terça-feira, maio 25, 2010

BRISA: BLOCO CRITICA GOVERNO POR NADA FAZER

O Bloco de Esquerda questionou esta segunda-feira o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações sobre o eventual fim dos portageiros da Brisa, criticando a passividade do Governo face à decisão de uma empresa que teve avultados lucros em 2009.
«Queremos saber por que razão é que o Governo continua a assistir passiva e silenciosamente a um despedimento colectivo que é provavelmente um dos mais significativos dos últimos anos em Portugal», declarou o deputado Heitor de Sousa à agência Lusa.
Brisa nega despedimento e fala em rescisões por mútuo acordo
O deputado bloquista referia-se à rescisão de contratos que «a Brisa - concessionária de um serviço público de auto-estradas - pretende levar a cabo e que está em preparação pelo menos desde o ano passado, quando os portageiros se reuniram num encontro nacional e alertaram o Governo».
Sublinhando que serão «mais de 1200 os trabalhadores afectados» por aquela eventual medida da Brisa, Heitor de Sousa considerou-a «um despedimento encapotado de acordo de rescisão«, uma vez que «os trabalhadores quase não têm a possibilidade de dizer que não».
Os bloquistas contestam ainda que a introdução da nova tecnologia que a Brisa pretende fazer na rede de que é concessionária torne essa rede «dependente de uma empresa que vai ter uma posição monopolista na gestão dessa tecnologia face à concessionária e, como tal, face ao serviço público de auto-estradas em Portugal».
Entre as desvantagens da medida está ainda o facto de «os utilizadores das auto-estradas deixarem de poder pagá-las com dinheiro ou de contar com os portageiros para obterem indicações sobre o percurso».
Para Heitor de Sousa, a decisão é «injustificável» também porque, «em plena crise económica e financeira do país, a Brisa atingiu lucros de 160 milhões de euros no exercício do ano passado, lucros dos mais significativos da sua história».
«Numa actividade concessionada pelo Estado, este é parte directamente interessada na forma como essa gestão é realizada e não pode aceitar que uma empresa com estes lucros astronómicos atinja o direito das pessoas ao emprego a coberto de uma alteração tecnológica», reforçou.
Assinalando que «a responsabilidade social de uma empresa é garantir os empregos das pessoas, reconvertendo as suas qualificações», o parlamentar afirmou que «a introdução de novas tecnologias pode significar um acréscimo de postos noutras actividades que estão a montante ou a jusante delas».
In Iol

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