terça-feira, setembro 28, 2010

“Portugal é o país em que as famílias mais pagam para a educação dos seus filhos”

Francisco Louçã afirmou que o relatório da OCDE demonstra que Portugal é o país em que “a educação pública é mais cara e, portanto, mais exclusiva e mais discriminatória”.
Protesto de estudantes da Academia do Porto, na cerimónia de abertura do ano lectivo do Ensino Superior Politécnico
Protesto de estudantes da Academia do Porto, na cerimónia de abertura do ano lectivo do Ensino Superior Politécnico
Francisco Louçã fez estas declarações à agência Lusa no final de uma audiência com o reitor da Universidade de Lisboa.
O coordenador da comissão política do Bloco referiu também que “neste momento estamos a um nível inferior de investimento no ensino universitário, estamos ao nível de 2005, andámos cinco anos para trás, sendo que hoje há, obviamente, mais estudantes”.
Louçã defendeu que o Orgamento de Estado (OE) para 2011 deve permitir “o desenvolvimento de um sistema científico universitário e pedagógico de alto nível”, considerando que esta “é uma das grandes respostas à crise e às dificuldades que estamos a viver”.
O deputado do Bloco de Esquerda salientou ainda que “o corte orçamental tem como resultado uma educação mais elitista, mais desigualitária e um país mais pobre e com menos futuro”, defendendo que “para respondermos estruturalmente aos problemas do país é preciso serviços públicos de qualidade e a educação é, sem dúvida, um deles”.
Sobre as hipotéticas dúvidas àcerca da aprovação do OE para 2011, Francisco Louçã afirmou:
“O drama não está entre Passos Coelho e José Sócrates, que falam não falam, zangam não zangam, isso é subsidiário, é entretenimento, o drama, e esse não pode ser desdramatizado, é haver cinco milhões de portugueses que estão à beira do abismo, um milhão de idosos com pensões paupérrimas, 700 mil desempregados, um milhão de precários”.
Sobre as recomendações da OCDE a Portugal, Francisco Louçã disse:
“Estamos a viver uma situação paradoxal, é como se o FMI fosse uma hidra que falasse por várias cabeças ao mesmo tempo, fala pela sua própria voz, corte de salários e aumento de impostos, fala pela voz da OCDE, corte de salários e aumento de impostos, pela de Passos Coelho, corte de salários e aumento de impostos, pela de José Sócrates, corte de salários e aumento de impostos”.
O dirigente do Bloco sublinhou que “estamos perante uma crise económica e orçamental gravíssima, em que a única solução apresentada é agravar a crise orçamental, tornar mais difícil a vida para quem trabalha, para quem está desempregado, para quem tem trabalho precário”,e voltou a defender a apresentação de um Orçamento do Estado “de base zero”, com o qual “o país viveria melhor porque utilizaria bem os seus recursos”.
Esquerda.net

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