quarta-feira, setembro 29, 2010

Sócrates anuncia medidas brutais

O Governo anunciou um novo pacote de medidas de austeridade. O Bloco considera que são cortes e aumentos de impostos brutais, que acrescentam “recessão à recessão”.
Sócrates anunciando o novo pacote de medidas de austeridade - Foto da Lusa
Sócrates anunciando o novo pacote de medidas de austeridade - Foto da Lusa
O Conselho de Ministros reuniu nesta quarta feira. No final, Sócrates, Teixeira dos Santos e Pedro da Silva Pereira deram uma conferência de imprensa para anunciar as medidas tomadas pelo Governo.
O pacote de medidas governamentais inclui: suspensão imediata do investimento público previsto para 2010; corte dos salários dos trabalhadores da função pública que ganhem mais de 1.500 euros, entre 3,5% e 10% a partir de 2011; corte de despesas públicas em 3.420 milhões de euros em despesas de funcionamento, segurança social, transferências para os diversos subsectores do Estado, medicamentos e investimento; aumento de impostos, nomeadamente do IVA, para 23%.
O Governo anunciou também a transferência do fundo de pensões da Portugal Telecom (PT) para o Estado, conseguindo assim um encaixe de 1.600 milhões de euros, ainda em 2010.
O primeiro ministro justificou as medidas anunciadas com a necessidade de Portugal “defender o modelo social” e ganhar credibilidade nos mercados financeiros. Segundo Sócrates, as medidas visam cumprir as metas do défice para este ano, anunciadas no PEC, e conseguir que em 2011 Portugal atinja um défice público semelhante ao da Alemanha.
A deputada Helena Pinto considerou que estas medidas são “brutais”, nos cortes e no aumento de impostos. Salientando que há cinco meses Sócrates e Passos Coelho acordaram num pacote de medidas penalizadoras e agora o Governo volta à mesma receita , a deputada do Bloco sublinha que “a receita é antiga e acrescenta recessão à recessão da nossa economia”.
Helena Pinto destacou ainda que além dos cortes previstos nos salários, o Governo corta significativamente nos apoios sociais, criticando nomeadamente o facto de se acabarem com dois escalões no abono de família: “Um casal que ganha pouco mais de 600 euros cada um, fica sem abono”. A deputada do Bloco frisou ainda que o Governo não aponta uma única medida para combater o desemprego, que é o maior problema nacional.
Esquerda.net

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