Há quem nunca tenha provado o sabor da partilha e da comunhão. Esses não sabem o que é a alegria
Chama-se a isto construir uma narrativa. Quem não constrói narrativas, não tem referências seguras. Não tem crenças. E a amizade só brota da narrativa. A acção passa pela narrativa. Alimenta-se dela. Os modernaços neoliberais não querem que os trabalhadores construam narrativas. Sabem que as narrativas quebram o isolamento. A depressão e a anomia prosperam na falta de esperança. Se as pessoas não se juntam na defesa de interesses, ideias e projectos comuns, ficam despossuídas. Sem poder não há energia. A alegria nasce da energia. É isso que explica a importância das lutas comuns: são momentos de partilha e de comunhão. Foi isso que aconteceu, hoje, em Belém. Não importa que só tenham estado 3 mil. Importa sim que a narrativa tenha sido construída. E a alegria tenha brotado pelo simples facto de estarmos juntos. Quem não entende isto é porque já morreu. Como pessoa e como cidadão. Amei o dia passado na companhia de mais 60 colegas e amigos. Entre eles, estava a minha mulher. Rimos muito. E estavam os meus primos, primas, irmão, cunhada e amigos. E depois, já em Belém, reencontrei jovens professoras que foram minhas alunas há dez anos. E tive oportunidade de conviver com velhos e novos amigos. Não perdia este dia por nada do Mundo. E a energia e a alegria geradas pela concentração desta tarde permitem que eu esteja aqui, a escrever neste blog, durante horas sem me cansar. É belo, não é?
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