quinta-feira, novembro 06, 2008

Só 100 mil nas ruas de Lisboa serão capazes de revelar a verdade ao país e fazer parar as mentiras

1. A Plataforma Sindical teve de alterar pela segunda vez o percurso. A dimensão gigantesca da manifestação obrigou os organizadores a mudanças no percurso. No sábado, pelas 14:30,o local de concentração é o Terreiro do Paço. Depois de um Plenário, os manifestantes sobem em direcção ao Marquês de Pombal, onde será aprovada uma resolução contra o modelo de avaliação burocrático, o novo estatuto da carreira docente e o novo modelo de gestão escolar.
2. Desta vez, ninguém fica em casa. O momento é histórico e até S. Pedro vai ajudar. A previsão é de bom tempo. A única forma de combater a arrogância, prepotência e negação da realidade do Governo é com uma gigantesca manifestação. Uma manifestação que não deixe dúvidas a ninguém: os professores nunca aceitarão este modelo de avaliação porque estão no ensino por vocação. Se tivessem vocação para funcionários administrativos ou burocratas tinham ido trabalhar para bancos, seguradoras e escritórios de contabilidade e auditoria. O Governo esquece que os 130 mil professores da rede pública não estão a lutar nem pelo dinheiro nem pela progressão na carreira. A luta é pela saúde mental e física dos 130 mil, quase todos mulheres e mães, que de há dois anos para cá viram a vida virada do avesso e a profissão que escolheram completamente desfigurada. Bem pode a esquerda mentirosa propagandear que é a favor dos direitos das mulheres. Os factos provam o contrário. O que este Governo está a fazer a um grupo profissional composto, na sua quase totalidade, por mulheres e mães, mostra o inverso. Esta política educativa contra as professoras revela uma enorme insensibilidade face aos direitos das mulheres que são simultaneamente trabalhadoras e mães. É uma política que está a destruir a saúde mental e física de todo um grupo profissional que merecia respeito e apenas tem recebido humilhação.
3. Desta vez, não pode haver lugar para divisionismos ou desejos de protagonismo. Só uma manifestação que atinja a dimensão da de 8 de Março permitirá uma impacto político capaz de fazer tremer o Governo. A única maneira de mostrar aos portugueses a verdadeira realidade que se vive nas escolas, por imposição de um modelo de avaliação burocrático que impede os professores de ensinarem, é encher as ruas de Lisboa. Mostrar ao mundo que todos os professores estão contra a avaliação burocrática de desempenho. Com 100 mil professores na rua, a ministra da educação não poderá voltar a negar a realidade. Cairá no ridículo sempre que disser que a avaliação de desempenho está a processar-se com normalidade em todo o país. Sempre que abrir a boca para negar a realidade, aparecerá aos olhos dos portugueses como o ministro da informação de Sadam Hussein, Muhamed Saeed al-Sahaf, que, com as tropas americanas dentro da Bagdad e as bombas a caírem nas suas costas, afirmava para as televisões que a capital vivia uma situação de normalidade.
ProfAvaliação

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