terça-feira, junho 24, 2008

"Houveram?" Um engano qualquer um tem. Afinal, a ministra também se engana

“Gostava de lhe dizer que há uns quantos pessimistas de serviço neste país, muito pessimistas. O que acontece é que o país tem que estar sempre mal e os alunos ser sempre maus. Quando os resultados são, por si, maus e houveram??? fragilidades nos conhecimentos e nas competências, aí está a prova de que o país está mal”
MLR, (sic) in entrevista à SIC.

Será que Professora doutora Ministra da Educação não sabe que não se diz houveram, mas houve??? Estavam a falar de quê? De exigência? Em português?

Se a virem por aí, deixem-lhe esta dica…
“O Verbo Haver
O verbo haver não tem somente o sentido de existir. Tem também o de ocorrer (caso em que também é impessoal): “Houve três acidentes em Camaçari”; o de obter, conseguir: “Ele espera haver o perdão do filho”; o de considerar, julgar, entender: “O árbitro houve por bem suspender a partida”; o de sair-se, comportar-se: “Ele se houve bem no concurso para juiz”. Pode ainda funcionar como auxiliar, na formação de tempos compostos: “Ela não havia feito o trabalho”.A forma houveram surge quando se emprega haver com qualquer sentido que não seja o de existir, ocorrer ou fazer (na indicação de factos ligados ao tempo, fenómenos da natureza etc.): “Os sem-terras houveram do juiz a liminar”, / “Os funcionários houveram-se por bem encerrar a greve”, / “Os devedores houveram de me pagar”. Quando tem o sentido de existir, o verbo haver é impessoal, isto é, não tem sujeito e fica sempre na terceira pessoa do singular, em qualquer tempo ou modo. Assim, se dissermos: “Houve muitos festejos em louvar a São João”, houve é a terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. Note que o correto é: “Houve muitos festejos juninos”.

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