Um grupo de associações feministas e ligadas ao desenvolvimento local e à imigração promovem um encontro ao ar livre em Lisboa, com piquenique e festa toda a tarde de domingo. Lá fora, a Iniciativa Feminista Internacional aproveita o ano de eleições europeias para debater o feminismo e a participação das mulheres na política e nos partidos de esquerda. Sob o lema «Igualdade, Cidadania e Direit@s ! Somos Tod@s Feministas», a festa na Alameda D. Afonso Henriques começa ao meio dia e prolonga-se pela tarde de domingo. "Aos/às que dizem que o feminismo está fora de moda e que a luta das mulheres pela igualdade de direitos é coisa do passado, respondemos que, no nossos país, as várias dezenas de milhar de mulheres agredidas e violentadas todos os anos em casa, no trabalho e na rua, mais as cerca de 50 mulheres assassinadas pelos seus familiares em 2008, só por si seriam razões suficientemente eloquentes para assinalar o Dia da Mulher", diz o apelo da iniciativa, que escolheu a mulher imigrante como tema da celebração deste ano.
A razão da escolha é muito simples: "As mulheres imigrantes constituem-se como as excluídas dos excluídos, estão sujeitas às tarefas mais baixas e desqualificadas, a todo o tipo de exploração e discriminação, a leis que as subalternizam em relação aos homens e aos maridos e aos estereótipos sexistas e étnicos." Entre as organizações subscritoras contam-se a Abril, UMAR, Não Te Prives, Ass. caboverdeana de Lisboa, Solidariedade Imigrante, Casa do Brasil, GRAAL, SOS Racismo e a Marcha Mundial de Mulheres.
O Dia Internacional da Mulher também é comemorado pela esquerda internacional. “A Europa que queremos, não pode ser construída de costas voltadas para as mulheres”, diz o apelo distribuído pela rede “Iniciativa Feminista Europeia” em ano de eleições para o Parlamento Europeu, lembrando que as políticas europeias têm consequências directas nas 250 milhões de mulheres que aí habitam. O objectivo é promover a discussão em torno da participação activa das mulheres na vida política e especialmente nos partidos de esquerda que lutam por uma Europa social e democrática, contra as relações patriarcais e capitalistas, ajudando a clarificar os caminhos ainda difíceis de um feminismo de esquerda.
Também a rede El-fem (European Left Feminist network) promove na Áustria um debate subordinado ao tema: “Quão feminista é a esquerda? – Quão de esquerda é o Feminismo?”. Nesta conferência, que contará com a participação da dirigente bloquista Manuela Tavares, pretende dar-se um grande impulso ao debate entre esquerda e feminismo como contributo para as diferentes posições que assumirá esta discussão no periodo eleitoral para o Parlamento Europeu.
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