Polícia começa a funcionar dentro das escolas francesas
A  escola pública francesa continua à margem do progresso verificado ao  longo das últimas décadas. O seu sistema de ensino é um dos que produz  maior exclusão, revolta e conflitos. 
Nenhum  governo até hoje se mostrou interessado em inverter esta política, para  além da verborreia do PS, que também aqui conhecemos. 
Com  a chegada de Sarkozy ao poder tudo se agravou. A decisão de eliminar  postos de trabalho de professores degrada a qualidade do ensino. As  novas contratações têm características que já conhecemos: precariedade e  falta de formação profissional: redução drástica de salários e  direitos.
A  política neoliberal agressiva de Sarkozy lança agora novas achas para a  fogueira: pela primeira vez na história do ensino, o ano lectivo começa  com um programa de instalação de polícias dentro das escolas. Para já  são 53 estabelecimentos do básico e secundário, por um período  experimental de 3 anos. Esta medida segue-se a outra que permite aos  encarregados de educação fazer a chamada “livre escolha” de escola,  independentemente da área de residência. Não por acaso os  estabelecimentos que passam a contar com polícias (armados !) no seu  interior situam-se nos bairros pobres, chamados pelo ministério da  educação francês “bairros difíceis ou Zonas de Educação Prioritária” (em  Portugal chamam-se TEIPs - Territórios Educativos de Intervenção  Prioritária).
A  apreensão está a generalizar-se: por um lado a polícia vai poder  interrogar directamente alunos menores de idade, sem o consentimento dos  pais, violando as regras da justiça; por outro vai poder sobrepor-se  aos próprios órgãos e métodos pedagógicos, fundamento da própria escola e  da formação de crianças e jovens. 
Os  directores de escolas que não aceitarem a polícia no seu interior  “terão que assumir as responsabilidades”, ameaçou o presidente francês. O  sindicato dos directores rejeita esta política e alerta: “uma escola  não é uma esquadra de polícia”.
Mais informação em “Le Monde”, edição em papel datada de 2/9/2010

 
 

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