O Expresso presta de novo um inestimável serviço à Ministra da Educação ao destacá-la para a primeira página da edição deste sábado, mas traz consigo duas notas muito, mas muito importantes:
- Afinal, ao contrário do que afirma a ministra, há pelo menos 7% de escolas a suspender efectivamente a avaliação (ficando nós sem saber se são mesmo escolas ou agrupamentos), não se sabendo em quantas outras esse processo está em andamento.
- Ao que parece, a ministra desdenha a sua própria obra legislativa, achando que os procedimentos que ela própria validou e afirmou serem inamovíveis, precisam de ser simplificados, o que pressupõe que são efectivamente burocráticos como se percebeu desde a leitura do ante-projecto do DR 2/2008.
Estes elementos, em conjunto com a catadupa de tomadas de posição de escolas e agrupamentos que se conhecem por estes dias (a minha caixa de correio está positivamente repleta delas e eu nem sequer consigo divulgá-las como merecem, demonstram até que ponto o ME erra ao insistir numa teimosia que levará à absoluta ruptura da relação entre docentes, alguns órgãos de gestão e tutela.
Pelos meus cálculos - analisadas as listas e números de assinaturas dos documentos emanados das escolas e agrupamentos, e apesar das pressões existentes em algumas paragens - certamente cerca de 85% ou mais de educadores e professores se têm mostrado incompatibilizados com este modelo de avaliação e com esta equipa ministerial o que, se fizermos bem as contas, rodará os 120.000 que se manifestaram em Lisboa no passado dia 8, mesmo se lhes descontarmos um ou outro conjugue ou parente solidário.
Isto significa uma fractura irremediável na área da Educação e não há Valter lemos, Albino Almeida ou Jorge Pedreira que o consigam ocultar.
E não chegam os apelos do Presidente da República à acalmia, afirmando-se acima deste tipo de conflitos, se depois toma partido por outros grupos ditos «corporativos», considerando-os pilares fundamentais da democracia. Porque ou há coerência - mesmo sendo o PR o chege supremo das Forças Armadas - ou mais vale assumirem-se com clareza os alinhamentos e afinidades.
Quem tem olhos percebe: isto está perfeitamente às avessas e quem começou a incendiar as coisas não foram os professores. Lembremo-nos sempre desse facto incontornável.
A Educação do Meu Umbigo
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