quinta-feira, abril 14, 2011

FEEF=FMI: Vem tirar aos pobres para dar aos ricos Versão para impressão

Assumida a cedência de José Sócrates ao poder dos bancos que se uniram para obrigar o governo a recorrer à ajuda externa, a resposta solidária entre o sector financeiro não demorou a demonstrar quem realmente beneficia com o pedido de resgate. Em poucas horas, a mesma banca que ameaçou cortar os empréstimos ao Estado, viu valorizar os seus ganhos em 350 milhões de euros, disparando 5% em bolsa e ironicamente um dia depois do anuncio do pedido de ajuda a Bruxelas, Lisboa acabaria a liderar os ganhos na Europa.

Mas ao mesmo tempo que a banca portuguesa já ganha só com o anúncio do pedido de ajuda - ainda sem a chegada dos financiamentos da UE ao sector financeiro - em nome da necessidade de manter a sua liquidez e solvência, destina-se-lhes também uma parte significativa dos 80 mil milhões.  A primeira tranche de financiamento que rondará os 25 mil milhões de euros visam apenas a amortização de dívida soberana de Portugal.

Para proporcionar tão apetecivel “banquete” aos ricos, o BCE, Comissão Europeia e FMI exigem, a exemplo da Grécia e da Irlanda, maiores sacrifícios para os pobres, para os trabalhadores, para as famílias e para os jovens, a quem impõem medidas de austeridade como contrapartidas aos muitos milhões disputados pelo capital que delapida cruelmente a economia do país.

Vêm aí novos e dolorosos PEC,s que sentarão fácilmente à mesma mesa PS-PSD-CDS e de todos eles, os decisores europeus querem  compromissos para prosseguirem e aprofundarem o caminho que, no essencial, vêm fazendo de forma consensual, tendo como base de partida o PEC IV numa versão designada por mais “ambiciosa”, que inclua programa de privatizações e maior flexibilização laboral. Objectivos e exigências através dos quais o FEEF=FMI vem tirar aos pobres para dar aos ricos como contrapartida. Tudo para satisfazer as pressões dos mercados especuladores, que não dão sinais de dar tréguas a quem de facto paga, com muitos sacrifícios, as consequências económicas e sociais das impagáveis dívidas e os inflacionados juros das politicas liberais e monetaritas que vão arruinando povos e países.
José Carlos Lopes

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