domingo, março 15, 2009

A educação sexual que aí vem e as razões da minha discordância com a proposta do PS

Para que não restem dúvidas, avanço já que concordo que as escolas transmitam informação sexual aos alunos. Apesar disso, tenho algumas reservas à proposta de lei do PS sobre educação sexual. E porquê? Porque me parece que vai aumentar, ainda mais, a já demasiado longa jornada lectiva dos alunos. Senão, vejamos: o PS propõe que sejam leccionadas, em todos os anos de escolaridade, um mínimo de 16 tempos lectivos de 45 minutos ao longo do ano lectivo. Acho um exagero. A criação de mais um ACND, à semelhança das outras que existem, e que deviam ser eliminadas, não vai trazer nenhum bem à escola. Então, como fazer a educação sexual nas escolas? Eu diria informação sobre a sexualidade e não educação sexual. E a informação sobre a sexualidade deve fazer-se nas aulas de Ciências da Natureza e de Biologia. Os professores dessas disciplinas têm preparação científica suficiente para transmitirem informação sobre a sexualidade. Os outros, regra geral, não têm. A educação sexual deve ficar a cargo das famílias. Ao entrar por aí, a escola só vai arranjar sarilhos. A sexualidade deve manter-se na área privada das pessoas e o Estado não deve ter doutrina sobre essa matéria. O que o Estado deve fazer é apenas legislar no sentido de impedir a repressão das diferentes formas de exercer a sexualidade. O Estado não deve servir-se dos professores e das escolas para transmitir ideologias sobre a sexualidade. Quer queiramos quer não, a educação sexual na escola ou é informação e, nesse caso, não precisa de ser chamada de educação, ou é ideologia. E os alunos não precisam que a escola lhes transmita ideologia sobre o sexo. Concordo com alguns aspectos da proposta de lei do PS, como é o caso da distribuição gratuita de preservativos aos alunos do ensino secundário. Mas discordo da existência de um gabinete de coordenação da educação sexual. Mais uma estrutura burocrática para mandar nos professores? Para ditar sentenças e exigir planos e relatórios que é para isso que servem os gabinetes de coordenação? Por que razão não entregar essas tarefas ao psicólogo escolar que, em coordenação com o centro de saúde local, se encarregaria da operacionalização e logística dos assuntos relacionados com a informação sexual e a distribuição de preservativos? E para quê a existência de um responsável pela educação sexual em cada turma? Num escola com 50 turmas, serão 50 responsáveis! É de loucos! Já imaginaram a quantiade de reuniões, planos e relatórios que estes 50 desgraçados vão ter de fazer?
ProfAvaliação

0 comentários: