segunda-feira, junho 16, 2008

Computadores, quadros interactivos e malfeitorias contra os professores

O projecto de requalificação da escola de S. Salvador, em Viseu, foi rejeitado pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEPE), apesar de estar previsto na carta educativa e de não implicar o encerramento de outras escolas. O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, ficou indignado com o parecer desfavorável, por entender que contraria o que foi afirmado pelo primeiro-ministro, José Sócrates.

A autarquia tinha enviado àquele organismo do Ministério da Educação três projectos de requalificação de escolas: de S. Salvador, rejeitado, de Oliveira de Baixo, autorizado, e de Vildemoinhos, ao qual ainda não recebeu resposta. "A única diferença dos pareceres (o autorizado e o rejeitado) é que um dá lugar a encerramento de escolas e outro não", explicou aos jornalistas, acrescentando que, por isso, conclui "que o GEPE dá parecer negativo sempre que não se fechem escolas". Leia mais no Público Online.

Comentário
Será necessário mais evidências para perceber que o reordenamento da rede escolar tem como objectivo reduzir as pequenas escolas do interior até que não reste nenhuma aberta? Mas o senhor presidente da Câmara Municipal de Viseu ainda acredita naquilo que o Governo promete? Deve ser o único português a dar crédito às promessas do primeiro-ministro. Lembra-se da promessa dos 150 mil empregos? E da promessa dos 30 mil empregos criados pelo TGV? E da promessa dos 10 mil empregos criados pela nova rede solidária? Os socialistas travestis vão ficar na história como os despovoadores. A estratégia é simples: reduzir os gastos com os professores, por efeito de um ECD que impede administrativamente dois terços de chegarem ao topo da carreira, fechar todas as escolas de pequena dimensão e simultaneamente encher os grandes centros escolares de computadores e quadros interactivos. Desta forma, os gastos permanentes com a educação diminuem e é possível transferir uns largos milhões de euros da União Europeia para um conjunto restrito de empresas que comercializam computadores e quadros interactivos. Mas este plano tem uma senão: as tecnologias (computadores e quadros interactivos) não são o factor preponderante na qualidade de ensino. O factor mais decisivo é o factor humano e esse o Governo tem colocado nas ruas da amargura por efeito das malfeitorias contra os professores.
Blog ProfAvaliação

0 comentários: