Depois da vitória de hoje, o que fazer amanhã?
1. A greve nacional de professores teve uma adesão semelhante à obtida no dia 3 de Dezembro. Foi uma grande demonstração de unidade e de disposição para prosseguir a luta. Os professores mostraram que estão dispostos a prolongar a luta até ao final do ano lectivo. E vão ter de a prolongar porque o Governo de Sócrates não vai ceder na revisão do ECD. Ainda que o Parlamento aprovasse, no dia 23 de Janeiro, a proposta de lei do CDS para a suspensão do decreto regulamentar 2/2008 - coisa que não acredito que aconteça -, permaneceria por resolver a questão central: a divisão da carreira em duas categorias.
2. A proposta de lei do CDS tem aspectos interessantes e outros nada interessantes. Entre os interessantes está a dispensa de avaliação para os professores que, neste ano lectivo, não tenham condições para progredir na carreira. Nada interessante, a manutenção da avaliação por pares, ainda que, na proposta de lei do CDS, tal se verifique apenas neste ano lectivo e como solução transitória. A proposta de lei do CDS não coloca em causa a divisão da carreira em duas categorias e não toca, nem de perto nem de longe, no ECD. Contudo, como se trata de uma proposta transitória para vigorar apenas este ano lectivo, compreende-se a opção.
3. Estou em crer que a proposta de lei do CDS vai ser chumbada. A arrogância de Sócrates não lhe permite ver que a aprovação da proposta de lei do CDS permitiria aliviar a pressão, a animosidade e a confusão que o processo de ADD ( Simplex2) está a criar nas escolas. Foi isso que, inteligentemente, fizeram os governos dos Açores e da Madeira. Se Sócrates estivesse preocupado com a qualidade do ensino, daria ordens aos seus súbditos no Parlamento para votarem a favor. Como não está, dará ordens para votarem contra.
4. Seja como for, os professores continuam a ter razões para prolongarem a luta até Julho. No dia 24 de Janeiro, podem e devem manifestar-se em frente do Palácio de Belém. Embora Cavaco Silva se vá manter em silêncio e apoiar, em surdina, a ministra da educação, vale a pena fazermos mais um esforço e comparecermos em massa, em Belém, no próximo sábado.
5. Em Fevereiro ou em Março, terá de haver nova greve e nova marcha sobre Lisboa. Tantas quantas forem necessárias até ao final do ano lectivo. E, nas escolas, a partir de amanhã, a resistência interna continua.
ProfAvaliação
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