segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Situação das urgências no país é “muito preocupante”

O coordenador nacional do Bloco de Esquerda participou este domingo no Cordão Humano no Hospital de Faro “contra a degradação e pela defesa da saúde na região”: João Semedo lamentou que os utentes sejam obrigados a aguardar “horas e horas” para serem atendidos e defendeu a criação de uma “urgência básica” em cada hospital.
Foto (recortada) de Luís Forra, Lusa.
Cerca de duas centenas de pessoas participaram este domingo no protesto silencioso pela qualidade do Serviço Nacional de Saúde.
A iniciativa, convocada pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos no Algarve, juntou cidadãos, mas também autarcas, como o do município de Tavira, Loulé e Olhão, deputados como Miguel Freitas, eleito pelo PS, em Faro, e João Semedo, coordenador nacional do Bloco de Esquerda. Presentes estiveram também alguns médicos e outros profissionais de saúde, bem como o ex-presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, Luís Lourenço, e o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (Amal), Jorge Botelho.
A uma só voz defendeu-se a qualidade dos cuidados de saúde no Algarve e a demissão de Pedro Nunes, ex-bastonário da Ordem dos Médicos e atual presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), mediante a degradação que se vem verificando na situação das unidades de saúde algarvias (ler artigo: Caos instalado no Centro Hospitalar do Algarve exige a demissão da administração, defende Bloco).
O representante da Amal, Jorge Botelho, apelou ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, para marcar a reunião de urgência, com os autarcas algarvios, solicitada há 14 dias, e que não teve, até à data, qualquer resposta.
Situação das urgências no país é “muito preocupante”
Os protestos realizados este fim de semana em Portimão e em Faro contaram com o apoio do Bloco de Esquerda, que iniciou este domingo na capital do Algarve o Roteiro pela Saúde, um périplo por diferentes pontos do país, e que levará o coordenador nacional do Bloco, João Semedo, a Santarém na próxima segunda feira.
Junto às urgências do Hospital de Faro, onde participou no Cordão Humano “contra a degradação e pela defesa da saúde na região”, o dirigente bloquista afirmou-se “muito preocupado” com o Serviço Nacional da Saúde (SNS) e com a situação das urgências no país.
João Semedo lamentou que os utentes sejam obrigados a aguardar “horas e horas” para serem atendidos e defendeu a criação de uma “urgência básica” em cada hospital a que “as pessoas, quando adoecem, podem recorrer” (ler artigo: O tempo de espera nas urgências hospitalares é “desumano”).
O coordenador nacional do Bloco sublinhou ainda que tem “estranhado” a forma como o diretor do CHA, Pedro Nunes, “se tem pronunciado sobre os problemas de Saúde no Algarve, sobre os problemas [da instituição] que dirige e, sobretudo, sobre os colegas que lhe escreveram a carta” a alertar para a existência de adiamentos de cirurgias programadas no CHA, por falta de material, e para a falta de medicamentos.
O deputado afirmou acreditar que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, “ainda tenha uma réstia de sentimento de responsabilidade para mudar o que se está a verificar [no Hospital de Faro]”.
“Reorganização trouxe degradação!”
Em comunicado, o Secretariado da Comissão Coordenadora Distrital do Algarve do Bloco de Esquerda frisa que "a reorganização dos cuidados de saúde no Algarve, iniciada em maio de 2013, e que deu lugar à criação do Centro Hospitalar do Algarve, desde a primeira hora criticado pelo Bloco, promoveu o encerramento de serviços e valências contribuindo para dificultar o acesso aos cuidados de saúde por parte da população algarvia".
No documento, o Bloco/Algarve manifesta "a sua solidariedade para com todos os algarvios, utentes do serviço nacional de saúde na região, no sentido de combater as políticas restritivas de direita ao serviço da troika".
Esquerda.net

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