segunda-feira, maio 31, 2010

Israel ataca navios com ajuda humanitária para Gaza

Contam-se 19 mortos e dezenas de feridos no ataque israelita à "Frota Liberdade" que transportava para Gaza cerca de 10 toneladas de ajuda humanitária e algumas centenas de militantes pró-palestinianos. O ataque deu-se em plenas águas internacionais.
Israel usa força para travar navios com ajuda humanitária. Foto 
LUSA/EPA.
Soldados israelitas transportam feridos para o hospital em Tel Aviv, após ataque militar de Israel, em águas internacionais, à «Frota Liberdade» que levava ajuda humanitária para Gaza. Foto LUSA/EPA, Roni Schutzer.
De acordo com a AFP, a União Europeia já pediu um inquérito ao incidente e os palestinianos pediram uma reunião urgente na ONU. O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, condenou o ataque, classificando-o de “massacre”.
O conjunto de barcos era liderado por um navio de nacionalidade turca e dirigia-se para a Faixa de Gaza com ajuda humanitária e algumas centenas de pessoas que procuravam furar o bloqueio imposto por Israel àquela região do Médio Oriente.
Detectados pela defesa israelita, três navios lança-mísseis da classe Saar saíram do porto de Haifa e dirigiram-se à frota internacional com a missão de a interceptar e impedir a sua aproximação de território palestiniano.
Era já madrugada quando, esta segunda feira, os três navios de guerra israelita avistaram a "Frota Liberdade". Encontravam-se em águas internacionais, quando as autoridades militares israelitas decidiram agir. Helicópteros israelitas transportaram os comandos que desceram por cordas na abordagem brutal dos navios que transportavam a ajuda humanitária.
"Quinze pessoas foram mortas durante o ataque, na sua maioria cidadãos turcos", afirmou esta manhã, Mohammed Kaya, responsável pela divisão de Gaza da IHH, uma organização turca de defesa dos direitos do Homem, que fazia parte da operação naval.
Algumas embarcações estavam assinaladas com a bandeira turca, país que já fez saber que condena veementemente esta operação militar, classificando-a de inaceitável. “Israel vai sofrer as consequências por este seu comportamento”, frisou o ministro turco dos Negócios Estrangeiros. O embaixador israelita em Ankara já foi chamado pelo governo turco. O vice primeiro-ministro turco que substitui o chefe de governo que está de visita ao Chile convocou uma reunião de emergência com o ministro do Interior e com as chefias das Forças Armadas.
Os responsáveis palestinianos já condenaram o ataque. O chefe da Liga Árabe, Amr Moussa, condenou aquilo que classificou como um "crime contra uma missão humanitária" e o Presidente da Autoridade Palestiniana, Amhmoud Abbas, apelidou o incidente de "massacre"e decretou três dias de luto nos territórios palestinianos.
Este ataque está, de resto, a provocar uma onda de levantamentos diplomáticos. A União Europeia quer um inquérito completo ao incidente. A Suécia qualificou o incidente de "completamente inaceitável" e já convocou o embaixador israelita em Estocolmo para lhe dizer exactamente isso. A Grécia também já chamou o embaixador israelita em Atenas para saber da situação dos seus cidadãos e interrompeu o exercício militar conjunto a que que levava a cabo com a marinha israelita.
Recordando que diversos países da União Europeia tomaram imediatamente iniciativas diplomáticas muito para além da crítica verbal, como sucedeu com a Espanha que chamou o embaixador de Israel em Madrid para consultas urgentes, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, já questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O deputado do Bloco questionou o Ministro sobre que tipo de “iniciativas pretende o Governo Português realizar junto das autoridades israelitas no sentido de, acompanhando a posição da comunidade internacional, pedir esclarecimentos acerca deste ataque a uma embarcação de ajuda humanitária e reprovar com clareza mais uma violação grosseira do Direito Internacional por Israel”.
Em Portugal, o Comité de Solidariedade com a Palestina divulga no seu blogue um relato desde um dos navios da Frota da Liberdade por Thomas Sommer-Houdeville, coordenador da Campanha internacional para a protecção do povo palestiniano (CCIPP).
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Ataque_de_Israel_a_navio_Turco_de_ajuda_humanitaria.pdf93.94 KB

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