Professores receiam segundo memorando
Os movimentos de professores receiam que as negociações entre sindicatos e Ministério da Educação possam resultar num segundo memorando. A Plataforma garante que não e vai levar à tutela uma proposta alternativa.
"Não vamos subscrever nenhum memorando de entendimento. Queremos a suspensão do modelo de avaliação e recuperar o anterior", para que os professores que deviam progredir de escalão "sejam avaliados este ano", defendeu, ao JN, Carlos Chagas, da Plataforma sindical. Na sexta-feira, quando regressarem ao Ministério para negociarem a regulamentação da simplificação anunciada, na semana passada, por Maria de Lurdes Rodrigues, os sindicatos vão levar uma proposta alternativa: suspensão, processo transitório (basicamente auto-avaliação e apreciação pelo conselho pedagógico) e início de negociações para novo modelo.
Hoje começam os protestos nas capitais de distrito do Norte. A Plataforma apela à mobilização dos docentes porque só "uma fortíssima participação" poderá servir de trunfo na mesa de negociações. As 11 organizações que fazem parte da Plataforma já enviaram para os ministérios do Trabalho e da Educação os pré-avisos de greve, inclusivamente para a semana das avaliações entre 15 e 19 de Dezembro.
Apesar das garantias da Plataforma, os movimentos "receiam" que nas negociações entre sindicatos e tutela possa "ser cozinhado um segundo memorando", confessa Ilídio Trindade, dirigente do MUP.
"Estamos muito atentos porque não vamos compactuar com nenhum memorando de entendimento II", assegurou Octávio Gonçalves, do Promova. Para os dois professores, é essencial a suspensão do modelo. Ambos garantem, à semelhança dos dirigentes sindicais, que o clima de tensão nas escolas não diminuiu com a simplificação anunciada pela ministra. "Antes pelo contrário", mais estabelecimentos pararam o processo. Para a tranquilidade regressar às escolas o ME terá de suspender, primeiro, e manifestar disponibilidade para rever o Estatuto da Carreira Docente - pois é desse diploma que decorrem as quotas e a divisão da carreira, alegam.
"Foi a divisão profissional que lançou a indignação nas escolas" e é o rastilho para duas manifestações gigantescas, considera Octávio Gonçalves. Os sindicatos, na semana passada, começaram a frisar nos seus discursos a necessidade de revisão do ECD a par da suspensão da avaliação.
João Grancho, da Associação Nacional de Professores, já chegou a propor a criação de "patamares intermédios, mais espaçados no tempo, que permitam ao docente, ao fim de mais tempo, chegar aos níveis remuneratórios próximos dos titulares". Isto é, não fiquem retidos anos a fio no mesmo escalão, sem qualquer hipótese de progressão até à reforma.
http://jn.sapo.pt:80/paginainicial/nacional/interior.aspx?content_id=1049306
Anovis Anophelis
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