terça-feira, dezembro 28, 2010

Pobreza afecta mais de 80 milhões de europeus PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
pobrezanaeuropa07

Mais de 80 milhões de cidadãos europeus, 16 por cento dos habitantes dos 27, vivem ainda sob a ameaça da pobreza. Aproximadamente 20 milhões são crianças. A situação continua a agravar-se com a crise, expondo ainda mais os grupos vulneráveis.
O Eurobarómetro, instituição de Bruxelas responsável por esta conclusão, afirma que em pleno final do ano que foi dedicado ao combate à pobreza e à exclusão social, a União Europeia têm que continuar os seus esforços nesta área durante a próxima década. Para isso é necessário colocar os grupos de risco no centro das preocupações sociais, além de o mercado de trabalho ser essencial para um crescimento inclusivo e sustentado.
A redução da pobreza é o motor do futuro crescimento, reconhece o Eurobarómetro. Por iniciativa da Comissão Europeia, os dirigentes da União Europeia estabeleceram, pela primeira vez, um objectivo concreto para reduzir a pobreza e a exclusão social em cerca de 20 milhões em 2020.
A cifra insere-se nos objectivos da chamada Estratégia2020, posta em causa por numerosos partidos, instituições e cidadãos europeus por ser irrealista dentro do quadro das medidas económicas que têm vindo a ser adoptadas, as quais irão vigorar por extensos prazos e têm como consequências imediatas o aumento da pobreza. Além disso, medidas tomadas por alguns países em relação a comunidades de cidadãos estrangeiros ou de origem estrangeira têm contribuído para ameaçar o processo de inclusão social.
A “Plataforma Europeia contra a Pobreza e a Exclusão Social” estabeleceu caminhos de acompanhamento da acção dos Estados-membros de modo a controlar e combater a exclusão social. Os países serão obrigados a definir objectivos nacionais ambiciosos, revelando anualmente os graus de cumprimento.
A questão que se levanta perante este processo tem normalmente a ver com a contradição existente entre números divulgados com efeito de propaganda e as políticas sociais que são efectivamente aplicadas. Sectores políticos e sociais que contestam a política feita na base das estatísticas vagas e das promessas irrealistas consideram que muito mais importantes que os números são as acções e a realidade só pode ser apurada na avaliação dos resultados destas. A austeridade provoca pobreza, não a combate, concluem.
O Eurobarómetro afirma que a Comissão está disponível para apoiar os esforços a realizar encorajando políticas de protecção social, de emprego, educação e de concretização de fundos a nível europeu. A Comissão, segundo a mesma fonte, promete promover parcerias e novos caminhos para combater a pobreza através da inovação social e da experiência de novas ideias políticas.
Em relação a isto, organizações políticas e sociais europeias argumentam que existem caminhos mais comprovadamente eficazes do que novas ideias “para experimentar” e que podem ser, por exemplo, que a Comissão e o Conselho Europeu abdiquem da austeridade e da submissão aos mercados financeiros como forma de combater a crise optando por uma política de índole social, por exemplo a substituição do fundo de estabilização por um fundo de desenvolvimento social, a criação de emprego e a valorização do trabalho como motor das economias e do crescimento.
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