domingo, julho 31, 2011

“O corte no subsídio de Natal é para alimentar juros”

Francisco Louçã criticou o Governo pelas medidas “punitivas que impõe aos portugueses para compensar a dívida”, destacando que o corte no subsídio de Natal “é para alimentar juros”, e reafirmou que defender a renegociação da dívida e a redução dos juros é a única “atitude sensata”.
Comício do Bloco de Esquerda, que juntou centenas de pessoas em Monte Gordo e onde intervieram Cecília Honório, José Manuel Pureza e Francisco Louçã
Comício do Bloco de Esquerda, que juntou centenas de pessoas em Monte Gordo e onde intervieram Cecília Honório, José Manuel Pureza e Francisco Louçã
O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda afirmou também que o Orçamento Rectificativo que o Governo vai apresentar à Assembleia da República se destina a “a assegurar dinheiro fresco para o sistema financeiro”.
A afirmação foi feita num comício do Bloco de Esquerda em Monte Gordo, que juntou centenas de pessoas, e onde intervieram também Cecília Honório e José Manuel Pureza.
Segundo a agência Lusa, Francisco Louçã centrou a sua intervenção na entrevista dada pelo pelo Presidente da República ao jornal Expresso deste sábado.
“Acha o presidente que a decisão europeia de baixar o juro é vantajoso, e tem toda a razão”, destacou Francisco Louçã, acrescentando que Cavaco Silva “há um tempo atrás dizia que não se podia fazer nada”, “afinal Cavaco Silva reconhece que tínhamos razão”.
O dirigente do Bloco criticou também o Governo pelas medidas “punitivas que impõe aos portugueses para compensar a dívida” e realçou que o orçamento rectificativo “são 12 mil milhões de euros que comprometem durante 12 anos seguidos todos os subsídios de Natal dos trabalhadores”, sublinhando que Portugal “poderá ficar refém” do sistema financeiro até 2046, caso seja accionada “outra rubrica de 35 mil milhões de euros”.
“O sistema financeiro obriga a pagar juros que Portugal não pode pagar”, referiu ainda Francisco Louçã, salientando que o agravamento do endividamento e as medidas anunciadas pelo Governo “levam a que daqui a dois anos tenhamos perto de um milhão de desempregados, e que os jovens sejam obrigados a imigrar”. E concluiu, apelando à “luta pela responsabilidade pela criação de emprego, e por uma economia mais justa e transparente”.

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