segunda-feira, janeiro 16, 2012

Plano de Reabilitação Urbana de Portimão vai ser esta noite debatido em Assembleia Municipal

  O Plano de Reabilitação Urbana de Portimão vai ser discutido esta noite em Assembleia Municipal (AM) e já se sabe que deverá ser rejeitado pelo menos por uma das forças políticas da oposição, o Bloco de Esquerda. Mas isso não deverá impedir a aprovação do Plano, já que o Partido Socialista, que gere também a Câmara Municipal, tem maioria na AM.
O Bloco de Esquerda (BE) considera que o Plano «contém muitas contradições e até fantasias lunáticas» próprias de quem «está desfasado da realidade».
Uma dessas alegadas «fantasias lunáticas» é, segundo Rui Barradas, «a ideia de o plano incluir a construção de um teleférico na zona ribeirinha, cujas receitas, diz o documento, servirão para pagar um hotel de 5 estrelas a ser criado na zona antiga da cidade e denominado Old Town Resort».
Outra «fantasia», segundo salientou o BE numa conferência de imprensa onde o Sul Informação foi o único órgão de comunicação presente, é a projetada «Cidade do Cinema».
Centro antigo de Portimão
É que, salientou por seu lado Semião Quedas, «o problema é que este Plano que a Câmara de Portimão apresenta mete coisas muito diferentes no mesmo saco», que vão desde a reabilitação urbana do centro antigo da cidade, a projetos de renovação urbana para a faixa ribeirinha da cidade, que incluem a construção do teleférico, de um edifício de escritórios e lojas no atual largo do dique, de outro edifício junto à ponte velha do Arade, bem como a criação da Cidade do Cinema, ou a construção de uma Gare Rodo-Ferroviária, e a reformulação do Largo Gil Eanes, entre outras intervenções.
Ora, disse João Vasconcelos, também membro do BE, «nós não somos contra a reabilitação do centro antigo, que até achamos que é urgente. Nós somos é contra este tipo de plano, que é uma grande baralhada».
«A Cidade do Cinema, o teleférico, o tal Old Town Resort, tudo isso são projetos megalómanos que, nas atuais condições de mercado, não têm condições para avançar, porque não há quem queira investir neles. E se a Câmara persistir em mantê-los no Plano de Reabilitação Urbana, então estará a querer criar mais uns quantos elefantes brancos, para ajudar a afundar ainda mais as finanças municipais», acrescentou João Vasconcelos.
Os bloquistas até defendem que o Plano tem alguns aspetos positivos, como a Reabilitação Urbana do Centro Antigo da cidade de Portimão ou a construção de uma Gare Rodo-Ferroviária, que ligue a estação de comboios ao futuro terminal de autocarros. E poderiam estar dispostos a votar a favor do Plano se o documento fosse dividido e expurgado dos restantes aspetos que merecem a sua oposição.
Mas, ainda assim, o Bloco tem dúvidas quanto aos pressupostos da Reabilitação Urbana do Centro Antigo, um vasto plano que abrange 17 hectares e 726 edifícios, a concretizar em quatro fases, uma das quais – a do levantamento das situações porta a porta – já está a decorrer.
É que o Plano prevê que a condução de todas estas operações seja atribuída à empresa municipal Portimão Urbis, que irá criar «uma holding com capital de 35 milhões de euros, na qual a Câmara Municipal participa com 20%».
Intervenção na zona da Casa Inglesa
«Para nós, isto é uma maneira de ajudar a salvar a Portimão Urbis, que tem despesas monstras e que assim ficaria a gerir este bolo, recebendo a delegação de todos os poderes», acrescentou João Vasconcelos.
No caso do Centro Antigo, e segundo foi revelado em setembro do ano passado, durante uma sessão pública de apresentação das várias intervenções previstas em Portimão, o financiamento dos 24,9 milhões de euros que se estima que sejam necessários será assegurado pelos proprietários dos edifícios, por parcerias entre entidades públicas e privadas e através de fundos de financiamento, como o programa europeu JESSICA.

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