Eleição de delegados do BE/Algarve à VI Convenção do Bloco
Realizou-se no passado dia 31 de Janeiro, no Edifício da Assembleia Municipal, em Loulé, a Assembleia Distrital Eleitoral do Bloco de Esquerda/Algarve, onde foram eleitos os 21 delegados por esta Região à VI Convenção Nacional do BE a ter lugar nos dias 7 e 8 de Fevereiro, em Lisboa, e discutida a situação política e a actividade do Bloco no Algarve.
A lista A, afecta à Moção “Toda a Luta da Esquerda Socialista para 2009”, elegeu 20 delegados: Anabela Morais – Lagoa; Augusto José Fonseca e José Manuel Veia – Vila Real de Stº António; Augusto Taveira, Fernando Leitão Correia, José Moreira, Manuel Serafim, Rita Domingues e Salvador Santos – Faro; Bernardino Guia e Carlos Cabrita – Silves; Isabel Pais e Nuno André Viana – Tavira; João Vasconcelos, Luísa Penisga, Pedro Mota e Simeão Quedas – Portimão; Joaquim Mealha Costa e Orlando Carvalho – Loulé; Sebastião Pernes – Vila do Bispo.
A lista C, afecta à Moção “Combater o Capitalismo. Ousar o Socialismo”, elegeu 1 delegado: Miguel Duarte Inocêncio, de Faro.
Na análise sobre a situação política, económica e social, os bloquistas constatam que o Algarve vive uma das piores crises dos últimos anos. Foram décadas de um modelo de desenvolvimento errado, agravado pelas políticas neo-liberais do governo Sócrates/PS e, agora, da crise internacional. O modelo de desenvolvimento económico em que o turismo se tornou o pólo determinante e exclusivo da economia algarvia, conduziu a grandes fragilidades a nível da coesão interna, da grande dependência em relação a agentes e centros de decisão externos e da forte sazonalidade. Some-se a isto as políticas de desastre do governo Sócrates e aí temos elevados índices de desemprego (10%, ou seja cerca de 20 mil desempregados), de precariedade (40% da sua população activa), pobreza e exclusão social (cerca de 100 mil pessoas em risco de pobreza).
O Algarve tem sido o “reino” da especulação desenfreada, da betonização e construção de novas frentes urbanas, atentados e destruição do meio ambiente, delapidação do bem público em prol dos interesses privados, concentração da população no litoral enquanto a serra e o interior se desertificam – o que torna este modelo de desenvolvimento insustentável.
São necessárias medidas de apoio às famílias e pequenas empresas visando a manutenção dos postos de trabalho e evitar o encerramento das empresas. Torna-se necessário apostar no investimento público e em novas estratégias de desenvolvimento, sustentáveis, que defendam o emprego, melhores salários e melhores condições de vida para os algarvios. Os trabalhadores imigrantes a trabalhar na região devem ter os mesmos direitos, salários iguais, o aceso à educação e saúde e o direito a uma vida digna. O governo deverá tomar medidas imediatas para impedir o encerramento de empresas, como a TIMAR, de Tavira, salvaguardando os postos de trabalho e apoiar a agricultura e pesca na região, nomeadamente, satisfazer as reivindicações dos pescadores da Fuzeta concedendo-lhes as licenças para a apanha da pescada.
Foi analisado igualmente o período eleitoral que se avizinha, com três eleições consecutivas. O Bloco de Esquerda pretende afirmar-se na construção de uma alternativa ao modelo de desenvolvimento regional, lutando frontalmente contra as políticas neo-liberais conduzidas pelo actual governo, apoiará todas as lutas sociais e reivindicações dos trabalhadores e irá promover o seu reforço organizativo. Um dos seus objectivos centrais é o seu reforço eleitoral nas autarquias e a conquista de um deputado pelo círculo eleitoral de Faro nas próximas legislativas. Procurando juntar forças, os militantes bloquistas do Algarve irão empenhar-se a fundo para retirar a maioria absoluta ao Partido Socialista.
Bloco Algarve
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