sábado, janeiro 16, 2010

Jantar do MIC em PORTIMÃO
Manuel Alegre diz 'Sim' às presidenciais

Manuel Alegre afirmou-se hoje disponível para o combate das presidenciais, num jantar em Portimão que junto mais de 300 apoiantes. "Nunca baixei os braços, nunca fugi a nenhum combate nem antes nem durante nem depois do 25 de Abril e também não ficarei neutro agora", afirmou.
alegre.jpg
Ver Galeria 3

Depois de traçar o perfil de um Presidente da República, "porque Portugal necessita de um Presidente capaz de mudar a economia, mudar o sentido da política, mudar a vida, ter capacidade de invenção e poder de inspiração", o militante socialista apelou ao exemplo de Teixeira Gomes, numa altura em que estão a decorrer as comemorações dos 150 anos do estadista.

“Aqui na terra de Teixeira Gomes, afirmo que estou disponível para este combate”, afirmou, suscitando a reacção mais emotiva da noite, com a assistência a aplaudir de pé.

No jantar que reuniu entre 300 a 400 pessoas em Portimão, junto ao Pavilhão Portimão Arena, marcaram presença Helena Roseta, o ‘histórico’ do PS Luis Filipe Madeira, os ex- dirigentes comunistas Carlos Brito e Carlos Luís Figueira.

Entre os autarcas, contavam-se o presidente da Câmara Municipal de Portimão Manuel da Luz, José Amarelinho, presidente do município de Aljezur e o seu antecessor Manuel Marreiros, António Eusébio presidente de São Brás de Alportel, Lisete Romão, do PS- Silves e Carlos Tuta de Monchique.

O Bloco de Esquerda estava representado pelos seus dirigientes regionais.

Na sua intervenção no jantar promovido pelo Movimento Intervenção e Cidadania (MIC), Alegre afirmou também que Portugal "vive uma hora difícil" e que "é sempre mais fácil desistir e baixar os braços", considerando que "Portugal existe" e que "é preciso acreditar e agir".

“Ver um pouco mais longe do que o estreito horizonte do dia a dia"

Para Alegre, o chefe de Estado deverá ser uma referência "e uma fonte de inspiração, alguém que traga consigo uma nova liderança não pela interferência nas áreas do Governo, mas pela pedagogia do gesto, da palavra e da acção".

O socialista acrescentou ainda que o Presidente da República terá que ser "alguém que aponte o caminho e seja capaz de nos fazer ver um pouco mais longe do que o estreito horizonte do dia a dia.Alguém que seja um patriota e um cidadão do mundo", sublinhou.

No jantar promovido pelo MIC, que apoiou o candidato socialista nas eleições presidências de 2006, Manuel Alegre sublinhou que o Presidente da República terá que se "identificar com as raízes profundas da nossa história e da nossa cultura, mas ser simultaneamente um cosmopolita aberto aos problemas das outras sociedades".

Segundo o agora candidato a Presidente da República, que fez questão de recordar a sua militância socialista, as pessoas "precisam de um Presidente que não lhes fale apenas do presente, não lhes repita apenas números e estatísticas, mas aponte horizontes que lhes permitam esperar em vez de somente aguardar e muitas vezes desesperar", numa referência implícita a Cavaco Silva.

E também deixou um recado ao PS: "desejo que se aprove um orçamento que responda às necessidades dos portugueses e corresponda aos interesses do país e a discussão do Orçamento corra bem ao partido, mas como dizia o meu amigo Jorge Sampaio, há mais vida além do orçamento".

Manuel Alegre acredita que pode construir uma sociedade "mais justa e solidária através de serviços públicos geridos, não pela lógica do grupo, mas pela realização do interesse geral e através de um novo modelo económico".

“É Portugal que nos interpela, é esse o combate que chama por nós e o que venho aqui dizer-vos é que estou disponível para esse combate”, declarou antigo deputado, que nas últimas presidenciais se candidatou sem o apoio do PS.

Portugal "vive uma hora difícil" e "é sempre mais fácil desistir e baixar os braços", mas "é preciso acreditar e agir". "Nunca baixei os braços, nunca fugi a nenhum combate nem antes nem durante nem depois do 25 de Abril e também não ficarei neutro agora", sublinhou.

É altura de os cidadãos se manifestarem

O ex-dirigente comunista Carlos Brito disse ter ficado satisfeito com o anúncio de Manuel Alegre, sublinhando que é a única pessoa capaz de fazer o pleno das forças de esquerda reunindo igualmente personalidades de vários partidos,em declarações à Lusa,.

Carlos Brito acrescentou que irá dar todo o seu apoio a Manuel Alegre, tal como já o tinha feito nas anteriores presidenciais, porque se trata de um homem com "visão larga de solidariedade, consciente dos problemas do país".

Por sua vez Filipe Madeira, em declarações ao Observatório do Algarve, comentou a disponibilidade de Manuel Alegre e a presença de muitos militantes socialistas, considerando que “esta é a altura de os cidadãos se manifestarem.Mas os partidos são necessários e terão igualmente de participar”, desafiou.

A seu lado, Fernando Anastácio, membro do secretariado da Comissão Política da Federação algarvia, alinhou no comentário:”Este é o tempo de os cidadãos se pronunciarem”.

Já para Carlos Tuta “Manuel Alegre é o único candidato que o PS deve apoiar para evitar fracturas”.

Se do lado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã mostrou esta noite, na SIC Notícias, a sua disponibilidade para estar ao lado de Manuel Alegre na corrida a Belém, o PCP, escusou-se a emitir hoje qualquer comentário à disponibilidade de Manuel Alegre para entrar na corrida às presidenciais de 2011.

Em baixo, pode ler o discurso do socialista Manuel Alegre, clicando no documento em anexo.

'ps' 'presidenterepublica' 'portimão' 'política' 'manuel-alegre'


Conceição Branco/Mário Lino

Ver Anexo: discurso manuel alegre.pdf
In Observatório do Algarve

0 comentários: