Contra a ofensiva capitalista do governo, RESISTIR e CONTRA-ATACAR !
O governo, apoiado pelo PSD e CDS, cumpre à risca os planos de austeridade que a Comissão Europeia e o grande capital lhe determina.
Uma vasta campanha de propaganda está em curso diariamente nos órgãos de comunicação, onde vários comentaristas ao serviço dos interesses da burguesia, produzem opiniões no sentido de apelar à unidade e aos sentimentos patrióticos, com o objectivo de mobilizar o povo para maiores sacrifícios e assim salvar o País da gravíssima crise económica em que está atolado.
No centro da sua propaganda, para ressalvar as suas responsabilidades pelo estado em que deixaram o País ao longo de três décadas e meia de governação, encontram-se as malfeitoras Agências de Notação (rating), que por sinal, estão ao serviço das grandes instituições financeiras, que sempre beneficiaram com os acordos e empréstimos ruinosos contraídos exactamente por esses mesmos governos, mas que ultimamente na opinião do governo e desses mesmo comentaristas, têm desferido ataques "especulativos" baseados em análises que não correspondem ao verdadeiro estado da economia, e que por via disso, tem obrigado Portugal a baixar nas tabelas de rating e a subir as taxas de juro sobre a dívida soberana. Propaganda esta, que apenas visa enganar e passar para cima das costas dos trabalhadores e do povo os custos da crise que é inerente ao próprio desenvolvimento do sistema capitalista e que eles, os governantes, ao serviço do grande capital são os verdadeiros responsáveis.
Se o déficit público subiu para 9,4% e a dívida externa considerada em 135 mil milhões, que já representa 110% do PIB (produto interno bruto) onde o crescimento da economia é praticamente inexistente e que de há pelo menos 15 anos a esta parte, perdeu a sua capacidade competitiva para os seus mais directos concorrentes, qual é o credor que conhecendo esta situação não põe as suas barbas de molho e que não está obrigado a tomar medidas para reaver os seus capitais? Mas não é exactamente por estas regras que se regulamentam todas as instituições financeiras e o próprio sistema capitalista? De que estavam à espera, de perdulários? Não foi esta mesma situação de perda de concorrência que originou o déficit público de 6,8% deixado pelo último governo de coligação PSD/CDS, que mais tarde o governo reaccionário do PS/Sócrates, teve o cuidado de fazer o povo pagar.
O plano do governo e do grande capital, divide-se em duas fases.
1º- O déficit público foi criado pelos apoios sugeridos pela Comissão Europeia no início da crise, ao grande capital financeiro e industrial, foi posto à disposição dos bancos um fundo de apoio de 20 mil milhões de euros, à taxa de 1%, onde 4.200 milhões foram injectados no BPN e BPP, quando era público que a falta de liquidez destes bancos era resultado dos desfalques perpetuados pelas suas próprias administrações. Para o sector automóvel,que já antes tinha tido vários apoios, particularmente a Auto-Europa, como outras empresas de componentes foram mais 900 milhões, como outros milhares de milhões que foram enterrados em obras perfeitamente dispensáveis, quando comparadas com as verdadeiras prioridades do país, tais como o CCB (Centro Cultural de Belém), a Casa da Música no Porto, a Expo 98 e para culminar o devaneio, a construção de Dez Estádios de futebol, onde as grandes construtoras civis, Mota Engil, Teixeira Duarte, Soares da Costa e outros empreiteiros se encheram à grande e à francesa, agora querem que o povo mais uma vez, pague a factura.
Para reduzirem o déficit público, tomam um conjunto de medidas anti-sociais, que vão aprofundar ainda mais a miséria sentida por 60% da população trabalhadora e aposentada com reformas miseráveis, reconhecido pelas próprias instituições sociais e pelo próprio governo. Tais como: congelamento dos salários; aumento das taxas sobre os salários de 1% e 1,5% e do I.V.A. em 1%, que na prática reduz os salários em 2 e 2,5% e as pensões em 1%; redução do subsídio de desemprego e alargamento do tempo para aceder a este, bem como obrigar o trabalhador a aceitar qualquer proposta de trabalho,com um acréscimo de 10% em relação ao subsídio que recebe, quando a primazia das ofertas de trabalho deviam ser canalizadas em primeiro lugar para os trabalhadores desempregados que não usufruam de qualquer apoio social, o que demonstra que a intenção que norteia o governo é penalizar e retirar os subsídios aos desempregados; cortar os apoios sociais a quem vive do Rendimento Social de Inserção; os cortes na despesa com a saúde estão direccionados no sentido de eliminar serviços de apoio às populações como foi feito no anterior governo e com a redução de pessoal; com a educação está anunciado o encerramento de 900 escolas; no conjunto de todo o funcionalismo público está ainda previsto a não renovação dos contratos de trabalho com milhares de trabalhadores. Mas novas medidas estão a ser pensadas diariamente, o PSD e o CDS exigem cada vez mais e o governo alega que estas medidas são para manter enquanto for necessário, o que quererá dizer, que vieram para ficar.
