Realizou-se este domingo a versão lisboeta da polémica sessão do PS/Porto em que João Proença e Vieira da Silva "explicaram" aos militantes as virtudes das propostas do governo para o Código do Trabalho. Desta vez, foi o primeiro-ministro que acusou Francisco Louçã de tentar "desacreditar a UGT e condicionar os sindicatos". Louçã diz que Sócrates "está nervoso por outras razões", referindo-se à iniciativa de terça-feira contra o défice social. "A festa de terça-feira não é um comício do Bloco, mas sim de várias pessoas que se juntaram apesar das diferenças” e que “procuram sem qualquer sectarismo e facciosismo responder ao défice social e às desigualdades”, explicou o dirigente bloquista, reagindo também às declarações de Vitalino Canas. O porta-voz do PS deixou o aviso, no fim da reunião da direcção do PS, para os militantes socialistas não comparecerem à iniciativa onde intervirão Manuel Alegre, Isabel Allegro de Magalhães e José Soeiro.
Francisco Louçã disse ainda que nos últimos tempos está "habituado a ver o primeiro-ministro usar as sessões partidárias para atacar o Bloco", lembrando as anteriores sessões do PS sobre o Código de Trabalho em que Sócrates tem participado.
Desta vez, José Sócrates recuperou a polémica do debate parlamentar de quinta-feira, em que Louçã lembrara que João Proença tinha participado nestas sessões do PS para promover o novo Código do Trabalho junto dos militantes, negociando-o depois enquanto sindicalista. “O líder do Bloco de Esquerda com a vontade que tem de desacreditar a UGT andou a dizer que o líder da UGT andava a fazer sessões comigo promovendo as nossas propostas do Código do Trabalho. Mas ele nunca fez isso, sempre soube que o seu principal dever é com os trabalhadores”, afirmou Sócrates.
Já na quinta feira, o PS tinha emitido um comunicado intitulado "Francisco Louça [sic] falta à verdade", onde enumera a lista dos dirigentes nacionais destacados para os debates internos. No dia 9, no Porto, as presenças confirmadas eram apenas os dois homens fortes das negociações do Código pelo lado do governo: Vieira da Silva, ministro do Trabalho, e o seu secretário de Estado Fernando Medina. Ainda segundo o comunicado do PS, João Proença teria sim participado numa sessão pública organizado pela Tendência Sindical Socialista, que organizou outros "de forma autónoma" com a presença de Gregório Novo, da CIP e Carvalho da Silva, da CGTP, entre outros.
Mas é a própria página do PS/Porto que desmente a versão do Largo do Rato, anunciando para dia 9 de Maio, às 21h30 no Hotel Tuela, no Porto, o debate com a presença de Vieira da Silva e João Proença, enquanto secretário-geral da UGT, moderado pela deputada socialista Isabel Santos. A presença de João Proença neste debate foi também confirmada pelo jornal Público. Esquerda.net
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