Centenas em cordão humano pela defesa dos hospitais públicos no Algarve
Este protesto surge semanas depois de um abaixo-assinado subscrito por 182 médicos alertar para a alegada existência de adiamentos de cirurgias programadas no CHA, por falta de material, e que havia falta de medicamentos.
Na sequência deste alerta, hoje, os participantes no cordão humano levaram "presentes" para o administrador do CHA.
Uma almofada, fraldas, luvas, agulhas, pensos, uma tesoura, fita adesiva, uma caixa de primeiros socorros e envelopes foram algumas das "prendas" que Célia Alfarroba levou para o cordão humano, afirmando que se Pedro Nunes precisasse de mais algum material hospitalar ou outro, "para a semana voltava à loja dos chineses".
Vários autarcas do Algarve também participaram na iniciativa de hoje.
Em declarações à Lusa, Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, defendeu que o Algarve só pode ser "uma região turística sustentável e desenvolvida" se "prestar serviços de saúde de qualidade".
A autarca recordou que no Hospital de Portimão "a cardiologia está altamente deficitária" e é "praticamente inexistente" no serviço de urgências, assim como há problemas nas valências da ortopedia e pediatria e "falta de medicamentos e equipamentos".
Os presidentes das Câmaras de Aljezur, José Amarelinho, e de Loulé, Vítor Aleixo, também se mostraram solidários com a causa.
"Quero ser solidário com todo o povo do Algarve que está a sofrer as consequências de uma política absolutamente agressiva", declarou à Lusa Vítor Aleixo, vincando que os autarcas não podem assistir "impávidos e serenos" à degradação de um direito à saúde.
José Amarelinho, por seu lado, questionou o Estado sobre o que ia fazer com o Serviço Nacional de Saúde e mostrou-se revoltado com o facto de os 16 autarcas algarvios terem pedido uma reunião urgente com o ministro da Saúde para discutir a Saúde no Algarve e, mais de duas semanas depois, ainda não terem obtido qualquer resposta.
Segundo o autarca da Aljezur, o Algarve "precisa de mais dinheiro para a Saúde, precisa de mais médicos, de mais camas e não precisa de fechar mais extensões de saúde", mas sim de as reabrir.
Para domingo, o Movimento de Cidadãos pela Defesa dos Serviços Públicos de Saúde do Algarve vai voltar a concentrar-se à frente ao Hospital de Portimão, pelas 14:00, partindo em caravana automóvel pelas 14:30 para a Estrada Nacional N125, para se associar ao cordão humano que se vai realizar em Faro.
Lusa/SOL
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