SOBRE A PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA PLATAFORMA
A proposta de avaliação da Plataforma Sindical .
Foi publicada no “Diário de Notícias”, de 23/11/2008, uma notícia intitulada “Sindicatos já têm proposta de avaliação para este ano” que julgo ter colhido de surpresa todos os interessados na avaliação dos professores transformada num verdadeiro braço-de-ferro entre o Ministério da Educação e a Plataforma Sindical.
Transcrevo um pequeno excerto dessa notícia: “Na sexta-feira, para o encontro com a ministra da Educação, a Plataforma Sindical levará já uma proposta de avaliação para ‘salvar o ano lectivo’. (…) Proposta que não acolherá nenhuma das medidas de simplificação apresentadas pela ministra esta semana, garante ao DN Mário Nogueira. Até porque, sublinha o porta-voz sindical, o modelo de que o Governo não desiste continua a ser para ‘rasgar’”. Desta forma, a solução apresentada assume-se como pretenso salvatério num país que deve estar farto de interesses de política sindical em prejuízo dos verdadeiros objectivos de um sistema educativo ao serviço dos seus cidadãos. E se o actual modelo é para “rasgar”, não passará pela cabeça do porta-voz da Plataforma Sindical que o seu modelo possa ter como destino provável o cesto dos papéis por se apresentar como uma solução desajustada no tempo para merecer o crédito de boa-fé em se querer sair de um longo, teimoso e desgastante impasse?
Acresce que nesta proposta de avaliação não foram auscultadas as opiniões dos professores sindicalizados ou não. E o que é também grave é ter sido a própria Fenprof a confessar nessa notícia não ter sido, ainda, a referida proposta aprovada “por todos os sindicatos da plataforma”. Daqui se infere estarmos em presença de uma manobra de bastidores dos sindicatos da plataforma em que os professores foram afastados ou tidos como meros espectadores de um espectáculo antidemocrático em que a vontade da Fenprof e dos sindicatos que giram à sua volta se querem acima de quaisquer outros interesses por mais justos e imperiosos que possam ser.
Bem sei que este “statu quo”avaliativo transcendeu fronteiras estritamente pedagógicas para se tornar nas próprias palavras de Mário Nogueira, num processo “político-partidário. Ora, como escreveu Paul Valèry, “a política é a arte de impedir as pessoas de meterem o nariz em coisas que lhes dizem realmente respeito”. Só assim se compreende, embora não seja de aceitar, que o processo de avaliação docente possa deixar de ser uma questão que diz essencialmente respeito aos professores seus destinatários.
A notícia sobre a proposta da Plataforma Sindical, a ser discutida com o Ministério da Educação, na próxima sexta-feira, e, por outro lado, o secretismo que rodeia os respectivos termos são bem demonstrativos da ausência de transparência de um processo que se transformou numa espécie de telenovela do desejo de protagonismo público do secretário-geral da Fenprof!
Rui Baptista (Coimbra)
MUP
Foi publicada no “Diário de Notícias”, de 23/11/2008, uma notícia intitulada “Sindicatos já têm proposta de avaliação para este ano” que julgo ter colhido de surpresa todos os interessados na avaliação dos professores transformada num verdadeiro braço-de-ferro entre o Ministério da Educação e a Plataforma Sindical.
Transcrevo um pequeno excerto dessa notícia: “Na sexta-feira, para o encontro com a ministra da Educação, a Plataforma Sindical levará já uma proposta de avaliação para ‘salvar o ano lectivo’. (…) Proposta que não acolherá nenhuma das medidas de simplificação apresentadas pela ministra esta semana, garante ao DN Mário Nogueira. Até porque, sublinha o porta-voz sindical, o modelo de que o Governo não desiste continua a ser para ‘rasgar’”. Desta forma, a solução apresentada assume-se como pretenso salvatério num país que deve estar farto de interesses de política sindical em prejuízo dos verdadeiros objectivos de um sistema educativo ao serviço dos seus cidadãos. E se o actual modelo é para “rasgar”, não passará pela cabeça do porta-voz da Plataforma Sindical que o seu modelo possa ter como destino provável o cesto dos papéis por se apresentar como uma solução desajustada no tempo para merecer o crédito de boa-fé em se querer sair de um longo, teimoso e desgastante impasse?
Acresce que nesta proposta de avaliação não foram auscultadas as opiniões dos professores sindicalizados ou não. E o que é também grave é ter sido a própria Fenprof a confessar nessa notícia não ter sido, ainda, a referida proposta aprovada “por todos os sindicatos da plataforma”. Daqui se infere estarmos em presença de uma manobra de bastidores dos sindicatos da plataforma em que os professores foram afastados ou tidos como meros espectadores de um espectáculo antidemocrático em que a vontade da Fenprof e dos sindicatos que giram à sua volta se querem acima de quaisquer outros interesses por mais justos e imperiosos que possam ser.
Bem sei que este “statu quo”avaliativo transcendeu fronteiras estritamente pedagógicas para se tornar nas próprias palavras de Mário Nogueira, num processo “político-partidário. Ora, como escreveu Paul Valèry, “a política é a arte de impedir as pessoas de meterem o nariz em coisas que lhes dizem realmente respeito”. Só assim se compreende, embora não seja de aceitar, que o processo de avaliação docente possa deixar de ser uma questão que diz essencialmente respeito aos professores seus destinatários.
A notícia sobre a proposta da Plataforma Sindical, a ser discutida com o Ministério da Educação, na próxima sexta-feira, e, por outro lado, o secretismo que rodeia os respectivos termos são bem demonstrativos da ausência de transparência de um processo que se transformou numa espécie de telenovela do desejo de protagonismo público do secretário-geral da Fenprof!
Rui Baptista (Coimbra)
MUP
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