Ontem em Berlim, mais um plano para destruir a Grécia
O projeto é alucinante. Como respondeu Alexis Tsipras às últimas chantagens de Merkel, querem fazer da Grécia um palco de experiências liberais, que estão a conduzir o país a uma crise humanitária.
O plano do Deutsche Bank é mais uma experiência neste laboratório enlouquecido. Porque o resultado é muito fácil de antecipar: as pessoas levantariam todos os euros que pudessem e o euro continuaria a ser a moeda em circulação paralela, com os preços a dispararem. Por outro lado, o que o banco exige a um governo de esquerda é que, com a desvalorização, atinja o mais possível e o mais depressa possível os salários - esse é de facto um dos principais efeitos imediatos da desvalorização.
Mas este plano demonstra também como é importante a vitória de um governo de esquerda unida contra a troika e que rejeite o memorando. Porque é a única via para vencer a austeridade e a bancarrota, recusando a continuação das cedências e da capitulação. Ao combinar claramente a recusa da chantagem da saída do euro com a denúncia do memorando da troika, a Syriza tem crescido, tem-se aproximado de constituir uma alternativa, tem dado uma lição a toda a esquerda europeia e em particular aos sectários de todas as cores, e tem mobilizado o povo grego para a confrontação e vitória sobre a tirania da dívida.
Sobre o autor
Deputado, dirigente do Bloco de Esquerda, professor universitário.
Esquerda.net
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