Educação
Mário Nogueira confirma nova manifestação para 16 de Maio e anuncia Livro Negro das Políticas Educativas
16.04.2009 - 10h46 PÚBLICO
No dia em que o Ministério da Educação se volta a reunir com os sindicatos de professores, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, voltou a criticar fortemente as políticas educativas seguidas pela tutela, confirmou que a Fenprof irá avançar para uma nova manifestação no dia 16 de Maio e disse que irá apresentar publicamente o Livro Negro das Políticas Educativas do actual Governo.Em declarações ao Rádio Clube, Mário Nogueira criticou fortemente a actuação do Ministério da Educação: “Quando esta revisão pretendia acabar com a divisão da carreira docente em categorias hierarquizadas, o ministério vem reforçar a existência dessas categorias. Quando se pretendia acabar com o acesso aos escalões de topo através de vagas, o ME vem reforçar a existência de vagas. Quando se pretendia que o ingresso na carreira dependesse da formação de professores e não de uma mera prova que se realiza em hora e meia e que decide a vida de um jovem, o ME vem reforçar a existência dessa prova. E também quando se pensava que o modelo de avaliação de desempenho iria desde já começar a ser revisto e a negociar-se, já, a sua substituição, o ME pura e simplesmente quis ignorar esse seu compromisso e nem sequer apresenta qualquer tipo de proposta. É de facto, eu diria, quase provocatório”
Como forma de protesto, Mário Nogueira confirmou aos microfones da mesma rádio, à semelhança do que já tinha indicado ontem à Lusa, que os professores voltarão às ruas das principais cidades do país no próximo dia 16 de Maio: “No âmbito da plataforma sindical dos professores, aquilo que se prevê é uma grande acção de envolvimento de todos os professores na semana que culmina no dia 16 de Maio, que poderá ser uma grande manifestação de professores, uma nova grande manifestação, precisamente no dia 16, que é um sábado, ou, e alternativa, uma outra acção ao longo da semana, que inclusivamente, pode traduzir-se em recurso à greve”.
O sindicalista adiantou ainda que será lançado, “em princípio no dia 20 de Maio" – de acordo com a Lusa – o Livro Negro das Políticas Educativas. “Iremos divulgar publicamente uma publicação que é o Livro Negro das Políticas Educativas do actual Governo, que é um livro em que se relatam, não apenas, as políticas do ponto de vista mais teórico e abstracto, mas as medidas que as concretizaram, as medidas concretas, e as consequências dessas políticas e dessas medidas. Pretendemos que sejam um instrumento importante, também, neste período pré-eleitoral que aí vem”, indicou Mário Nogueira ao Rádio Clube.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores já tinha admitido ontem, em declarações à Lusa, que a reunião de hoje entre o Ministério da Educação e os sindicatos poderá ser uma “perda de tempo”.
"Se o ministério mantiver essas posições que assumiu por escrito, iremos concluir, no final, que foi uma pura perda de tempo", previu Mário Nogueira, que falava à Lusa no Porto, no final de uma reunião de dois dias do Secretariado Nacional da Federação Nacional dos Professores.
In Público
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