terça-feira, dezembro 07, 2010

"Revolução" contra os bancos marcada para amanhã

Banqueiros e governos inquietam-se com o apelo à "revolução" do ex-futebolista, Eric Cantona, que aconselha as pessoas a tirarem amanhã, 7, as suas economias dos bancos.


Aumentar Texto Diminuir Texto Link para esta página Imprimir Enviar por email
del.icio.us technorati digg facebook myspace reddit google search.live newsvine
A "revolução" está marcada para amanhã, dia 7. O apelo do ex-futebolista francês, hoje ator de cinema e de teatro, Eric Cantona, para que as pessoas levantem amanhã todo o seu dinheiro dos bancos está a inquietar banqueiros e governantes.
A "revolução", como ele chamou a operação, visa dizer "basta" ao "sistema capitalista" e conta já com milhares de aderentes em França e em toda a Europa.  
Em Paris, o jornal "Libération" chamou, em manchete, "novo Robin dos Bosques" a Cantona, mas os banqueiros e os ministros não estão a achar graça nenhuma à brincadeira.
Jean-François Sammarcelli, diretor do banco francês Société Générale, avisou que não existe nada pior do que "o pânico e uma corrida aos depósitos". "Se toda a gente retirasse o dinheiro do banco ao mesmo tempo isso seria dramático", acrescentou o banqueiro.
Christine Lagarde, ministra francesa da Economia e Finanças, e François Baroin, seu colega do Orçamento, chamaram Cantona de "irresponsável". "Ele que fala mas é de futebol, as pessoas têm de ser responsáveis", exclamou Lagarde.
No seu apelo, gravado em vídeo durante as manifestações do mês de Outubro em França, Cantona diz que os governos já não ligam às manifestações nem às greves.
"É preciso fazer a revolução de outra maneira e, na minha opinião, a verdadeira revolução é tirar o dinheiro dos bancos para os obrigar mudar as coisas", explicou ontem o ex-futebolista do Manchester United.
A data do "caos nos bancos" foi marcada, via Internet, para amanhã, dia 7. Mas, hoje, algumas televisões francesas já filmaram alguns seus compatriotas quando foram aos bancos levantar as suas economias. "Apenas deixei lá o suficiente para pagar as faturas", disse um deles. "Faço isto para protestar contra o sistema e a crise: os bancos provocaram a crise, foram salvos da falência com o nosso dinheiro e nada mudou, continua tudo na mesma!", explicou este "revolucionário".
Os banqueiros e governantes franceses receiam que as pessoas adiram ao movimento por "desespero" e por não verem soluções para a crise.
"O sistema está construído com base nos bancos; portanto, apenas pode ser destruído atacando os bancos, tirando de lá o dinheiro", acrescentou Cantona.
Expresso

0 comentários: