No suplemento de Economia da última edição do “Expresso”, um dito reputado economista afirma que em Portugal “40% dos desempregados não voltam ao mercado de trabalho” e atribui essa situação ao facto de o subsídio português ser “um dos mais generosos da OCDE”, o que contribui para que “os desempregados fiquem mais tempo sem trabalhar”.
Nesta altura, com uma taxa de desemprego de 10,6%, culpar os desempregados de falta de vontade de trabalhar parece humor negro ou então é uma brincadeira de mau gosto.
Diz o povo que é mais cego o que não quer ver do que aquele que não vê. Só não vê a realidade quem não quer, pois quase todos os dias se dá conta nos meios de comunicação social – nomeadamente na televisão – do desespero em que ficam os trabalhadores das empresas que encerram em virtude da perda dos seus postos de trabalho. É óbvio que eles não ficam contentes, por passarem à inactividade e receberem o subsídio de desemprego. Às vezes são os dois elementos do casal atingidos ao mesmo tempo. Como é possível atribuir a pessoas na casa dos 40 ou 50 anos o gosto de permanecerem na inactividade, à sombra de um parco subsídio de sobrevivência que a curto prazo vai terminar, sendo conhecida a dificuldade de alguém encontrar trabalho, mesmo jovem?
Nos casos em que existem abusos, há que recorrer à lei para punir os prevaricadores e não aproveitar as excepções para retirar direitos, a todos, de forma deliberada.
Para o economista que defende estas teorias, é da “actual arquitectura do sistema de subsídio de desemprego” a responsabilidade de tão elevado número de pessoas não terem trabalho e não o estado calamitoso a que chegou a nossa economia com o sistemático encerramento de empresas.
É claro que a ideia que defende que “o essencial na determinação da taxa de desemprego está nos salários, não é na economia” pretende atingir objectivos que assentam como uma luva na tendência actual: liberalizar os despedimentos, baixar os salários e pensões e diminuir substancialmente os apoios sociais em situação de desemprego.
Se quisermos encontrar um exemplo típico do que é a aplicação prática das teorias neoliberais, ele está aqui.
P.S. Neste momento a taxa de desemprego real pode estar perto dos 13% com 729 mil pessoas sem trabalho.
Nesta altura, com uma taxa de desemprego de 10,6%, culpar os desempregados de falta de vontade de trabalhar parece humor negro ou então é uma brincadeira de mau gosto.
Diz o povo que é mais cego o que não quer ver do que aquele que não vê. Só não vê a realidade quem não quer, pois quase todos os dias se dá conta nos meios de comunicação social – nomeadamente na televisão – do desespero em que ficam os trabalhadores das empresas que encerram em virtude da perda dos seus postos de trabalho. É óbvio que eles não ficam contentes, por passarem à inactividade e receberem o subsídio de desemprego. Às vezes são os dois elementos do casal atingidos ao mesmo tempo. Como é possível atribuir a pessoas na casa dos 40 ou 50 anos o gosto de permanecerem na inactividade, à sombra de um parco subsídio de sobrevivência que a curto prazo vai terminar, sendo conhecida a dificuldade de alguém encontrar trabalho, mesmo jovem?
Nos casos em que existem abusos, há que recorrer à lei para punir os prevaricadores e não aproveitar as excepções para retirar direitos, a todos, de forma deliberada.
Para o economista que defende estas teorias, é da “actual arquitectura do sistema de subsídio de desemprego” a responsabilidade de tão elevado número de pessoas não terem trabalho e não o estado calamitoso a que chegou a nossa economia com o sistemático encerramento de empresas.
É claro que a ideia que defende que “o essencial na determinação da taxa de desemprego está nos salários, não é na economia” pretende atingir objectivos que assentam como uma luva na tendência actual: liberalizar os despedimentos, baixar os salários e pensões e diminuir substancialmente os apoios sociais em situação de desemprego.
Se quisermos encontrar um exemplo típico do que é a aplicação prática das teorias neoliberais, ele está aqui.
P.S. Neste momento a taxa de desemprego real pode estar perto dos 13% com 729 mil pessoas sem trabalho.
In Amar Abril
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