A inutilidade dos objectivos individuais. Ensinar sim, massacrar não!
1. É inacreditável o que se está a passar com a classe docente. Como é possível um professor chegar à escola com ânimo e boa disposição, para cumprir a sua verdadeira tarefa de ensinar, após passar quase toda a noite a consumir papéis e a destruir a sua mente que devia ser poupada para poder desenvolver, com êxito, todo o processo de ensino/aprendizagem num local tão nobre que é a sala de aula? Ao que nós chegamos! O tempo já não chega para preparar as aulas, mesmo trabalhando domingos e feriados! Por este caminho vamos parar todos ao “manicómio”.
2. Parece impossível! Afinal o que é a avaliação de desempenho? Estou a ficar baralhado e sabem porquê? Estou a presenciar, vivendo também esta azáfama, toda a classe docente, neste momento, na fase das confissões, pois nos seus objectivos individuais têm que a priori expressar todos os seus sentimentos em relação à meta a alcançar. Os professores estão a ter ainda um primeiro contacto, mal conhecendo o nível das capacidades e aprendizagens dos alunos e já se apontam resultados a atingir nos seus vários parâmetros!
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4. Há três tipos de avaliação que sempre tivemos em conta: a diagnóstica, a formativa e a sumativa. Perante esta realidade, os professores vão avaliando os alunos, usando todos os meios possíveis para que eles consigam perceber e atingir os melhores resultados. O nível deve corresponder sempre àquilo que o aluno conseguiu aprender ao longo do ano lectivo, sendo sempre um processo indutivo e imprevisível. Então se o docente fez tudo o que estava ao seu alcance para que o aluno superasse as suas dificuldades e não conseguiu, o que vai ser feito perante os objectivos traçados? Acham que os alunos devem passar por decreto ou pelo seu próprio mérito? Como é possível afirmar-se que, por exemplo, o 9º ano vai ter 100% de sucesso ainda antes do início das actividades lectivas? Se me dissessem, vamos fazer tudo por tudo para que os alunos trabalhem, cumpram o seu dever e se esforcem para que consigam atingir (com rigor e não com facilitismos!) o sucesso desejado, apoiava plenamente e acho que deve ser o dever de cada um de nós, mas o que ouço e leio é precisamente ir ao encontro de resultados e não de competências.
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Salvador de Sousa - Professor da Escola Monsenhor Elísio de Araújo – Vila Verde
ProfAvaliação
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