Professores indignados com desprezo de dirigentes da UGT
Notícia da Agência Lusa:
A Resolução Programática, com “100 propostas para mudar Portugal”, não perece ter despertado grande interesse na maioria dos congressistas, que deixaram a Aula Magna da Universidade de Lisboa quase vazia durante os trabalhos da manhã.
A Resolução Programática, com “100 propostas para mudar Portugal”, não perece ter despertado grande interesse na maioria dos congressistas, que deixaram a Aula Magna da Universidade de Lisboa quase vazia durante os trabalhos da manhã.
Os que se mantiveram na sala, maioritariamente representantes de sindicatos de professores, foram, no entanto, suficientes para animar a reunião magna.
Uma delegada ao congresso em representação do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Teresa Rosa, criticou a actuação da UGT, a quem acusou de falta de acompanhamento dos locais de trabalho e questionou sobre o acompanhamento dos delegados sindicais no terreno.
“Os gabinetes não vão aos locais de trabalho por isso é que há quebra de sindicalização”, disse a sindicalista, que integra o Movimento de Unidade e Democracia e Acção Reivindicativa (MUDAR), que tem assumido uma posição critica relativamente a actuação da UGT.
Teresa Rosa lançou a polémica lembrando as moções de solidariedade para com a luta dos professores que o MUDAR – composto pelas correntes minoritárias do SBSI - tem apresentando e que têm sido rejeitadas sucessivamente.
O presidente do SBSI, Delmiro Carreira, respondeu com comentários depreciativos sobre a posição dos professores, afirmou que o congresso não deveria servir para discutir questões internas dos sindicatos e foi fortemente apupado e assobiado.
“Os que estão a apupar são responsáveis pela má criação e é esta má criação que leva muita gente a um beco sem saída. A responsabilidade é vossa”, acusou.
João Proença teve de intervir para lembrar que a discussão era sobre os documentos orientadores da UGT e acusou ”alguns intervenientes de procurar dividir o congresso e de o conseguir”.
O secretário-geral da UGT contestou ainda que o Programa de Acção, em discussão na parte final da manhã, seja apenas um documento de concertação e não de acção.
À margem do congresso, João Proença desvalorizou à agência Lusa, os protestos dos professores no final dos trabalhos da manhã.
“As questões foram marginais e colocadas por um número extremamente reduzido de delegados mas tentou-se colocar aqui alguma divisão nomeadamente relativa aos professores”, disse.
O líder da UGT lembrou que o caderno reivindicativo da UGT, hoje aprovado, “é muito claro na questão da avaliação dos professores”.
As hostes acalmaram durante alguma tempo mas os ânimos voltaram a exaltar-se com a intervenção do dirigente do Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação, Carlos Miguel, que considerou grave que o congresso passasse a mensagem de que “os professores são guardadores de alunos”.
Fortes aplausos fizeram-se ouvir mas, de seguida, perante acusações de má educação da parte de um dirigente da Federação dos Engenheiros, Augusto Guedes, foram os apupos e os assobios que entoaram na sala.
Os trabalhos, já atrasados, foram interrompidos para o almoço, por falta de condições para continuar a discussão.
MEP
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