Faltam duas semanas para o regresso do pesadelo da avaliação de desempenho burocrática
Daqui a duas semanas, o pesadelo irá abater-se, de novo, sobre os professores. A principal tarefa dos professores é a da construção de uma proposta alternativa de avaliação de desempenho. Proponho a seguinte metodologia:
i. É preciso começar pela crítica ao modelo burocrático de avaliação. O ProfAvaliação dedicará todo o seu espaço a essa tarefa e dará voz a todos os colegas que tenham opinião sobre o assunto.
ii. Essa crítica deve centrar-se nos pontos considerados inaceitáveis do modelo burocrático de avaliação.
iii. Só depois de identificados esses pontos é que os professores devem chegar a um consenso sobre as bases para uma avaliação de desempenho justa e credível.
iv. Esse consenso tem de ser criado até ao final do 2º período.
v. As acções de luta, nas ruas e nas escolas, por meio de marchas e de greves, devem centrar-se no período temporal que vai de Maio a Julho.
1. Por tudo aquilo que disse nos posts anteriores, a avaliação entre pares não é aceitável. Irá criar divisões e conflitos nas escolas. Criar divisões, destruir a ideia e o espírito de corpo são os objectivos do ME.
2. Para além disso, o modelo imposto pelo ME introduz uma falsa avaliação entre pares: com o novo modelo de gestão escolar, o director deixa de ser um verdadeiro par. No 1º CEB, haverá professores avaliadores que ficarão sem componente lectiva e que, por essa forma, se afastarão das salas de aulas e deixarão de partilhar os problemas dos restantes professores. Com o passar dos anos, esses colegas também deixarão de ser pares.
3. É completamente inaceitável fazer incidir na classificação profissional, para efeitos de concursos, pontuação obtida por via das classificações de Excelente e Muito Bom. Essa intenção do ME surge ao arrepio do estatuto da carreira docente e tem como único objectivo aumentar a pressão sobre os avaliadores e avaliados e agravar o clima de competição nas escolas.
4. A periodicidade imposta é inaceitável e inexequível: vai obrigar os professores e os directores a estarem constantemente mergulhados em papéis, em reuniões de avaliação e na assistência a aulas. Urge impor uma periodicidade que revele sensatez: de quatro em quatro anos.
5. A obrigatoriedade da assistência às aulas não faz sentido. Essa assistência só deverá ter lugar a pedido do avaliado ou como elemento a considerar na atribuição de Muito Bom e Excelente.
6. É de rejeitar a possibilidade de a assistência e avaliação das aulas ser feita por professor de diferente grupo de recrutamento. Aceitar uma coisa dessas é espezinhar aquilo que é mais essencial para o professor: o primórdio do saber e do conhecimento científico e pedagógico.
7. Rejeitar condicionar a avaliação de desempenho dos professores às taxas de abandono e de insucesso escolar dos alunos. Esse condicionamento é injusto e perigoso. Injusto porque ignora o peso dos factores económicos e sociais no desempenho dos alunos. Perigoso porque introduz uma pressão inaceitável sobre os professores quer por parte dos alunos quer pelos pais.
ProfAvaliação
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