Durão Barroso sempre disse que não existia “plano B” para o caso do Tratado Europeu ser rejeitado pelos irlandeses. Tinha razão. Para entrar em vigor, o documento tinha que ser ratificado por todos os países. Não acontecendo, o Tratado está política e juridicamente moribundo.
Os defensores do Tratado dizem agora que não é aceitável que poucos milhões de irlandeses decidam o futuro de um continente. O argumento é curioso, porque omite que os irlandeses foram os únicos a votar porque assim foi decidido pelos líderes europeus com medo de uma rejeição popular do Tratado. Os irlandeses votaram e, fazendo-o, fizeram-no em nome de todos quantos foram impedidos de se expressar.
Mas Durão Barroso já se apressou a corrigir as suas declarações iniciais. O processo de ratificação é para continuar, disse hoje, esperando que a chantagem e coacção façam os irlandeses “entrar nos eixos”. Mas essa é a pior opção, própria apenas de quem não percebeu nada do que se tem passado. O predomínio da eficácia em detrimento da participação democrática, apenas tem servido para cavar um crescente abismo entre os cidadãos europeus e os seus governantes. Não é possível mais Europa sem os europeus. Será que custa assim tanto a perceber? Bog Zero de Conduta
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