2º Dado que o problema fundamental, que faz agravar a crise e desesperar a burguesia capitalista é a perda de competitividade e o crescimento quase nulo da economia, o governo apoiado nos "comentaristas" de serviço, vai fazendo saber que o actual estado em que esta se encontra, não tem possibilidades em sustentar os actuais direitos sociais constituídos no chamado Estado Social, assim, em nome de proteger os fundos sociais, tem vindo aos poucos a eliminar os direitos que devem assistir aos trabalhadores e a destruir de facto esse mesmo Estado Social; as leis laborais são substituídas para pior, sempre que as Associações Patronais o exigem, a última exigência vem do PSD no sentido de liberalizar e flexibilizar ainda mais o já de si reaccionário Código do Trabalho. Os economistas de serviço, alguns ex-ministros da economia e das finanças, já opinam abertamente que a única forma de readquirirmos a competitividade e nos aproximarmos dos concorrentes directos é baixarmos os custos da produção em 30%, ou seja, com os salários, ou com o aumento de horas de trabalho sem qualquer remuneração adicional, ou então reduzir substancialmente os descontos que o patronato está obrigado a fazer para a segurança social, por cada trabalhador que emprega, o que quer dizer, que seja qual for a medida que apliquem, esta contribuirá para o aprofundamento da miséria social dos trabalhadores.
A situação criada pela nova ofensiva capitalista, exige de todos nova reflexão e espera-se que todos estejam à altura das suas responsabilidades revolucionárias.É preciso resistir e passar ao contra-ataque como está a suceder na Grécia. É preciso fazer uma mobilização e um levantamento geral de todos os cidadãos e trabalhadores à escala europeia - na Grécia, Portugal, Espanha, Itália, França, Grã-Bretanha, Irlanda, Alemanha..., ou seja, por toda a Europa. Se o ataque é geral contra os trabalhadores europeus, então estes terão de responder e contra-atacar de forma concertada, utilizando a violência revolucionária se for necessário. A luta de classes está mais viva do que nunca.
A opção só poderá ser: SOCIALISMO OU BARBÁRIE!
POVOS DE TODA A EUROPA: UNI-VOS, LEVANTEM-SE E LUTEM!
Adaptado da Chispa e acrescentado
Adaptado da Chispa e acrescentado
1 comentários:
Caro João Vasconcelos
"A CHISPA!" agradece todas as reproduções que queira fazer dos nossos textos,mas não autorizamos qualquer alteração que se queira fazer sem o nosso concentimento,para mais quando são retiradas partes ao texto, que para nós são fundamentais e que têm como objectivo desmascarar as posições politicas oportunistas de conciliação e de colaboração do PCP e do BE face à luta que o proletariado português tem que necessáriamente travar contra a ofensiva capitalista do governo.
Quanto aos seus acrescentos, nós não discordamos deles,só que pensamos que RESISTIR e CONTRA-ATACAR são duas fases que se ligam,mas cada qual delas tem o seu tempo próprio. Resistir e contra-atacar simultaneamente não é possivel. Pensamos que nesta fase, onde a correlação de forças é desfavorável ao proletariado,é preciso concentrar toda a nossa acção na oposição às medidas anti-sociais,e não na distribuiçâo EQUITATIVA como faz o PCP e o BE, mobilizando cada vez mais gente ACUMULANDO e ALTERANDO a CORRELAÇÂO de FORÇAS a nosso favor, obrigando o inimigo a recuar e só quando este recuo for TOTAL, se pode então começar por introduzir palavras de ordem que dêm ínicio ao contra-ataque. A fase actual é de RESISTÊNCIA.
Uma última nota,se quiser abordar esta questão mais profundamente comigo,aqui lhe deixo o meu e-mail.
jotaluz@gmail.com
"achispavermelha.blogspot.com"
A CHISPA!
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