Eu nem queria acreditar. Vinte mil professores encheram as ruas que separam o Marquês de Pombal de São Bento. Foi lindo de ver. Vieram em transporte próprio e de comboio. Desta vez. quase não havia autocarros. Contei pouco mais de meia dúzia. Cada um veio por si e porque acredita que a luta vai dar frutos. A luta prolongada. Quando os 20 mil professores iam passando pelo Largo do Rato, em frente à sede nacional do PS, só se viam lenços brancos e as palavras de ordem não deixavam dúvidas: "professores em stresse não votam PS!" O Largo de São Bento foi pequeno para tanta gente. Havia alegria nos olhos e um indisfarçável orgulho de ser professor. Hoje, fiquei com a certeza de que os professores vão ganhar a batalha e que a ministra da educação sairá de cena coberta de vergonha. Ninguém estará lá para lhe agradecer o mau serviço que fez às escolas portuguesas. Os primeiros a rejeitá-la serão os que agora a aplaudem. Culpá-la-ão pelo PS ter perdido a maioria absoluta. E Sócrates não será capaz de governar sem maioria absoluta. No final da manifestação, os líderes da APEDE e do MUP foram recebidos por deputados do Bloco de Esquerda, PSD e CDS. Sintomaticamente, nenhum deputado do PCP esteve presente.
Nota: eu estive lá. Não eram apenas 7 mil como a SIC anunciou há pouco no telejornal. Eram muitos mais. Estou em crer que o número de professores presentes andaria pelos 20 mil. Felizmente, não se ouvia uma única palavra de ordem contra os sindicatos. A ministra da educação, pelo contrário, foi o bombo da festa. As palavras de ordem e os cartazes revelaram uma grande criatividade. Mais logo, posto as fotos.
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