sexta-feira, junho 18, 2010


INTENSIFICAR A LUTA CONTRA O PEC D@ TANG@
João Vasconcelos (*)

A luta não pode parar e terá que ser intensificada contra o governo Sócrates e o bloco central – a dupla Sócrates/Passos Coelho, que impõem a este país o PEC d@ tang@, da fome, da miséria e do desastre social! Dupla, que para tentar solucionar a crise provocada pelos seus amigos banqueiros, especuladores usurários e pelo capitalismo da globalização neo-liberal selvagem, querem que sejam mais uma vez os trabalhadores, os desempregados, os precários, os que menos têm, a arcar e a pagar toda a crise. A pobreza, a exclusão, o desemprego a atingir cerca de 750 mil pessoas (mais de metade sem subsídio) são uma autêntica catástrofe social. No Algarve o desemprego chega a mais de 30 mil pessoas e com tendência para crescer.
A manifestação nacional do passado dia 29 de Maio foi empolgante e poderosa, mas não chega. Se foram 300 mil na rua, para a próxima terão de ser 600 mil, um milhão ou mais, a gritar e a agir contra aqueles que nos roubam e nos exploram, enquanto os Mexias, Belmiros e outros levam às dezenas e centenas de milhões para casa. Agora inventaram o PEC1 e o PEC 2 mas, se não houver uma resposta à altura virão novos PEC’s, ainda mais gravosos.
Já temos o corte nos salários, no subsídio de desemprego e outros apoios sociais, o congelamento das admissões na Função Pública, o aumento do IRS e do IVA, a redução de 100 milhões nas transferências para as autarquias, a privatização de empresas públicas e participadas como os Correios, que dão lucros, o encerramento de escolas, cortes drásticos na saúde e educação, tudo de comum acordo entre Sócrates e Passos Coelho, o seu vice- primeiro ministro.
O PEC3 agravado já vem a caminho: mais redução dos salários, cortes nas pensões, aumentos dos impostos e liberalização dos despedimentos e ainda mais flexibilidade nas relações laborais, como Bruxelas exige, Teixeira dos Santos acolhe, Vítor Constâncio recomenda e Passos Coelho defende. Por este caminho, em breve Portugal contará com um milhão de desempregados e todos os restantes trabalhadores passarão a precários, além do crescimento avassalador da miséria e exclusão social. Uma autêntica guerra civil declarada pelas classes dominantes contra os mais indefesos e os que menos têm.
O que não exigem, não recomendam e não defendem, é que os movimentos para offshores sejam tributados, que os bancos paguem 25% de IRC em vez de menos de 10%, que os prémios milionários sejam taxados, ou que os salários dos gestores públicos e privados desçam drasticamente (nenhum gestor devia auferir mais que o salário do Presidente da República). Assim é que os sacrifícios caberiam a todos, caso contrário não passa de música da treta, só para enganar e iludir o Zé Povinho.
É por isso que não podemos contemporizar, nem abrandar a nossa luta e a nossa acção. Teremos de continuar a protestar, a fazer acções, na rua, nas vilas e cidades, em todos os locais onde pudermos. É preciso unir e mobilizar toda a gente, os trabalhadores, os cidadãos deste país, é preciso intensificar as lutas a caminho da greve geral e provocar um levantamento dos povos, em Portugal e por toda a Europa. Como na Grécia.

(*) Membro da Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda – Algarve

Observação: Artigo publicado no Barlavento, de 17 de Junho de 2010.

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