Bloco de Esquerda contra nomeações para Caixa herdeiras do "gangsterismo" do BPN
Bloco de Esquerda contra nomeações para Caixa herdeiras do "gangsterismo" do BPN
Lisboa, 27 jul (Lusa) - O Bloco de Esquerda criticou hoje as nomeações para a administração da Caixa Geral de Depósitos pelas suas associações ao "gangsterismo" que afirma ter marcado a gestão do BPN.
Em conferência de imprensa no Parlamento, o deputado João Semedo considerou "lamentável" a escolha de Rui Machete para vice-presidente da Assembleia Geral do banco uma vez que este foi "presidente do Conselho Superior da SLN", a sociedade dona do BPN.
João Semedo afirmou que as nomeações "contrariam as promessas de transparência e despartidarização que o Governo anunciou na campanha" para as eleições legislativas.
A gestão do BPN é "o maior escândalo financeiro da história" em Portugal e ir para a administração da Caixa "é um prémio que [Rui Machete] não merece e que o Governo lhe entrega", afirmou João Semedo.
O Bloco de Esquerda está também contra a nomeação de Nogueira Leite como vice-presidente da Comissão Executiva do banco, justificando que este transita do grupo Mello, onde dirigia "atividades também no domínio da Caixa Geral de Depósitos que vão ser privatizadas".
O Bloco rejeita que o Governo tenha de injetar "mais 500 milhões de euros" para recapitalizar o BPN e torná-lo atrativo para compradores no processo de reprivatização.
Se tal acontecer, o Estado vai "pagar para vender e vai perder mais do que o que vai obter com a venda", afirmou, indicando que o erário público já perdeu cinco mil milhões com o processo de nacionalização do BPN.
João Semedo frisou que o Bloco quer informação "completa e rigorosa" sobre o dinheiro que o Estado gastou e vai gastar com o BPN, qual o plano para reduzir prejuízos e qual o resultado da auditoria à gestão pós-nacionalização feita pelo Tribunal de Contas.
O Bloco recusa ainda que vá mais dinheiro público para o BPN, seja diretamente seja por via da Caixa Geral de Depósitos.
Se se concretizar a venda, o Bloco quer que caduquem imediatamente todas as garantias a que o Estado está comprometido e que fiquem garantidos os empregos e direitos dos trabalhadores do BPN.
APN
Lusa/fim