Que sentido faz tudo isto?
Caros colegas, quero partilhar convosco duas pequenas reflexões que julgo estão a ocupar as cabeças de muito de nós...
1ª reflexão
Eu, sinceramente, não sei como dar uma previsão de percentagem de sucesso nesta fase, a não ser que indique um valor qualquer, a olho. Ou seja, por outras palavras, a não ser que aldrabe. Mas, confesso que esse não é o meu espírito. Eu tenho quatro turmas, o que até corresponde a quatro níveis e a quatro disciplinas diferentes (sou um sortudo!). Todas as disciplinas são novas para os alunos dessas turmas e só em anos anteriores eu tive uma das turmas (por acaso noutras disciplinas). Nesta altura, em que me estão já a pedir valores, confesso que ainda não sei o nome de metade dos alunos. Ora, como posso eu fazer previsões? Nos segundo e terceiro períodos ainda vá que não vá..., tendo em conta as classificações anteriores e conhecendo os alunos até que se consegue fazer uma estimativa algo sustentada, digamos.
Insisto... Como se pode fazer previões assim? Gostava que alguém me explicasse. Já nem peço que me expliquem para que servem. Tenho muita pena, mas o melhor que eu posso fazer nesta altura, nalguns casos é dizer que prevejo uma taxa de sucesso que há-de estar algures entre os 65 e os 95%, por exemplo. Se fizer doutra maneira não estou a ser honesto. Eu não ensino desonestidade aos meus alunos nem admito que ma peçam a mim.
2ª reflexão:
Eu, quando vou avaliar um aluno através dum trabalho ou dum teste, ou através da sua atitude na aula, estou consciente daquilo que vou fazer porque eu sei e domino os conteúdos e aspectos que lhe vou pedir. Por exemplo, vou-lhe pedir que me mostre conhecimentos dos conteúdos de Geometria Descritiva porque eu domino essas matérias e porque lhe transmiti determinados conhecimentos nessa área. Obviamente, a quantidade e qualidade de conhecimentos assimilados depende de aluno para aluno em virtude de uma série de factores. Que sentido faria se pedissem a um professor de Electricidade para avaliar um teste de um aluno de Contabilidade?
No entanto, os colegas que nos vão avaliar, em muitos casos nada percebem das nossas áreas. Que sentido faz este tipo de avaliação? Será isto legal? (parece que sim) Mas será isto legítimo? Se não é permitido que um professor de Matemática avalie um aluno de Educação Física, como se pode permitir que um professor avalie outro numa área que lhe é desconhecida.
Eu tenho formação para ensinar e avaliar alunos nas disciplinas em que isso me é reconhecido. Que formação têm ou foi dada aos professores que vão avaliar colegas de outras áreas?
Que sentido faz tudo isto? Haja alguém que me explique.
António Galrinho
Movimento Escola Pública
1ª reflexão
Eu, sinceramente, não sei como dar uma previsão de percentagem de sucesso nesta fase, a não ser que indique um valor qualquer, a olho. Ou seja, por outras palavras, a não ser que aldrabe. Mas, confesso que esse não é o meu espírito. Eu tenho quatro turmas, o que até corresponde a quatro níveis e a quatro disciplinas diferentes (sou um sortudo!). Todas as disciplinas são novas para os alunos dessas turmas e só em anos anteriores eu tive uma das turmas (por acaso noutras disciplinas). Nesta altura, em que me estão já a pedir valores, confesso que ainda não sei o nome de metade dos alunos. Ora, como posso eu fazer previsões? Nos segundo e terceiro períodos ainda vá que não vá..., tendo em conta as classificações anteriores e conhecendo os alunos até que se consegue fazer uma estimativa algo sustentada, digamos.
Insisto... Como se pode fazer previões assim? Gostava que alguém me explicasse. Já nem peço que me expliquem para que servem. Tenho muita pena, mas o melhor que eu posso fazer nesta altura, nalguns casos é dizer que prevejo uma taxa de sucesso que há-de estar algures entre os 65 e os 95%, por exemplo. Se fizer doutra maneira não estou a ser honesto. Eu não ensino desonestidade aos meus alunos nem admito que ma peçam a mim.
2ª reflexão:
Eu, quando vou avaliar um aluno através dum trabalho ou dum teste, ou através da sua atitude na aula, estou consciente daquilo que vou fazer porque eu sei e domino os conteúdos e aspectos que lhe vou pedir. Por exemplo, vou-lhe pedir que me mostre conhecimentos dos conteúdos de Geometria Descritiva porque eu domino essas matérias e porque lhe transmiti determinados conhecimentos nessa área. Obviamente, a quantidade e qualidade de conhecimentos assimilados depende de aluno para aluno em virtude de uma série de factores. Que sentido faria se pedissem a um professor de Electricidade para avaliar um teste de um aluno de Contabilidade?
No entanto, os colegas que nos vão avaliar, em muitos casos nada percebem das nossas áreas. Que sentido faz este tipo de avaliação? Será isto legal? (parece que sim) Mas será isto legítimo? Se não é permitido que um professor de Matemática avalie um aluno de Educação Física, como se pode permitir que um professor avalie outro numa área que lhe é desconhecida.
Eu tenho formação para ensinar e avaliar alunos nas disciplinas em que isso me é reconhecido. Que formação têm ou foi dada aos professores que vão avaliar colegas de outras áreas?
Que sentido faz tudo isto? Haja alguém que me explique.
António Galrinho
Movimento Escola Pública
0 comentários:
Enviar um comentário