“Portugal é o país em que as famílias mais pagam para a educação dos seus filhos”
Francisco Louçã afirmou que o relatório da OCDE demonstra que Portugal é o país em que “a educação pública é mais cara e, portanto, mais exclusiva e mais discriminatória”.
Protesto de estudantes da Academia do Porto, na cerimónia de abertura do ano lectivo do Ensino Superior Politécnico
O coordenador da comissão política do Bloco referiu também que “neste momento estamos a um nível inferior de investimento no ensino universitário, estamos ao nível de 2005, andámos cinco anos para trás, sendo que hoje há, obviamente, mais estudantes”.
Louçã defendeu que o Orgamento de Estado (OE) para 2011 deve permitir “o desenvolvimento de um sistema científico universitário e pedagógico de alto nível”, considerando que esta “é uma das grandes respostas à crise e às dificuldades que estamos a viver”.
O deputado do Bloco de Esquerda salientou ainda que “o corte orçamental tem como resultado uma educação mais elitista, mais desigualitária e um país mais pobre e com menos futuro”, defendendo que “para respondermos estruturalmente aos problemas do país é preciso serviços públicos de qualidade e a educação é, sem dúvida, um deles”.
Sobre as hipotéticas dúvidas àcerca da aprovação do OE para 2011, Francisco Louçã afirmou:
“O drama não está entre Passos Coelho e José Sócrates, que falam não falam, zangam não zangam, isso é subsidiário, é entretenimento, o drama, e esse não pode ser desdramatizado, é haver cinco milhões de portugueses que estão à beira do abismo, um milhão de idosos com pensões paupérrimas, 700 mil desempregados, um milhão de precários”.
Sobre as recomendações da OCDE a Portugal, Francisco Louçã disse:
“Estamos a viver uma situação paradoxal, é como se o FMI fosse uma hidra que falasse por várias cabeças ao mesmo tempo, fala pela sua própria voz, corte de salários e aumento de impostos, fala pela voz da OCDE, corte de salários e aumento de impostos, pela de Passos Coelho, corte de salários e aumento de impostos, pela de José Sócrates, corte de salários e aumento de impostos”.
O dirigente do Bloco sublinhou que “estamos perante uma crise económica e orçamental gravíssima, em que a única solução apresentada é agravar a crise orçamental, tornar mais difícil a vida para quem trabalha, para quem está desempregado, para quem tem trabalho precário”,e voltou a defender a apresentação de um Orçamento do Estado “de base zero”, com o qual “o país viveria melhor porque utilizaria bem os seus recursos”.
Esquerda.net
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