quarta-feira, janeiro 07, 2009

Educação
AR: Oposição volta a pedir suspensão do actual modelo de avaliação dos professores
07.01.2009 - 18h48 Lusa
Os partidos da oposição voltaram hoje a pedir no Parlamento a suspensão do modelo de avaliação dos professores e criticaram a "instabilidade" provocada pelo Governo. Por seu lado, o PS acusou o PCP de nunca ter apresentado "qualquer proposta de alteração".

"A avaliação continua a assentar nos critérios perversos e injustos de sempre, o Governo recusa-se a rever o Estatuto da Carreira Docente e insiste numa posição de força baseada na imposição e prepotência e continua a negar a suspensão de um processo que há muito se demonstrou impraticável", criticou o deputado do PCP Miguel Tiago, numa declaração política sobre educação na Assembleia da República.

Para o comunista, a política educativa do PS está a "desfigurar a escola pública e a branquear resultados e estatísticas".

"O Governo não vencerá esta batalha pela razão nem pelo confronto leal e democrático (...) suspender este processo de avaliação para iniciar uma verdadeira negociação é um imperativo de interesse nacional", concluiu.

Socialistas rejeitam críticas e acusam PCP de "posição imobilista e irredutível"

Por seu lado, os socialistas recusaram as críticas dizendo já ter chegado a uma "plataforma de entendimento com os sindicatos" e acusaram o PCP de ter uma "posição imobilista e irredutível" e de nunca ter apresentado "qualquer proposta de alteração" ao modelo.

"Quando se passou à fase seguinte, de concretizar o modelo de desempenho, enquanto o PS apresentou uma proposta e um calendário, o PCP esteve contra, o PCP opôs-se a que o modelo entrasse em vigor em 2007, esteve contra e contra a sua própria avaliação e acompanhamento", afirmou o deputado socialista Bravo Nico.

"O PCP está completamente desfasado da realidade e contra uma escola pública de qualidade para os portugueses", defendeu.

O deputado comunista Miguel Tiago ripostou e retorquiu que a "cassete do imobilismo está esgotada", acusando o Governo de "negar a realidade", quando o modelo de avaliação "está suspenso na maioria das escolas".

PSD fala em caos e BE em instabilidade

O social-democrata Pedro Duarte manifestou por seu lado a sua "preocupação pelo ambiente depressivo e angustiante que se vive nas escolas" e censurou a "espiral de obsessão pré-autoritária" que marca o Governo.

"A ameaça e a chantagem causam cada vez mais confusão e caos nas vidas dos professores, somos totalmente a favor de uma avaliação mas não de uma avaliação maniqueísta", acrescentou.

Também o deputado do CDS-PP Abel Baptista é da opinião que a suspensão do processo de avaliação já "devia ter ocorrido porque até o próprio ministério já reconheceu que ele não é bom".

Já do ponto de vista da bloquista Cecília Honório existe actualmente uma "instabilidade nas escolas que o governo é incapaz de resolver".

"Este modelo não resolve a instabilidade nas escolas e não cria confiança nem estabilidade para os alunos", concluiu a deputado do Bloco de Esquerda.

Do lado d´“Os Verdes", o deputado Madeira Lopes disse que a próxima greve de professores a 19 de Janeiro vai ser "uma grande manifestação de força" e espera que depois disso seja possível "chegar a um outro modelo de avaliação".

Amanhã, o Parlamento discute projectos do PSD e d´“Os Verdes” para suspender o modelo de avaliação e um do Bloco de Esquerda que pretende estabelecer um novo modelo de avaliação.
In Público

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