O CCAP começou a "parir" recomendações
Ao fim de longos meses de hibernação, o Conselho Científico para a Avaliação de Professores começou a lançar sobre os professores e as escolas um torrente de recomendações. Ainda só tive tempo de ler as Recomendações nº 2 - Princípios Orientadores sobre a Organização do Processo de Avaliação do Desempenho Docente. São um arrazoado de 17 páginas carregado de linguagem "pedagogicamente correcta" e que, com a justificação da autonomia das escolas, lança sobre os professores a tarefa de elaboração de mais grelhas. No essencial, o CCAP não coloca em causa o modelo burocrático de avaliação, nem o novo quadro de habilitações para a docência. Parte do princípio de que o novo Estatuto da Carreira Docente constitui um bom quadro legal e não questiona, antes aceita e reforça, os fundamentos teóricos do modelo burocrático de avaliação de desempenho. As recomendações nº 2 aceitam, sem questionar, o excessivo peso das funções não lectivas dos professores e alinham na defesa do "novo paradigma do professor": um paradigma que desvaloriza a dimensão intelectual do professor e o desvia da missão essencial: ensinar. A associação entre os resultados escolares e a avaliação do desempenho do professor é igualmente aceite pelo CCAP. A este propósito o que o CCAP recomenda é: mais normativos, mais grelhas, mais padrões e mais parâmetros para que essa associação se possa fazer de forma mais "objectiva". A leitura das recomendações reforça aquilo que eu costumo dizer: "os maiores inimigos dos professores são os professores que não dão aulas".
Fique também com as recomendações nº 3 com o pomposo título de Princípios Orientadores para a Definição de Padrões Relativos às Menções Qualitativas. O que aquela gente gosta de padronizar, meu Deus! Faziam-lhes falta 22 horas lectivas com 6 turmas num total de 150 alunos! E uma tonelada de relatórios para redigir e aprovar!
In ProfAvaliação
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