje os maiores defensores do Governo, defendendo os recibos verdes, os precários e os que ficam desempregados. Quem contribui para facilitar o despedimento e promover a precariedade tem de ser censurado", acrescentou.

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