terça-feira, janeiro 03, 2012

Assembleia Municipal de Portimão exige suspensão imediata de cobranças na A22

A Assembleia Municipal de Portimão exigiu a suspensão "imediata" da cobrança de portagens na Via Infante de Sagres/A22 (Algarve), no sentido de salvaguardar o turismo como a principal atividade económica da região.
 

 
A moção apresentada pelo Bloco de Esquerda (BE) foi aprovada por maioria, com os votos do PS (14), BE (dois), CDU (um), CDS-PP (um) e com a abstenção dos deputados municipais do PSD (cinco), na última reunião de 2011 daquele órgão autárquico e anunciada hoje.
O BE alega que o "sustentáculo económico do turismo no Algarve está em causa, com a cobrança de portagens" a empresas, visitantes e turistas que circulam a partir da Ponte Internacional do Guadiana, que liga Portugal e Espanha.
No documento, aquela força política considera que a transferência de tráfego da A22 para a Estrada Nacional 125 (EN125) "multiplica os consumos de combustível, criando uma situação de caos e bloqueio à mobilidade, com custos agravados para a produtividade do trabalho e um entrave para a economia".
A moção destaca dados avançados pela Euroscut, concessionária da exploração da Via Infante de Sagres, que apontam, segundo o documento, uma diminuição em cerca de 60% do tráfego médio diário, registando "uma intensidade zero" após a implementação de portagens.
Para os partidos que votaram favoravelmente, estes números confirmam "as previsões da transferência do tráfego rodoviário para a EN125, uma via litoral longitudinal conhecida como a estrada da morte, dada a sua elevada taxa de sinistralidade e mortalidade, recolocando-a como uma das mais perigosas estradas do país".
Segundo a moção aprovada, os dados geram “extrema preocupação” sobre o desenvolvimento económico e social do Algarve, por fazerem temer o encerramento de empresas das áreas da construção civil, restauração, distribuição, agricultura e turismo.
Para justificar a suspensão "imediata" das portagens na Via Infante de Sagres, a Assembleia Municipal de Portimão lembra que "anualmente são mais de 55 milhões de pessoas que se deslocam entre Espanha e Portugal e mais de 25 milhões de toneladas de mercadorias que fazem o intercâmbio comercial” entre os dois países.
"A situação é tão grave que já motivou um conjunto de medidas legislativas e políticas de denúncia, esclarecimento e queixa contra Portugal, da parte da sociedade espanhola, num consenso entre organizações políticas, empresariais e cívicas", lê-se no documento.
De acordo com a moção, “não há futuro para o Algarve se não forem tomadas medidas sérias de anulação” das portagens, sobretudo tendo em conta o contexto de crise.
Observatório do Algarve

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