quarta-feira, maio 05, 2010

Uma nova Primavera dos Povos está em marcha!

 

As barricadas de 1848: a mobilização das camadas populares contra as mazelas do Antigo Regime.


Com o fim da era napoleónica, as monarquias europeias reuniram-se com o objectivo de conter as propostas de transformação disseminadas pela Revolução Francesa. Tal encontro aconteceu no chamado Congresso de Viena, momento em que parte dos monarcas que ali se encontravam decidiu formar a chamada Santa Aliança. Nesse acordo, diversos monarcas comprometiam-se a auxiliar militarmente todas as monarquias que tivessem a sua autoridade ameaçada.

Contudo, esse projecto que deveria preservar o Antigo Regime não foi capaz de conter a marcha das novas revoluções que tomariam conta da Europa. No ano de 1848, as várias novas correntes políticas que surgiam em todo o Velho Mundo mostraram-se decididas a acabar com os regimes monárquicos. Em linhas gerais, o contexto político europeu via-se tomado não só pelas propostas liberais oriundas da experiência francesa, mas também contou com a ascensão das tendências nacionalistas e socialistas.


Um pouco antes que tais levantamentos acontecessem, entre os anos de 1846 a 1848, uma sequência de más colheitas provocou uma crise económica responsável pela súbita subida do preço dos alimentos. Concomitantemente, a queda no consumo dos produtos industrializados motivou o despedimento de operários nos centros urbanos. De facto, toda a economia capitalista europeia enfrentava um delicado processo de estagnação que daria origem aos levantamentos que marcaram a chamada “Primavera dos Povos”.


Reagindo a esse quadro desfavorável, membros do operariado e do campesinato passaram a exigir melhores condições de vida e trabalho. Aproveitando as novas tendências que surgiam, fizeram uma forte oposição ao regime monárquico por meio de uma série de revoltas. Alimentando ainda mais esse sentimento de mudança, devemos ainda salientar que nesse mesmo ano houve a publicação do Manifesto Comunista, obra do pensador Karl Marx que defendia a mobilização dos trabalhadores.


Comungando da união expressa por esse livro, várias cidades foram tomadas por barricadas de trabalhadores que se espalhavam por outras cidades da França, dos Estados Alemães, da Áustria e outros grandes centros urbanos. Apesar dos ideais românticos e das bandeiras coloridas a favor de uma sociedade mais justa, a “Primavera” não conseguiu transformar definitivamente a Europa. Contudo, demonstraram a nova articulação política que estava sendo engendrada.


A partir desse evento histórico, a sociedade burguesa teve alguns dos seus princípios assegurados, pois mesmo tendo carácter popular, essas revoltas não abririam mão das concepções favoráveis à igualdade civil, o fim dos privilégios de ordem feudal, as novas instituições jurídicas e o acesso aos cargos públicos. Além disso, demonstrava para a nova ordem burguesa o potencial de mobilização das classes trabalhadoras em torno de seus interesses e projectos políticos próprios.


Uma nova Primavera dos Povos está em marcha. Começou na Grécia e vai alastrar por toda a Europa. Os povos europeus não podem aceitar passivamente a canga que o capital financeiro, os especuladores e a burguesia parasitária lhes estão a impor. O FMI, a União Europeia e a grande finança internacional estão a exigir sacrifícios tremendos  ao povo grego. A seguir lançarão as suas garras de abutres sobre Portugal, Espanha e outros países da Europa. Foram eles que provocaram a crise e agora  querem mais uma vez que sejam os povos a pagar essa crise, com sangue, suor e lágrimas. Mas os povos da Europa deverão responder com uma grande revolução social, mobilizando-se aos milhões e construir a União Europeia dos Povos.


A época da luta de classes em lume brando está a passar. É preciso elevar o patamar da luta e passar à ofensiva, utilizando a violência revolucionária das massas se for necessário. Como está a acontecer na Grécia. A crise vai-se agravar, como se comprova, com milhões de desempregados e de pobres a aumentar todos os dias. Por sua vez a grande finança e os bancos têm lucros cada vez maiores, o que é escandalosamente obsceno. Se os cidadãos, os milhões de trabalhadores e de desempregados saírem à rua, as classes possidentes e tirânicas serão derrubadas. Está na hora!
CIDADÃOS! POVOS DA EUROPA UNI-VOS! LUTAI POR UMA NOVA PRIMAVERA DOS POVOS! POR UMA UNIÃO EUROPEIA DOS POVOS SOCIALISTA E POPULAR! 

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