A onda cresce dentro das escolas e os jornais fazem eco da resistência
"Docentes estão a dizer à ministra que modelo não é exequível"
Os conselhos pedagógicos das escolas Alice Gouveia, de Coimbra, e Jaime Magalhães, de Aveiro aprovaram documentos que pedem a suspensão do processo de avaliação e desempenho dos professores.
A excessiva carga burocrática, a ausência de formação para preenchimento da ficha de objectivos individuais ou a publicação obrigatória dos despachos de delegação de competências dos professores avaliadores são motivos invocados para a tomadas de posição. São apenas dois exemplos. Aos sindicatos chega diariamente o conhecimento de mais situações.
"No Barreiro, por exemplo, há escolas onde a quase totalidade dos professores subscreveram esses pedidos. O movimento está a crescer", descreve Carlos Chagas. O líder do Fenei/Sindep considera que a ministra da O JN Online destaca: Educação só terá duas opções, na reunião entre Sindicatos, ME e Conselho Científico para a Avaliação, no final do 1º período: "ou suspende ou arranja novo regime simplificado, o que provará a falência do modelo". Para o líder da Fenprof, Mário Nogueira, "os docentes, no terreno, estão a dizer à ministra que o modelo não é exequível".
"Como é possível um professor, com cinco turmas, ter de fazer só para o processo de avaliação 758 páginas de relatórios, 1456 fotocópias para o portfólio e 91 reuniões, além das orbigatórias com os encarregados de educação?", insiste Carlos Chagas.
A Associação Nacional de Professores também elogia as tomadas de posição das escolas. "De pouco servem as manifestações se nos lugares próprios os docentes não forem consequentes", defendeu João Grancho.
Comentário
A onda alastra por todo o país. Bravo, escola secundária D. João II, em Setúbal, escolas de Chaves, escola secundária da Amadora, escola secundária de Ovar, agrupamento de escolas de Armação de Pêra, escola secundária Eugénio de Castro, em Coimbra, e tantas outras cujas moções tenho postado no ProfAvaliação. Finalmente, os jornais estão a fazer eco da resistência interna, da luta silenciosa que os professores travam nas escolas. Há heróis e heroínas nas escolas de Portugal. Homens e mulheres que não se deixam amedrontar por tiranetes e aspirantes a ditadores. A onda cresce dentro e fora das escolas. Basta mais um esforço: todos presentes nas manifestações de 8/11 e de 15/11, em Lisboa! Está quase. Agora, ninguém desiste. Ninguém fica em casa!
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